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9 de outubro, 2023

NOROESTE CABOCLO Não está fácil viver no Noroeste, um dos metros quadrados mais caros e valorizados do Distrito Federal. O jovem, nobre e luxuoso bairro […]

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Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

NOROESTE CABOCLO

Não está fácil viver no Noroeste, um dos metros quadrados mais caros e valorizados do Distrito Federal. O jovem, nobre e luxuoso bairro está vivendo dias de faroeste. Tem índio que não é índio, tem branco grileiro, tem terra invadida, tem moradores desesperados, tem empresários preocupados. Só não tem fiscalização. O Noroeste, implantado a partir de 2009, ocupa 821 hectares ao lado do Plano Piloto. Nessa área, 280 hectares formam o Parque Ecológico Burle Marx. Terras dentro do parque e terrenos vazios que aguardam novos prédios estão sendo ocupados pela indústria da grilagem. A ocupação ilegal cresce, se espalha, transforma em favela o primeiro bairro ecológico de Brasília.

Grilagem avança

A grilagem no Noroeste vem ocorrendo há várias semanas. As ocupações são bem planejadas e executadas, mas os líderes não aparecem. Agem nos bastidores, organizando e financiando as ocupações. Na calada da noite, os grileiros chegam com seus kits invasão. Rapidinho, montam barracos e lá enfiam mulheres, homens, velhos, crianças. Gente humilde transformada em escudo humano para proteger o espaço invadido e enfrentar operações de remoção dos invasores. Os barracos estão se multiplicando e mudando o panorama do sofisticado Noroeste.

Índios e grileiros

A história do DF é cheia de invasões que cresceram tanto que removê-las se tornou impossível. Brasília já viu esse filme. Os moradores do Noroeste também. Foi assim com os índios de calça jeans que vivem no bairro. Eles invadiram as terras antes da criação do Noroeste e conseguiram permanecer no local após a implantação do bairro. Agora, depois que o Supremo Tribunal Federal derrubou o marco temporal, muito mais difícil será retirá-los. Para os moradores, pior do que não remover os índios é ver chegar novos invasores.

Chame a cavalaria

Os invasores transformam o requintado bairro num cortiço. Favela que vai se enraizando, ganhando forma e corpo. Invasores que vão transformando crimes em direitos, como o direito à moradia. Já quem investiu no bairro – moradores e empreiteiros – vê seu patrimônio sendo dilapidado, usurpado. Tudo isso bem debaixo das fuças da Secretaria de Segurança e da Secretaria de Proteção da ordem Urbanística (DF Legal). A Justiça também não se mexe em defesa dos moradores. Inércia que gera outro medo: o de que algum juiz decida proibir a remoção dos invasores assim como ocorreu com os índios. Já passou da hora de chamar a cavalaria.

 

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REGUFFE VOLTOU

Engana-se quem pensa que o ex-senador Antônio Reguffe deixou a política. Ele só deu um tempo ao desistir de concorrer a qualquer cargo em 2022. Mas, aos poucos, vai voltando ao cenário e tentando recuperar o espaço perdido ao não disputar as eleições. O retorno está sendo pelas redes sociais.

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Segunda vaga

Na internet, Reguffe repete o discurso de sempre: moralidade e honestidade. Ele foi o parlamentar do DF que menos gastou dinheiro público, mas que também não deixou que dinheiro público fosse investido. Agora faz campanha ao Senado de olho na segunda vaga porque ele sabe que a primeira já tem dono: Ibaneis Rocha.

 

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TEMPO DE CHUVAS

Previsão do tempo para outubro: vem muita chuva por aí. Vai rolar tanta água que o GDF já acendeu a luz vermelha. O alerta tocou na Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Novacap, SLU. A remoção de lixo e entulho foi acelerada. Operações de limpeza bocas de lobos e redes de águas pluviais estão sendo intensificadas. Equipes de diversos órgãos vão montar plantão para atender áreas que, historicamente, são alagadas pelas fortes chuvas. É o caso da Asa Norte, Vicente Pires, Sol Nascente, Ceilândia e Gama. O tempo das fortes chuvas só está começando.

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Armando Guerra
[email protected]