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ENTREVISTA // IBANEIS ROCHA: Brasília comemora 63 anos com diversas obras e novas ações

20 de abril, 2023

Governador anuncia investimentos na área social, na criação de empregos e planeja chegar ao final do mandato e dizer para a cidade: “Dever cumprido”.   […]

ENTREVISTA // IBANEIS ROCHA: Brasília comemora 63 anos com diversas obras e novas ações
O governador Ibaneis Rocha retomou o cargo com energia renovada e comemora os 63 anos de Brasília anunciando mais obras e serviços - Fotos: Renato Alves/Agência Brasília

Governador anuncia investimentos na área social, na criação de empregos e planeja chegar ao final do mandato e dizer para a cidade: “Dever cumprido”.

 

“O melhor começa agora”

KÁTIA SLEIDE e SILVIO AFONSO

O governador Ibaneis Rocha encara o futuro de Brasília – que está completando 63 anos – com muito otimismo. De volta do afastamento forçado, quando ficou 66 dias longe do governo, ele quer recuperar o tempo perdido acelerando as ações e obras. Reconhece que há problemas na saúde pública, que já vêm sendo combatidos com a contratação de pessoal e ampliação da rede de hospitais e UPAs, e enumera os problemas que causaram atrasos na entrega de algumas obras, como o Túnel de Taguatinga.

Em entrevista exclusiva para o jornal Brasília Agora, Ibaneis afirma que o cartão Prato Cheio passará a ser responsável pela alimentação de 100 mil famílias de brasilienses a partir de maio. E que investe na criação de empregos e na formação profissional, para ensinar uma profissão para milhares de pessoas. O governador avalia que hoje Brasília está muito melhor do que quando assumiu pela primeira vez o Governo do Distrito Federal. Mas ele garante: “O melhor começa agora”.

Brasília completa 63 anos. Como o senhor vê a cidade hoje e o que podemos esperar para os próximos anos?

Quando eu decidi entrar para a política foi por não me conformar com a paradeira da cidade. Eu tinha inclusive apoiado governadores anteriores que, quando assumiam, não davam conta de fazer o que a cidade precisava, o que era o destino da nossa capital, que é dar exemplo para o Brasil. Eu prometi que ia ser diferente e cumpri; tanto que fui eleito em primeiro turno na disputa pela reeleição. O Distrito Federal hoje é um lugar bem diferente. Brasília já ocupa as primeiras posições entre as melhores cidades para se fazer negócio, montar uma empresa, graças a uma série de ações e investimentos que fizemos, desde a transferência da Junta Comercial para administração do GDF até obras de infraestrutura em áreas de desenvolvimento, mudança de gabaritos, facilitação burocrática. Para se ter uma ideia criar uma empresa no DF hoje é questão de segundos.

Precisamos investir
ainda mais, em todas
as áreas, e é o
que vamos fazer

Mas houve muitas obras públicas neste período. No que elas contribuem para esse momento?

O Distrito Federal estava parado há tempos, o que causou um estrangulamento em várias áreas. A cidade não para de crescer e a infraestrutura tem que ser reorganizada, demanda investimento permanente. Essas obras – no caso das intervenções viárias – vão dar mais fluidez no trânsito, o que é bom para quem tem carro, mas também é bom para quem anda de ônibus. As pessoas estão ganhando tempo, que é muito precioso.

Quais outros setores priorizados?

Também fizemos investimento forte na educação. Hoje não há criança fora da escola, continuamos ampliando o número de vagas em creches e estamos começando um projeto de ampliação de determinadas unidades escolares, com a instalação de salas de aula modulares, que vão possibilitar diminuir o transporte de alunos, já que passarão a estudar mais perto de suas casas. Houve investimento também na saúde, com a construção de sete UPAs – e ainda vamos fazer mais duas – e de hospitais, um programa de ampliação da rede que não vai parar, ao contrário, está em pleno funcionamento; já lançamos o Hospital do Recanto das Emas, o do Guará e ainda faremos mais dois, além do Hospital do Câncer Dr Jofran Frejat, já em construção. Isso tudo foi feito para recuperar o tempo perdido, mas precisamos investir ainda mais, em todas as áreas e é o que vamos fazer.

Essas obras certamente atraem empresas, certo?

Sem dúvida. São obras que trazem mais qualidade de vida, que é um ativo forte na atração de empresas, porque dá conforto para executivos e funcionários, ao lado de facilidades que o Distrito Federal traz, como a localização geográfica no centro da América do Sul. Uma central distribuidora aqui barateia muito o preço do frete e nesta área a competição é muito grande. Por isso temos disponibilizado áreas e oferecido condições para que as empresas se instalem aqui, tragam emprego, renda e movimentem a economia como um todo, porque um emprego formal cria outros quatro. E neste ponto é preciso lembrar dos nossos programas de formação profissional.

Há espaço para mão de obra formada por esses programas?

Neste ponto também estamos inovando e fazendo a formação em áreas em que as empresas mais precisam. Fazemos uma busca ativa nas empresas já instaladas ou em vias de instalação e em seguida oferecemos o curso – os melhores são contratados imediatamente, como aconteceu recentemente com uma grande cadeia de supermercado. Em outra ponta, há também o RenovaDF que vem formando milhares de pessoas em serviços básicos, que aprendem uma profissão.

O DF está em primeiro
lugar no Brasil na
atualização do
cadastro único

Como é equilibrar as finanças e ações do governo entre as obras e as ações sociais?

