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Cid confirmou que recebeu ordem de Bolsonaro para fraudar cartões de vacina, diz PF

19 de março, 2024 / Por: Agência O Globo

Aos investigadores, ex-ajudante de ordens disse que certificados com dados falsos foram entregues na mão do ex-presidente

Cid confirmou que recebeu ordem de Bolsonaro para fraudar cartões de vacina, diz PF
Mauro Cid deve implicar Jair Bolsonaro em sua delação — Foto: Reprodução/YouTube

Ao indiciar Jair Bolsonaro (PL) pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação, a Polícia Federal apontou que o ex-ajudante de ordens afirmou ter fraudado os certificados de vacinação contra a Covid-19 por ordem do ex-presidente.

No relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) com o indiciamento de Bolsonaro, Cid e outras 15 pessoas, é citado trecho do depoimento em que ele afirma “QUE confirma recebeu a ordem do ex-Presidente da República, JAIR BOLSONARO, para fazer as inserções dos dados falsos no nome dele e da filha LAURA BOLSONARO; QUE esses certificados foram impressos e entregue em mãos ao presidente34”.

No documento, os investigadores também escrevem: “Em relação às inserções de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em benefício do então Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO e de sua filha LAURA FIRMO BOLSONARO, em termo de depoimento, o colaborador MAURO CESA BARBOSA CID afirmou que o então Presidente da República ao tomar conhecimento de que MAURO CESAR CID possuía cartões de vacinação contra a Covid-19 em seu nome e em nome de seus familiares, ordenou que o colaborador fizesse as inserções para obtenção dos cartões ideologicamente falsos para ele e sua filha LAURA”.


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Certificado falso de vacinação de Bolsonaro foi emitido do Palácio da Alvorada

A Polícia Federal (PF) identificou que o tenente-coronel Mauro Cid emitiu um certificado de vacinação falso do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua filha de dentro do Palácio da Alvorada. Cid acrescentou, em depoimento aos investigadores, que imprimiu o cartão e entregou diretamente a Bolsonaro.

O tenente-coronel Mauro Cid, durante depoimento em CPI do Distrito Federal — Foto Lula Marques/ Agência Brasil

Dados levantados pela PF mostram que a conta do aplicativo ConecteSUS de Bolsonaro foi acessada às 7h59 de um computador do Alvorada, residência oficial. Um minuto depois, o certificado foi emitido. Cid, então ajudante de ordens, fez login no computador às 7h58. Além disso, há o registro de que o tenente-coronel entrou no palácio às 7h57.


BS20240319130930.1 https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2024/03/19/certificado-falso-de-vacinacao-de-bolsonaro-foi-emitido-do-palacio-da-alvorada.ghtml

Imprensa internacional repercute indiciamento de Bolsonaro pela PF

A imprensa internacional repercutiu, nesta terça-feira, o indiciamento de Jair Bolsonaro pela Polícia Federal no inquérito que apura a falsificação de certificados de vacinação. Os documentos teriam sido expedidos para que o ex-presidente pudesse viajar para os Estados Unidos.

BS20240319150824.1 https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2024/03/19/imprensa-internacional-repercute-indiciamento-de-bolsonaro.ghtml

Bolsonaro recebeu “em mãos” cartão falso de vacinação, diz PF

PF indiciou ex-presidente pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação

A Polícia Federal afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu “em mãos” de seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid o cartão de vacinação contra a Covid-19 fraudado a partir de um esquema que contou com a sua participação.

É o que consta em relatório produzido durante a investigação que levou ao indiciamento do ex-presidente e de outras pessoas, como Cid, sob suspeita dos crimes de inserção de dados falsos em sistema público e associação criminosa.

Segundo a PF, Mauro Cid disse, em delação premiada firmada com a corporação, que Bolsonaro, ao saber que o tenente-coronel “possuía cartões de vacinação contra a Covid-19 em seu nome e em nome de seus familiares, ordenou que o colaborador fizesse as inserções para obtenção dos cartões ideologicamente falsos para ele e sua filha Laura”.

“Diante disso, MAURO CESAR CID, utilizando o mesmo modus operandi, solicitou a AILTON BARROS as inserções de dadas falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde, em benefício de JAIR MESSIAS BOLSONARO e LAURA FIRMO BOLSONARO. O colaborador ainda afirmou que imprimiu os certificados e entregou em mãos ao então Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO”, diz o relatório produzido pela PF.

Ainda de acordo com os investigadores, os elementos de prova coletados ao longo da investigação “são convergentes em demonstrar que Bolsonaro agiu com consciência e vontade determinando que seu chefe da Ajudância de Ordens intermediasse a inserção dos dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde em seu benefício e de sua filha Laura Bolsonaro”.

O advogado Fabio Wajngarten, que defende Bolsonaro, lamentou o “vazamento” da informação do indiciamento do ex-presidente pela PF. Segundo ele, o ato deveria “ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial”.

