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Lewandowski diz que há indícios de que fugitivos continuam próximos a presídio e nega expandir buscas

13 de março, 2024 / Por: Agência O Globo

Ministro viajou à cidade no interior do Rio Grande do Norte para acompanhar buscas na véspera de fuga completar um mês

Lewandowski diz que há indícios de que fugitivos continuam próximos a presídio e nega expandir buscas
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, com a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, em Mossoró — Foto: Jamile Ferraris / MJSP

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quarta-feira que manterá a operação de busca por fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, nas redondezas do presídio. Segundo ele, há evidências de que os detentos que escaparam continuam na região, o que não justificaria expandir para outros estados.

O ministro viajou a Mossoró nesta quarta para acompanhar os trabalhos na véspera da fuga completar um mês. Os fugitivos, identificados como Rogério da Silva Mendonça, de 36 anos, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34 anos, escaparam da Penitenciária Federal de Mossoró no dia 14 de fevereiro. De acordo com as investigações, eles têm ligações com a facção criminosa Comando Vermelho.

— Temos hoje convicção de que eles se encontram na região ainda. No dia 2 de março foram avistados. E no dia 12 de março (ontem) houve rastreamento positivo, que foi feito a partir da constatação de que cães de determinada casa ficaram bastante agitados — afirmou Lewandoswki.

Segundo o ministro, cerca de 500 agentes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional estão mobilizados nas buscas. A preocupação também é com a segurança da população local.

— A estratégia será mantida e ela está sendo aperfeiçoada. A investigação é sofisticada: estamos localizando toda a rede de apoio. O custo da operação é elevado, mas é necessário. Não apenas para a recaptura de dois criminosos perigosos. Mas não podemos deixar a população local desamparada. Enquanto esse risco não se dissipar, manteremos o efetivo — disse o ministro.

Tidos como criminosos de alta periculosidade, os dois foragidos estavam na penitenciária de Mossoró desde setembro de 2023, após transferência por participarem de uma rebelião no presídio Antônio Amaro, no Acre, que resultou na morte de cinco detentos, três deles decapitados.

De acordo com o Lewandowsk, os investigadores têm convicção que os dois fugitivos estão recebendo ajuda externa, com alimentos e também roupas. A apuração apontou ainda que eles se deslocaram de automóvel no perímetro que está sendo vigiado – e não somente a pé.

Apesar de a identificação recente da localização dos criminosos, a dificuldade de capturá-los se mantém. Os dois estão em uma área de mata densa, repleta de grutas e pomares. Ou seja, eles têm acesso a água e alimentos, além de esconderijos.

Em entrevista ao SBT Brasil na segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu “ampliar espaço da investigação”, sugerindo que as buscas avançasse para outros estados.

— Porque vai chegar um momento em que você não vai continuar procurando [no mesmo local]. Mas, por enquanto, a gente tem que ficar lá porque a sociedade está assustada. E são dois bandidos perigosos — disse o presidente na ocasião.

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