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AGORA-DF

30 de abril, 2024 / Por: Armando Guerra

RACISMO, NÃO!

Pedagogos defendem que escola não educa, ensina – educação é no lar.

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Então, nem a escola ensinou nem os pais educaram os filhos no caso dos ataques racistas desferidos por alunos do Colégio Galois contra estudantes da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima. As agressões ocorreram em 3 de abril, durante partida de futebol de salão pelo Torneio Liga das Escolas. Os alunos ricos do Galois colocaram em quadra ofensas contra os estudantes pobres da Escola de Fátima. Depois de 27 dias de investigações, a direção do Galois anunciou ontem que dos 10 alunos diretamente envolvidos, cinco amarelados decidiram sair da escola e outros cinco levaram cartão vermelho. Sobraram apenas puxões pedagógicos de orelha para alguns do mesmo grupo racista.

A luta de Vini Jr

Os meninos racistas do Galois conseguiram mostrar que riqueza não é sinônimo de educação e que ser rico não os torna cidadãos de bem. Já os meninos pobres e a direção da escola franciscana deram um tapa na cara do preconceito. Eles não se curvaram às agressões. Reagiram com indignação. Exigiram respeito com a mesma coragem e determinação do craque brasileiro Vinícius Júnior, o atleta que mais sofre ataques de racismo e ódio dentro e fora dos estádios da Europa. Vale lembrar: Vini Jr assumiu o lugar de Pelé como embaixador da Unesco pela Educação para Todos e hoje lidera a comissão Antirracismo da Fifa.

Galois ainda deve

Mas a Galois ainda está em falta com os alunos e com a escola agredidos. Nas 730 palavras que compõem o comunicado oficial emitido à imprensa, a instituição omite o substantivo feminino oportuno que expressaria o lamento aos atos racistas de seus pupilos: “Desculpas”. Limita-se a dizer ao final da nota: “Reiteramos que o Colégio Galois não coaduna com nenhum tipo de comportamento preconceituoso e discriminatório e que estará sempre empenhado em combater qualquer prática segregadora e criminosa”. Um pedido formal de desculpas lhe cairia bem melhor.

Em tempo

A Escola Nossa Senhora de Fátima nasceu junto com Brasília. Foi fundada em 11 de fevereiro de 1960. São, portanto, 64 anos dedicados a ensinar e formar crianças e adolescentes, a maioria filhos de famílias pobres. Já o Colégio Galois foi inaugurado em 1996. É uma das escolas preferidas pelas famílias ricas de Brasília.


ELEIÇÃO NA SAÚDE

Foi dada a largada da corrida aos Conselhos Regionais de Saúde do Riacho Fundo e Brazlândia para o período 2024-2027. Hoje, termina o prazo de inscrição de representantes de instituições ligadas à saúde ao Conselho do Riacho, cuja eleição acontece em 9 de maio. Para Brazlândia, a inscrição vai até o dia 7 e o pleito será em 14 de maio.


Os candidatos

Os conselhos foram criados para democratizar a participação da sociedade na formatação e implementação da Política de Saúde Pública do DF, inclusive quanto à aplicação dos recursos. Para garantir o processo democrático, as vagas são assim distribuídas: 50% para representantes de usuários; 25% a entidades de trabalhadores na saúde; e 25% para gestores da saúde pública do DF.


REPETINDO BELINI

O governador Ibaneis Rocha (MDB) é fã de futebol. Flamenguista roxo, é capaz de atravessar oceanos para ver o Mengo decidir campeonato. Amante do esporte bretão, Ibaneis vem repetindo o gesto imortalizado pelo craque Belini em 1958, quando o Brasil pela primeira vez conquistou a Copa do Mundo. O então capitão canarinho levantou sobre a cabeça a cobiçada taça, gesto que passou a ser imitado pelos capitães vencedores ao final de cada copa. Toda vez que assina ordem de serviço de nova obra, Ibaneis ergue o documento assim como fez Belini ao levantar a taça. Faz sentido.


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