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10 de julho, 2023

CELINA NO COMANDO Pela segunda vez em menos de seis meses, a vice-governadora Celina Leão (PP) substitui o governador Ibaneis Rocha (MDB) no comando do […]

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Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

CELINA NO COMANDO

Pela segunda vez em menos de seis meses, a vice-governadora Celina Leão (PP) substitui o governador Ibaneis Rocha (MDB) no comando do GDF. Na primeira vez foram 65 dias, tempo em que Ibaneis ficou afastado por conta da baderna golpista de 8 de janeiro. Agora, Celina ficará mais 15 dias, período em que o governador estará fora do país. No total, serão 80 dias à frente do Palácio do Buriti. Até abril de 2026, a cena poderá se repetir várias vezes: Ibaneis sai e Celina assume. E assim irá se consolidando o projeto político de fazer da leoa a primeira mulher eleita diretamente para governar Brasília.

 O VICE DA LEOA

Na longa corrida ao Palácio do Buriti em 2026, não se discute o indiscutível: a candidata de Ibaneis é Celina. E ponto. O que já se discute acirradamente é quem será o (a) vice da leoa. Aí sobram candidatáveis. Até mesmo quem nunca concorreu a qualquer cargo eletivo briga pela cobiçada vaga. É o cheiro do poder subindo à cabeça de aliados muito próximos ao governador, porém, muito distantes dos eleitores.

Tiroteio no escuro

O MDB briga pela vaga. A cúpula do partido acreditava que Ibaneis,  por ser do MDB, lançaria algum candidato da própria agremiação para sucedê-lo. Não rolou. Hoje, a legenda aceita como prêmio de consolação o cargo de vice na chapa de Celina. Isso combinado, sobrou para o presidente regional do MDB, deputado federal Rafael Prudente, administrar vaidades dentro da legenda. Nas entranhas do partido, a briga pela vaga virou tiroteio no escuro. Ainda não há vítimas. Por enquanto.

IBANEIS E BOLSONARO

Ibaneis Rocha comemorou a aprovação da reforma tributária na Câmara. A comemoração desagradou a Bolsonaro, que é contra a reforma e que tem em Ibaneis um aliado de primeira hora. O ex-presidente derrotou Lula no DF com o apoio do governador. Águas passadas. Ao apoiar a reforma, Ibaneis se alinha aos governadores que querem novo modelo tributário. Ao mesmo tempo, se aproxima de Lula e vai se afastando de Bolsonaro. Ibaneis e o DF têm mais a ganhar mantendo relações cordiais com Lula do que se ficar preso ao inelegível Bolsonaro.

BIA E FRAGA

Os brasilienses Bia Kicis e Alberto Fraga estão entre os 75 deputados federais do Partido Liberal (PL) que votaram contra a reforma tributária aprovada na Câmara, seguindo a orientação de Bolsonaro. Bia e Fraga devem, porém, contrariar o “mito” quando for votada, em agosto, a reforma fiscal proposta pelo Governo Lula.

Contra e a favor

O PL, maior partido de oposição ao Governo Lula, teve comportamento diferente na Câmara e no Senado ao votar o projeto da reforma fiscal. Na Câmara, o relatório do deputado Cláudio Cajado (PP-BA), que embutia o jabuti secador dos recursos do Fundo Constitucional do DF, obteve 372 votos a favor e 108 contra. Bia e Fraga vtaram contra o projeto porque nele estava o jabuti de Cajado. Mas 30 deputados do partido de Bolsonaro votaram pela aprovação da reforma fiscal. No Senado, 10 dos 11 senadores do PL votaram contra o parecer do relator Omar Aziz (PSD-AM), que eliminou o jabuti. Apesar do PL, o relatório foi aprovado: 57 votos a favor e 17 contra.

Compromisso com Brasília

Bia e Fraga são aliados de Bolsonaro. Mas antes de serem bolsonaristas, são parlamentares brasilienses. Razão mais do que suficiente   para carregar a obrigação de defender Brasília. A dupla tem feito trabalho de formiguinha dentro do PL e nos partidos de oposição para que a Câmara mantenha o texto da reforma fiscal aprovado no Senado.

Liberal deve liberar

Na primeira votação na Câmara, Bolsonaro liberou a direção do Partido Liberal a liberar seus deputados. Orientação que deve se repetir na segunda votação. Bia e Fraga se sentirão mais confortáveis para rejeitar o jabuti de Cajado e aprovar o texto vindo do Senado, ainda que a aprovação da proposta signifique mais uma vitória de Lula no Congresso.

 

Armando Guerra
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