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18 de julho, 2023

A CAMPANHA DA QUEIMADA O que seria mais uma criativa campanha publicitária do GDF para conscientizar a população sobre as queimadas, acabou virando palanque para […]

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A CAMPANHA DA QUEIMADA

O que seria mais uma criativa campanha publicitária do GDF para conscientizar a população sobre as queimadas, acabou virando palanque para desvaneios e chiliques da patrulha da intolerância que se agasalha no arco-íris político de partidos de esquerda. Gente que joga pedra no telhado do vizinho esquecendo que seu próprio telhado é de vidro.

Oposição em ação

Os ferozes deturpadores da campanha de prevenção a incêndios são os deputados distritais Fábio Felix (PSol) e Max Maciel (PT). Ávidos em criticar, condenar e fazer oposição visceral ao Governo Ibaneis (MDB), eles viram discriminação racial onde há talento, criação, dedicação, respeito e compromisso com o meio ambiente. O resto é desvario da dupla Fábio-Maciel.

Natureza na cabeça

A campanha é composta por quatro peças. Cada peça é dividida em duas imagens, que se misturam. A imagem superior é de uma árvore queimando. A imagem inferior é da cabeleira de um personagem. Na fusão das imagens, árvore e cabeça aparecem pegando fogo. É o dedo mágico da criação publicitária fazendo alusão entre a natureza (a árvore), a consciência das pessoas (a cabeça) e a ameaça à natureza (árvore e cabeça queimando).

Etnias retratadas

Cada peça da campanha trás personagem de quatro etnias: branco, negro, louro e ruivo. A primeira peça começou a ser veiculadas no dia 30 de junho. Ela tinha como personagem um homem branco bigodudo. No dia 10 de julho, entrou a segunda peça com um jovem afrodescendente. Em seguida, saiu o negro e entrou uma jovem loura, depois substituída por uma ruiva. E assim, fazendo rodízio entre os personagens, a campanha vai sendo veiculada.

Ataques radicais

Quando a campanha começou, a dupla Fábio-Maciel nada falou sobre o teor da mensagem ou sobre a imagem do branco bigodudo. Mas quando entrou o jovem negro, aí foi um deus-nos-acuda. Fábio Felix fez escândalo nas redes sociais. Max Maciel evocou o Ministério Público. Outros segmentos, impulsionados pelo discurso radical da dupla, passaram a atacar a campanha, vendo nela uma ameaça aos direitos dos afrodescendentes.

Censura à publicidade

Formou-se, assim, uma perigosa corrente de censura aos publicitários, às agências e ao mercado de publicidade e propaganda de Brasília. Censura política e ideológica como não se via desde a ditadura. Hoje, a campanha corre o risco de ser suspensa. Se isso acontecer, o radicalismo, a intolerância e a censura sairão vitoriosos.

Diversidade valorizada

Até julho de 2023, o GDF veiculou quatro campanhas publicitárias que valorizam e respeitam a diversidade. Foram as campanhas “Carnaval”, “Conselho Tutelar”, “Túnel de Taguatinga” e, agora, “Queimadas”. Todas essas campanhas são ilustradas com imagens de homens, mulheres, jovens, crianças e idosos negros, mulatos, brancos, amarelos, louros, ruivos.

FÁBIO VIRA AS COSTAS

Enquanto se joga na pista para censurar a campanha do GDF, o deputado Fábio Felix vira as costas para o caso da garota de programa espancada num quarto de motel pelo assessor do também distrital Daniel Donizet (PL). Tudo bem que Fábio seja um senhor devidamente casado e que não queira se envolver com garotas, muito menos de programa. Mas ignorar a greve denúncia apaga o brilho da fantasia de paladino dos direitos humanos que ele veste.

116 dias de omissão

Fábio Felix preside a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar. Até hoje ele nada fez em defesa da garota surrada. Não requisitou à Polícia Civil qualquer informação sobre o caso, ao contrário do que fizeram os distritais Doutora Jane (MDB) e Ricardo Vale (PT), vice-presidente da CDFL e da Comissão de Direitos Humanos. São mais de 116 dias de total omissão.

ASSESSOR CAIU

Marco Aurélio Oliveira Barbosa, o assessor acusado de agredir uma garota de programa, pediu ontem demissão do gabinete do deputado Donizet. Na verdade, ele foi gentilmente “convidado” a sair. Ao defenestrar Barbosa, Donizet preferiu entregar os anéis a cortar os dedos. Demorou. ­

 

Armando Guerra
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