BS20240319133352.1 https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2024/03/19/bolsonaro-recebeu-em-maos-cartao-falso-de-vacinacao-diz-pf.ghtml

Assessor rasgou certificado falso de vacinação de Bolsonaro, diz Cid

PF afirma que investigados tentavam ‘apagar os rastros das condutas criminosas’

O tenente-coronel Mauro Cid relatou em seu acordo de delação premiada que o coronel Marcelo Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), rasgou os certificados falsos de vacinação de Bolsonaro e de sua filha e determinou a exclusão dos registros de que os dois teriam tomado o imunizante contra a Covid-19.

Para a Polícia Federal (PF), o episódio faz parte de uma tentativa de “apagar os rastros das condutas criminosas”. A afirmação consta em relatório no qual a corporação pediu o indiciamento de Bolsonaro, Cid, Câmara e outras 14 pessoas pela suposta participação de esquema.

Marcelo Câmara atuou como assessor de Bolsonaro — Foto: Reprodução

No relatório, a PF cita trecho de um depoimento da delação premiada de Cid. “O coronel Câmara ficou sabendo dos fatos, rasgou os certificados do ex-presidente e sua filha Laura Bolsonaro e solicitou que o colaborador desfizesse as inserções”, relatou o tenente-coronel.

Depois disso, os investigados atuaram para excluir do sistema do Ministério da Saúde os registros falsos da vacinação de Bolsonaro.

Marcelo Câmara atuava na Presidência durante o governo Bolsonaro e seguiu como assessor dele até outubro do ano passado. Em fevereiro, ele foi preso preventivamente devido a outra investigação, sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.

BS20240319133210.1 https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2024/03/19/assessor-rasgou-certificado-falso-de-vacinacao-de-bolsonaro-diz-cid.ghtml

PF aguarda informações dos Estados Unidos para saber se Bolsonaro usou certificado falso

Resposta do Departamento de Justiça pode identificar ‘novas condutas ilícitas’, de acordo com corporação

A Polícia Federal (PF) ainda aguarda receber informações do governo dos Estados Unidos para determinar se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros investigados utilizaram certificados falsos de vacinação para entrar no país. De acordo com a PF, em caso de resposta afirmativa, poderão ser identificadas “novas condutas ilícitas”.

O governo brasileiro realizou um acordo de auxílio jurídico com o Departamento de Justiça americano para esclarecer os fatos. Bolsonaro e outros investigados viajaram ao país no dia 30 de dezembro de 2022, penúltimo dia de seu governo. Na época, os Estados Unidos exigiam a comprovação de vacinação para entrada.

“A investigação aguarda os dados decorrente do Auxilio Jurídico em matéria penal solicitado junto ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos – DOJ, que podem esclarecer se os investigados fizeram uso dos certificados de vacinação ideologicamente falsos quando da entrada e estadia no território norte-americano, podendo configurar novas condutas ilícitas”, afirma o relatório da PF.


BS20240319141222.1 https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2024/03/19/pf-aguarda-informacoes-dos-estados-unidos-para-saber-se-bolsonaro-usou-certificado-falso.ghtml

Dados falsos de vacinação de Bolsonaro foram inseridos no SUS por secretário de Duque de Caxias, diz PF

Investigação apontou que, para entrar no sistema, João Carlos Brecha utilizou os serviços de internet do telefone celular de seu pai

A Polícia Federal indiciou João Carlos Brecha, então secretário de governo do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, por ter inserido dados falsos em certificados de vacinação contra a Covid-19 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de sua filha.

De acordo com o relatório final das investigações, enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Brecha teria utilizado “os serviços de internet do telefone celular cadastrado em nome de seu pai e posteriormente de sua residência para a prática criminosa”.

No documento, a PF aponta que os elementos de prova demonstram o contrário do que fora afirmado em depoimento pelo secretário, que negou participação no crime.

João Carlos Brecha, então secretário de governo do município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense — Foto: Linkedin

Brecha também havia alegado aos investigadores que não conhecia nem havia tido qualquer contato com o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Barros. No entanto, a análise da extração pericial dos dados armazenados no telefone celular apreendido com o militar, revelou que ele tinha em seu aparelho o contato telefônico do secretário. As mensagens entre ambos, no aplicativo WhatsApp, estavam apagadas.

Já a análise dos dados extraídos do aparelho apreendido com Brecha confirmou que também possuía o número de Ailton em sua agenda telefônica.

Além disso, a perícia revelou que, ao contrário do que fora afirmado por Brecha, ele manteve interações com Ailton em dezembro de 2022, quando ocorreram diversas inserções e exclusões de dados de vacinação dos investigados nos sistemas do Ministério da Saúde.

“Tais elementos de prova refutam a inexistência de relação entre os investigados e reforçam a participação de ambos no esquema criminoso”, concluem os investigadores.

Para a PF, Ailton foi acionado pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid para intermediar, junto a Brecha, as fraudes em benefício próprio e das três filhas, o que ocorreu em 17 de dezembro de 2022.

BS20240319135642.1 https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2024/03/19/dados-falsos-de-vacinacao-de-bolsonaro-foram-inseridos-no-sus-por-secretario-de-duque-de-caxias-diz-pf.ghtml