DESTAQUE
Mutirão para renegociar dívidas de bancos começa nesta terça-feira
1 de novembro, 2022Campanha deste ano vai alertar sobre o superendividamento e a possibilidade de seu tratamento Podem participar pessoas físicas com dívidas não atreladas a bens de […]
Campanha deste ano vai alertar sobre o superendividamento e a possibilidade de seu tratamento
O consumidor poderá renegociar dívidas com bancos e reequilibrar suas finanças no Mutirão Nacional de Negociação de Dívidas e Orientação Financeira, que começa nesta terça-feira (1º) e vai até o dia 30 de novembro.
A ação é promovida pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), BC (Banco Central), Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) e Procons de todo o país, com a participação de mais de 160 instituições.
Podem participar pessoas físicas que tenham dívidas em atraso contraídas de bancos ou instituições financeiras não atreladas a bens dados em garantia. O interessado deve acessar a página do Mutirão, onde encontrará orientações sobre como negociar a dívida em atraso, além de informações sobre como organizar suas finanças, melhorar sua saúde financeira e dicas sobre como identificar o superendividamento.
Neste ano, a campanha vai alertar sobre o superendividamento e a possibilidade de seu tratamento. Pela lei, esses cidadãos superendividados têm direito à renegociação global, com todos os credores simultaneamente, possibilitando acordos mais adequados que a negociação com cada banco e a solução efetiva para o problema do superendividamento.
Por isso, a orientação é de que as pessoas com suspeita de superendividamento não renegociem suas dívidas pelo Mutirão, mas busquem ajuda especializada nos órgãos de proteção e defesa do consumidor, cujos links estarão disponíveis na página do Mutirão.
As negociações do Mutirão serão realizadas por meio da plataforma Consumidor.gov.br ou dos canais diretos das instituições participantes, disponíveis na página do Mutirão.
Também o interessado terá acesso ao link do Registrato, sistema do Banco Central com informações de dívidas com bancos e órgãos públicos, cheques devolvidos, contas, chaves Pix e operações de câmbio, e a plataforma de educação financeira Meu Bolso em Dia Febraban.
No último Mutirão, realizado em março de 2022, foram negociados 1,7 milhão de contratos em atraso durante 25 dias.
Cerca de quatro em cada cinco lares brasileiros (79,3%) têm dívidas, de acordo com dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Para ajudar as famílias nessa situação, Reinaldo Domingos, presidente da Abefin (Associação Brasileira de Profissionais de Educação Financeira), listou sete passos para sair das dívidas.
Confira as dicas abaixo
1- Liste as dívidas
Colocar na ponta do lápis todas as dívidas que possui, e separar as que correspondem a serviços e produtos de necessidade básica, que não podem ser cortados (como água, energia elétrica, gás e aluguel) e as que têm juros mais altos (como cartão de crédito e cheque especial), considerando essas prioritárias para o pagamento
Antes de sair se enrolando para pagar, faça um diagnóstico financeiro, para saber como pode diminuir as despesas mensais e fazer sobrar dinheiro para pagar as dívidas em atraso
2 – Anote seus gastos
Liste, durante 30 dias, todos os gastos que tiver, separados por tipo de despesa. Isso inclui gastos ‘pequenos’, que podem até ser considerados menos importantes, como gorjetas e guloseimas, pois no fim do período será possível compreender de que forma, efetivamente, seu dinheiro está sendo usado.
Feito isso, reflita sobre os hábitos e comportamentos que o levaram a chegar a essa situação, assim saberá o que deve mudar e quais gastos poderá reduzir ou eliminar
3 – Atenção ao negociar
Tenha em mente que só se deve negociar uma dívida quando se tem condições de fazer isso, pois um passo precipitado pode piorar a situação. Portanto, só procure um credor quando já souber quanto terá disponível mensalmente para pagar e, então, poder negociar
Pexels
4 – Tenha cautela
Trocar uma dívida pela outra nem sempre é a melhor opção. É claro que o crédito consignado, por exemplo, oferece juros baixos em comparação aos de cartão de crédito, cheque especial e financiamento, já que o pagamento é retido diretamente do salário.
Justamente por isso, é preciso cautela, já que, para quem já está com dificuldade em administrar as finanças, ter sua renda habitual reduzida pode desencadear novos endividamentos e problemas ainda maiores, e virar uma bola de neve
5 – Fuja de compras por impulso
Para não agravar a situação, antes de realizar qualquer compra, questione se realmente precisa do bem, quais são os benefícios que ele vai trazer e qual é a necessidade real da compra.
Ao responder às questões, terá uma grande surpresa sobre a quantidade de coisas adquiridas apenas por impulsividade ou movidas por outro sentimento, como carência, baixa autoestima ou influência de terceiros
6 – Estabeleça sonhos
Em momentos de crise financeira, que são passageiros, é importante resgatar sonhos, objetivos que realmente importam e que farão a pessoa ter ainda mais motivos para ‘dar a volta por cima’.
É preciso relacionar no mínimo três sonhos: um de curto prazo (a ser realizado em até um ano), um de médio prazo (entre um e dez anos) e outro de longo prazo (acima de dez anos), e um deles deve ser o de sair das dívidas
7 – Invista
Com os números do diagnóstico financeiro em mãos, é possível conhecer a sua força de poupança após os cortes para realizar o sonho de sair das dívidas sem que tenha que fazer outra dívida.
Mês após mês, é preciso aplicar esse dinheiro em um investimento que seja coerente ao tipo de objetivo (prazo) e ao perfil do investidor. Caso tenha dificuldade para investir, é válido consultar um especialista
‘Sempre costumo dizer que ter dívidas não é um problema, e muitos me questionam, mas a verdade é que o maior problema é não conseguir arcar com esse compromisso, que é justamente o que acontece atualmente com milhões de brasileiros. É preciso mudar o comportamento em relação ao uso do dinheiro para construir uma vida mais sustentável financeiramente, tratar o problema na raiz, e evitar, assim, entrar num ciclo de endividamento’, orienta Reinaldo Domingos, presidente da Abefin