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2 de maio, 2024 / Por: Armando Guerra

O PIOR REAPARECE

O fracasso subiu à cabeça do petista Agnelo Queiroz, o pior governador que Brasília já teve.

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Marcelo Camargo/Agência Brasil

No desespero de voltar ao cenário político, ele veicula vídeo na internet conclamando servidores do GDF a cobrarem o “retroativo da terceira parcela”, que teria sido garantido aos professores pelo Supremo Tribunal Federal. Agnelo refere-se à jogada política que fez há 10 anos para ganhar votos do funcionalismo: o reajuste salarial dos servidores públicos.

Pedra na Geni

De olho nas eleições de 2014, em setembro de 2013 Agnelo conseguiu aprovar na Câmara Legislativa o reajuste do funcionalismo, que seria pago em três parcelas até 2015. No vídeo, Agnelo diz ter pago as parcelas de 2013 e 2014, e que a de 2015 “não foi paga pelo meu sucessor (Rodrigo Rollemberg) por incompetência, por descaso, por falta de compromisso com o servidor”.

Rombo e caos

Rollemberg (PSB) de fato não pagou a terceira parcela. Pior: atrasou salários e cortou benefícios dos servidores. Alegou que herdara de Agnelo um rombo de R$ 3,8 bilhões. Rombo traduzido em caos na saúde, na alimentação hospitalar, no transporte público e até na coleta de lixo. A bomba explodiria no colo de Ibaneis Rocha (MDB).

Compromisso de campanha

Na campanha de 2018, Ibaneis garantiu que quitaria o débito criado por Agnelo e não pago por Rollemberg. Ao assumir em 2019, herdou um rombo de R$ 5 bilhões. Ainda assim, normalizou o pagamento dos salários dos servidores. Mas a grana era curta para quitar o calote dado por Agnelo-Rollemberg. Foi preciso arrumar a casa, equilibrar as finanças, atrair investimentos para, enfim, honrar o compromisso assumido em campanha.

Conta amarga

A conta foi alta. Foram pagos em 2022 R$ 1 bilhão em abril de 2022. Em 2023, mais R$ 1,3 bilhão. A quitação da terceira parcela, porém, não seria retroativa a 2015, como exigiam sindicalistas. Em resposta à petezada, o governador fez mais.

Reajuste de 18%

Ibaneis não só pagou o pendura que herdou como aumentou em 18% o salário de todos os servidores. Reajuste dividido em três parcelas, sendo 6% a cada ano, entre 2023 e 2025. Ao final, o reajuste será superior a 18%, uma vez que a correção é sobre o valor pago no ano anterior. Ou seja, o reajuste de 6% de 2025 será em cima dos 6% de 2024, que incidirão sobre os 6% de 2023.

Nunca na história…

Agnelo, ao fazer politicagem na internet, tenta restaurar a irrestaurável imagem que ele criou de si mesmo: a de um governante desgovernado. Fraco, imaturo, obscuro, incapaz. Por tudo isso e muito mais, Agnelo sequer chegou ao segundo turno nas eleições de 2014. Nunca na história desta Brasília um governador saiu do páreo ainda no primeiro turno.

A espada da lei

Fora do Palácio do Buriti, Agnelo foi alcançado pela Justiça. Por duas vezes, viu o sol nascer quadrado. A primeira vez que a Polícia Federal o levou para o xilindró foi em 23 maio de 2017. Acusação: superfaturamento de R$ 900 milhões nas obras do Mané Garrincha. A segunda prisão ocorreu em 23 de julho de 2020, apanhado numa operação que investigava propina de R$ 4,6 milhões na compra de leitos hospitalares no Governo Agnelo.

Página virada

Além de ter sido encarcerado, Agnelo sofreu outras punições. Em 2016, o Tribunal Regional Eleitoral tornou-o inelegível por oito anos e aplicou-lhe multa de R$ 1 milhão. Acusação: maracutaias na inauguração do Centrad. Apesar das condenações, Agnelo ainda tentou concorrer à Câmara dos Deputados em 2022, mas o Tribunal Superior Eleitoral cassou a candidatura. E assim, Agnelo se consolidou como página virada na história política de Brasília.

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