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13 de dezembro, 2023

OPOSIÇÃO ATROPELADA A oposição foi atropelada na sessão de ontem da Câmara Legislativa que aprovou a concessão à iniciativa privada da Rodoviária do Plano Piloto. […]

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Foto: divulgação

OPOSIÇÃO ATROPELADA

A oposição foi atropelada na sessão de ontem da Câmara Legislativa que aprovou a concessão à iniciativa privada da Rodoviária do Plano Piloto. Os oposicionistas, porém, conseguiram anotar a placa do caminhão. Nela estava escrito: governador Ibaneis Rocha (MDB). Foram 16 votos contra 7, incluindo o da distrital bolsonarista Paula Belmonte (Cidadania), única deputada de direita a se aliar à esquerda para fazer oposição ao Governo Ibaneis.

Argumento fraco

A oposição, para barrar o projeto, armou-se de um argumento fraco: o GDF estaria entregando de mão beijada a Rodoviária a empresários. Os oposicionistas defendiam – e defendem – que o governo continuasse desperdiçando dinheiro público em remendos na Rodoviária. Esqueceu do mar de grana que tem sido gasto em reformas desde que a Rodô foi inaugurada (1960), inclusive por governadores de esquerda.

Gastos da esquerda

O governador petista Cristóvão Buarque investiu R$ 20 milhões para reformar a Rodô, obra feita pelo Grupo Paulo Octávio. Na primeira chuva, a Rodoviária alagou. Já o governador Agnelo Queiroz (PT) investiu R$ 14,7 milhões na reforma do terminal e, no último ano do governo dele (2014), destinou R$ 36,5 milhões para revitalizar a Rodoviária. Rodrigo Rollemberg (PSB) usou R$ 11,8 milhões dos recursos deixados por Agnelo, mas chegou a anunciar R$ 27 milhões em obras na Rodô. Nada disso adiantou. A Rodô continuou com os problemas de sempre.

Herança maldita

Ibaneis herdou uma Rodoviária caótica. Passou a investir em obras e serviços pontuais. Ainda em 2019, no primeiro mandato, injetou R$ 7 milhões na Rodô. Em 2021, mais R$ 1,8 milhão apenas na modernização do Na Hora. Em 2023, R$ 8,8 milhões em vigilância e outros R$ 5,7 milhões em obras de acessibilidade. Só esses gastos somam R$ 23,3 milhões investidos, apenas R$ 3 milhões a menos do que Agnelo e Rollemberg investiram juntos.

Em tempo

Ainda em 2019, Ibaneis anunciou que a gestão da Rodoviária seria concedida à iniciativa privada. Compromisso que agora se concretiza.

ELE NÃO VAI, NÃO!

O ex-deputado distrital Cláudio Abrantes, secretário de Cultura, deixou magoados os 12 gatos-pingados do Agir que fizeram festinha para ele, acreditando que o “Cristo de Planaltina” se filiaria ao partido. Depois que a notícia se espalhou, Abrantes correu para desmenti-la. E o fez em um veículo de comunicação do Paulo Octávio, presidente do PSD-DF, ao qual Abrantes é filiado.

O sonho acabou

A cúpula do Agir sonhou alto. De olho nas eleições de 2026, calculou que com a filiação de Abrantes o Agir conseguiria mais de 50 mil votos, o que daria para eleger três deputados distritais. O sonho acabou antes de começar.

Soma dos votos

Mas o sonho se justifica diante dos resultados obtidos nas eleições de 2022 pelo Agir e pelo PSD. Ambos concorreram com quatro candidatos à Câmara Legislativa. O Agir obteve 33.479 votos, enquanto o PSD teve 24.795. Se estivessem juntos, somariam 58.274 votos, acima do número de eleitores conquistados pelo distrital Fábio Felix (PSol), o campeão das urnas em 2022 com 51.792 votos.

Ganhou, mas não levou

Cláudio Abrantes foi bem nas urnas. Obteve 20.254 votos. Número superior ao de 10 outros candidatos que, mesmo com votação inferior e por conta da coligação partidária, conseguiram vaga na CLDF. São eles: Roosevelt Vilela (20.223 votos), Doutora Jane (19.006), Rogério Morro da Cruz (18.207), Gabriel Magno (18.063), João Cardoso (17.579), Paula Belmonte (17.208), Ricardo Vale (16.227), Wellington Luiz (16.227), Pepa (15.393) e Dayse Amarilio (11.012).

OUTRO CRISTO

Pegar carona na votação de Cláudio Abrantes era o sonho de consumo do Agir. Não é mais. Para a multiplicação dos votos, o Agir terá que buscar outro Cristo. O de Planaltina não vai carregar essa cruz.

Armando Guerra
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