Eu costumo dizer que governo é para quem precisa; aos ricos basta que a gente não atrapalhe. É por isso que este mês estamos chegando a 100 mil famílias atendidas pelo cartão Prato Cheio, garantindo a alimentação de mais de 400 mil pessoas. Estamos ampliando a rede de restaurantes comunitários – ainda neste semestre devemos inaugurar as unidades de Pôr do Sol/Sol Nascente e de Arniqueira, ambas oferecendo café da manhã por R$ 0,50 e refeição, almoço e jantar, por R$ 1,00. No passado, tivemos dificuldades com o recredenciamento da população carente, o que provocou muitas filas nos Cras, como vimos em muitas reportagens, mas agora está tudo normalizado e o DF está em primeiro lugar no Brasil na atualização do cadastro único, o que é uma vitória extraordinária.

Após afastamento forçado, volta ao comando do GDF foi “com muito gás” – Fotos: Renato Alves/Agência Brasília

E a reforma do Teatro Nacional, agora sai mesmo?

Já está saindo… A reforma mais complicada, que é a da Sala Martins Pena, já começou e logo quero anunciar a reforma da Sala Villa-Lobos, provavelmente com dinheiro do Banco de Brasília. Houve muita dificuldade para começar essa obra, porque o projeto ficou velho e foi necessário fazer uma série de adaptações e quando isso acontece todo o processo tem que ser revisado pela financiadora, no caso a Caixa Econômica Federal. Mas a reforma está saindo e em breve o Distrito Federal terá de volta o último de seus monumentos tombados que ainda estava fechado. Vale lembrar que já entregamos o Museu de Arte de Brasília, a Concha Acústica – agora estamos terminando o paisagismo de toda aquela margem do Lago Paranoá – e o Teatro Plinio Marcos. A antiga Sala Funarte, agora Sala Cássia Eller, também será entregue em alguns meses, com uma novidade: será o primeiro teatro brasileiro integralmente acessível.

O senhor prometeu ocupar o Centrad em Taguatinga, para sediar órgãos do governo, mas ele continua sem função. Por quê?

O Centro Administrativo já é do GDF. Depois de anos de tratativas com o consórcio construtor e os financiadores, nós já estamos administrando o espaço. Ainda há questões a serem resolvidas antes de conseguirmos o alvará definitivo para a ocupação total, mas nos próximos meses ele já começa a ser ocupado com uma agência do BrB, um posto do Na Hora e, quem sabe, até com salas de aula da Universidade do Distrito Federal. Para a ocupação definitiva temos que fazer uma série de obras viárias para que o Cengrad não acabe sendo um transtorno para a população de Ceilândia, Samambaia e Sol Nascente, principalmente. Mas os estudos estão bastante adiantados.

Estamos correndo
com tudo para que
as obras sejam
entregues o
mais rápido

Aliás, governador, muitas obras prometidas para o início do ano ainda não foram entregues…

Isso é fato. Mas uma coisa eu posso garantir à população: o GDF nunca atrasou uma fatura sequer. Os atrasos ocorrem por vários outros motivos, que vão desde o excesso de chuvas, que a gente nem pode reclamar muito porque enchem as nossas barragens e evitam qualquer problema de falta d’água, mas que irremediavelmente atrasam as obras. Foi o que aconteceu nos viadutos – especialmente de Sobradinho e Setor Gráfico – e no Túnel de Taguatinga. No túnel tivemos outros percalços, como o atraso na entrega de determinados equipamentos, desde exaustores até a central eletrônica. Outro fator de atraso das obras é que algumas empresas simplesmente quebraram e não puderam concluir o que estavam fazendo, o que demanda um novo processo de licitação. Mas estamos correndo com tudo para que as obras sejam entregues o mais rapidamente possível e com qualidade.

Ibaneis fala dos inúmeros projetos sendo desenvolvidos e das obras programadas – Fotos: Renato Alves/Agência Brasília

E quando teremos uma corrida no autódromo, outro equipamento abandonado há anos?

O autódromo está fechado há oito anos, mas volta ainda em 2023. Já começamos a reforma da pista – o investimento é do Banco de Brasília – e este ano teremos pelo menos uma corrida de Stock Car, uma de fórmula Truck e uma de motovelocidade, mas ainda não temos as datas fechadas. A partir dessas corridas, temos um plano ambicioso de transformar o autódromo num grande centro de esporte motor, com exposições, eventos nacionais e internacionais, devolvendo a ele a importância que já teve no passado, inclusive para a formação de pilotos e mecânicos.

E como é a sua relação com a Câmara Legislativa?

Não tenho o que reclamar. Os deputados – assim como eu – querem o melhor para o Distrito Federal. As vezes temos discordâncias pontuais, mas que são resolvidas com conversas permanentes. Mas eu sei que sempre posso contar com todos eles quando o interesse é o mesmo da sociedade.

Ao final deste ano
teremos uma cidade
bem diferente

O que a população pode esperar desse segundo mandato?

Voltei do afastamento forçado com muito gás. Temos projetos em todas as áreas sendo desenvolvidos, teremos muitas entregas e novas ações e obras programadas. Continuo lançando obras em todas as regiões, estamos reforçando as equipes de servidores da saúde e da educação, principalmente, acabamos de fazer várias nomeações para servidores da assistência social, sempre aperfeiçoando. Certamente, Brasília hoje está muito melhor do que quando assumi o governo pela primeira vez. Mas o melhor começa agora. Já no final deste ano teremos uma cidade bem diferente. Quero chegar no final do meu mandato e dizer para a cidade: “Dever cumprido”.