Brasília Agora


DESTAQUE

Lula se compromete a zerar o desmatamento

16 de novembro, 2022

O presidente eleito discursou nesta quarta-feira (16), na COP27, que está sendo realizada no Egito. Lula reafirmou seu “inabalável compromisso” com a construção de um […]

Lula se compromete a zerar o desmatamento
Lula se reúne com John Kerry, dos EUA, e Xie Zhenhua, da China, que representam seus países, as duas maiores economias do mundo, no debate climático na #COP27.

O presidente eleito discursou nesta quarta-feira (16), na COP27, que está sendo realizada no Egito. Lula reafirmou seu “inabalável compromisso” com a construção de um mundo “mais justo, mais humano e mais solidário”, destacou que “não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida” e também propôs uma aliança mundial pela segurança alimentar para combater a fome e a desigualdade social.

Lula: “Vamos punir com todo rigor o responsável por qualquer atividade ilegal, seja garimpo, extração de madeira…”. Foto: reprodução

Lula discursa sobre política ambiental na ONU

O presidente eleito afirmou que “não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida”

O presidente eleito Lula (PT) discursou nesta quarta-feira (16) na COP 27, conferência internacional climática da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada no Egito. Lula reafirmou seu “inabalável compromisso” com a construção de um mundo “mais justo, mais humano e mais solidário”.

“O Brasil está pronto para se juntar novamente aos esforços para a construção de um planeta mais saudável e um mundo mais justo”, afirmou o petista. “O Brasil está de volta para reatar laços com o mundo, para cooperar com países mais pobres, estreitar relações com nossos irmãos latino-americanos e caribenhos”, completou.

O presidente eleito destacou que “não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida” e se comprometeu em zerar o desmatamento e a degradação dos biomas brasileiros até 2030. Lula também propôs a criação de uma aliança mundial pela segurança alimentar para combater a fome e a desigualdade social.

Segundo Lula, o combate às mudanças climáticas terá destaque na estrutura do seu próximo governo, que começa no dia 1º de janeiro de 2023. “Vamos punir com todo rigor o responsável por qualquer atividade ilegal, seja garimpo, extração de madeira… Esses crimes afetam sobretudo os povos indígenas”, ressaltou.

O presidente eleito destacou dados sobre o desmatamento na Amazônia e afirmou que “essa devastação ficará no passado”. “A produção agrícola sem equilíbrio ambiental deve ser considerada uma ação do passado. Não precisamos desmatar sequer um metro de floresta para continuarmos a ser um dos maiores produtores de alimento do mundo”, ressaltou Lula.

Lula afirmou que seu governo apresentará formalmente as iniciativas de realizar a Cúpula dos Países Membros do Tratado de Cooperação Amazônica e de sediar a realização da COP 30, em 2025, em algum estado amazônico.

O presidente eleito também afirmou que cobrará da ONU promessas feitas anteriormente, como na COP 15, realizada em 2009 na Dinamarca, em que países ricos se comprometeram a criar um fundo de combate as mudanças climáticas a partir de 2020.

“Eu não voltei para fazer o mesmo que eu já tinha feito. Eu voltei para fazer mais. Por isso esperem um Lula muito mais cobrador, para que a gente possa fazer um mundo efetivamente mais justo e humanamente melhor”, concluiu.

Mais cedo, Lula recebeu uma carta de compromissos e propostas para a transição climática da Amazônia elaborada pelos nove governadores que compõem o consórcio da Amazônia Legal e lida pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). (Do Congresso em Foco).

Urzula Kasperek (Under 2) e o secretário de Meio Ambiente, Sarney Filho

Distrito Federal reafirma compromisso com aliança climática global

O secretário do Meio Ambiente, Sarney Filho se encontrou com a gerente de diplomacia climática da Coalizão Under2 Climate Group, Urzula Kasperek, quando reafirmou o compromisso do Governo do Distrito Federal com a agenda global para conter as mudanças climáticas.

Na ocasião, ele apresentou o bioma Cerrado, contextualizando a produção de água e a importância da fronteira com a Amazônia. A agenda ocorreu na terça-feira (15), na Blue Zone da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), em Sharm-El Sheikh, no Egito.

Em setembro, o governador Ibaneis Rocha assinou um Memorando de Entendimento com a Coalizão Under2, o que representou um passo importante no compromisso climático do DF, segundo Sarney Filho. “O apoio de iniciativas como a Under2 é importante para a implementação das ações de mitigação dos gases de efeito estufa e para promover ações de adaptação que reduzam as vulnerabilidades, sobretudo aquelas relacionadas aos eventos climáticos extremos e os impactos sobre os recursos hídricos do DF”, afirmou.

O secretário ressaltou ainda que o Distrito Federal tem lugar de destaque entre os entes subnacionais quando o assunto é enfrentamento das mudanças climáticas. “Além do Decreto 43.313, que instituiu, em junho deste ano, o Plano de Carbono Neutro e sua Contribuição Distritalmente Determinada (CDD), a Sema elaborou, com o apoio do Projeto CITinova de Cidades Sustentáveis, o inventário de emissões de gases de efeito estufa e os planos de mitigação e adaptação às mudanças climáticas”, explicou.

“Brasília encontra-se no Cerrado, o segundo maior bioma da América do Sul, caracterizado pela produção de água para as grandes bacias hidrográficas do Brasil e faz fronteira com a Amazônia. Então, é importante preservá-lo também como uma forma de reduzir a pressão sobre o maior bioma brasileiro”, disse.

Urzula Kasperek destacou que, ao compor o grupo, o DF está apto a participar de fóruns subnacionais pelo mundo, com intercâmbio de informações e experiências, além de receber apoio técnico para a elaboração de projetos, programas e ações de enfrentamento à mudança climática. “A formulação de projetos conjuntos, com outros entes subnacionais, é fortemente estimulada, pois permite maior abrangência e impacto dos resultados apoiados pela coalizão”, disse ela.

A Under2 é uma aliança climática que reúne mais de 260 estados, regiões e províncias em todo o mundo, representando cerca de 1,75 bilhão de pessoas e 50% da economia global.