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AGORA-DF

16 de abril, 2024 / Por: Armando Guerra

GAROTO-PROPAGANDA 2

O Governo Ibaneis Rocha (MDB) acaba de ganhar mais um garoto-propaganda vindo da esquerda.

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Foto: Carlos Gandra/CLDF

Isto, em menos de cinco dias. Primeiro foi o próprio presidente Lula (PT), que elogiou a ação do “poder público” (leia-se Ibaneis) ao transformar o Sol Nascente, considerada pelo IBGE a “maior favela do Brasil”, numa cidade em pleno desenvolvimento. Agora, é o deputado distrital Chico Vigilante (PT). Em entrevista ontem a uma emissora de televisão, ao falar sobre o sistema de transporte público do DF, deu a mão à palmatória. Reconheceu as melhorias feitas por Ibaneis.

Antes e agora

“Antes, nós tínhamos ônibus de 20 anos, da Viplan, circulando. Atualmente, temos a frota mais nova do Brasil”, enalteceu o vigilante Chico. Leia-se como “antes” o Governo Rodrigo Rollemberg (PSB), que, literalmente, foi um verdadeiro desastre na gestão do transporte público do quadradinho.

Mais subsídios

Apesar de outros distritais da oposição reclamarem dos subsídios dados pelo GDF para conter o aumento do preço das passagens e, ao mesmo tempo, modernizar o transporte público, Chico defende com fervor: “Precisa de mais subsídio para trazer condições melhores aos passageiros”.

Maioria atendida

Chico calça as sandálias da humildade ao reconhecer que são esses subsídios que possibilitam que hoje “o passageiro está pagando menos de um terço para a manutenção do sistema e a maioria já é favorecida”. Benefícios como a gratuidade. Alívio no bolso dos passageiros bancado pelo GDF. Ele mesmo confessa que contribuiu para aumentar o peso dessa conta. Apresentou projeto que garante a maiores de 60 anos andar de ônibus ou de metrô sem pagar nada.

TARIFA ZERO

Por conta da penca de gratuidades oferecidas, Chico acredita ser possível alcançar o “objetivo maior”: a adoção da tarifa zero. Mas omite o valor do impacto da medida nos cofres públicos e não informa de onde sairão os recursos. Recente levantamento apresentado pela Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana da Câmara Legislativa aponta que, caso adote a tarifa zero, o GDF precisará investir R$ 4 bilhões por ano. Quem pagará a conta?

Adesão pequena

O Brasil tem 5.568 municípios. Apenas 105 cidades adotaram a tarifa zero, o equivalente a menos de 2% do total dos municípios. A maioria, cidades pequenas. Somente 11 têm mais de 100 mil habitantes. É o caso das vizinhas Formosa e Luziânia, em Goiás. Juntas, oferecem transporte gratuito para 330 mil habitantes. Muito pouco em relação à população do DF que usa ônibus e metrô.


Conta não bate

No quadradinho, o sistema de transporte público registra 256 milhões de acessos por ano. Desse total, 80% são viagens pagas e 20% gratuitas. Liberando a tarifa, mais de 204 milhões de viagens passariam a ser grátis. Preço alto, a conta não bate. E por não bater, a proposta de tarifa zero tem cheiro de demagogia e politicagem. Nem por isso o GDF deixa de estudar a gratuidade geral e irrestrita no transporte público.


NOROESTE

Há 15 anos começou a ser construído o Noroeste, com a proposta de ser o primeiro bairro ecológico do Brasil. Na próxima quinta-feira (18) será inaugurado o Urban, o 70º prédio residencial do bairro. Localizado próximo ao Parque Ecológico Burle Marx, o prédio conta com 84 luxuosos e caríssimos apartamentos. Obra da construtora Faenge financiada pelo BRB. Os índios (índios?) do Noroeste também querem um apartamento desses para chamar de seu.

BAIXAS NA CÂMARA

A bruxa está solta na Câmara Legislativa. Em menos de uma semana, mandou para o hospital dois deputados distritais: João Cardoso (Avante) e Pepa (Progressistas), desfalcando a base aliada do Governo Ibaneis. O governador torce pela imediata recuperação dos parlamentares. Tomara.

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