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O impacto da saúde no ESG

23 de maio, 2023

Dentro das possíveis abordagens e perspectivas das práticas de ESG (ambiental, social e governança), há amplo reconhecimento sobre a importância da aplicação do “S”, que […]

O impacto da saúde no ESG
ESG - Arte reprodução da internet

Dentro das possíveis abordagens e perspectivas das práticas de ESG (ambiental, social e governança), há amplo reconhecimento sobre a importância da aplicação do “S”, que contempla os aspectos Sociais desse conjunto de boas práticas, demonstrando a sustentabilidade de uma empresa no ambiente em que atua, através da promoção de ações sociais que melhoram a qualidade de vida, saúde e o dia-a-dia de colaboradores e da comunidade.

Essa crescente preocupação se dá, também, pois durante a pandemia da COVID-19 (2020-2022) os casos de transtornos mentais decorrentes do trabalho dobraram. De acordo com o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, foram registrados uma média de 2,4 mil casos de depressão e ansiedade, além de notificações de distúrbios psíquicos relacionados ao trabalho. O debate sobre saúde mental tem saído do estigma tradicional e tem adentrado no cotidiano de muitos trabalhadores e jovens.

Nos dias atuais, essa pauta tem sido alavancada pela Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010), devido ao fato de especialistas em saúde reconhecerem a importância de um ambiente de trabalho saudável, que diminui as ocorrências de problemas psicológicos e comportamentais, muitas vezes resultando em um quadro de ansiedade ou depressão profunda.

Embora a relação direta entre as práticas ESG e a saúde possa não ser imediatamente aparente, existem várias maneiras pelas quais esses dois conceitos se relacionam. Assim, dentro do S de ESG, há ações que contemplam a saúde, bem-estar e abordam desde Direitos Humanos até relações e práticas de trabalho. A promoção de um ambiente de trabalho saudável contribui não só para a prática social de ESG, mas também para o alcance de alguns dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como o ODS 3, “Saúde e bem-estar”, o ODS 5 “Igualdade de gênero”, ODS 8 “Trabalho decente e crescimento econômico” e o ODS 10 “Redução da desigualdade”.

Investir na saúde e bem-estar dos trabalhadores é fundamental para toda e qualquer empresa. Esse cuidado gera a redução de doenças infectocontagiosas, como gripes e resfriados, que podem se espalhar rapidamente em ambientes de trabalho e resultar em altos índices de absenteísmo. Além disso, outra questão que merece destaque são os programas de prevenção do câncer por meio de exames regulares, que também ajudam a promover uma maior qualidade e longevidade.

A saúde e o bem-estar dos colaboradores são considerados fatores-chave para estabelecer satisfação e engajamento no ambiente de trabalho. Em um espaço onde há incentivos à alimentação saudável e prática de atividade física, é possível observar mais produtividade, desempenho, boa saúde física e mental, mais concentração e motivação para realizar as tarefas com eficiência.

No âmbito da saúde do trabalhador, as práticas ESG incentivam as empresas a fornecerem ambientes de trabalho saudáveis e seguros para seus colaboradores contando, muitas vezes, com ações simples como a presença de luz natural, ergonomia, espaço verde, ruído, escolhas alimentares, exercícios, deslocamento, equidade e flexibilidade, que são igualmente importantes para a promoção do bem-estar e saúde de toda a equipe.

Considerando que, por muitas vezes, o tempo de permanência no trabalho é superior ao de permanência em suas casas, é importante que haja um ambiente de aprendizado seguro e estimulante. Ao adotar medidas sustentáveis, responsáveis e socialmente conscientes, as empresas podem contribuir para a melhoria da saúde das pessoas e das comunidades em que operam.

 

Por Eduardo Fayet
Especialista em Relações Institucionais e Governamentais e ESG
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