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O que esperar da F1 2023? Veja novidades e promessas da temporada

4 de janeiro, 2023

No primeiro ano “pós-revolução” no regulamento técnico, F1 terá três novatos e o maior calendário da história, além da expectativa por uma briga tripla entre […]

O que esperar da F1 2023? Veja novidades e promessas da temporada
Max Verstappen no GP da Holanda (Twitter)

No primeiro ano “pós-revolução” no regulamento técnico, F1 terá três novatos e o maior calendário da história, além da expectativa por uma briga tripla entre equipes

A F1 2023 só começa no dia 5 de março, com o GP do Bahrein, mas já há muito o que esperar desta temporada. Novos rostos no grid, o maior calendário da história, a esperança por uma briga parelha entre RBR, Ferrari e Mercedes… Este é, ainda, o primeiro ano após a instauração do novo regulamento técnico, que prometeu aumentar a competitividade entre as equipes. O porpoising, que gera as oscilações verticais nos carros, será corrigido?

Para começar bem o ano, o ge separou os principais pontos para ficar de olho na Fórmula 1 em 2023. Confira!

O que esperar da F1 2023? Veja promessas e novidades da temporada — Foto: Infoesporte

O que esperar da F1 2023? Veja promessas e novidades da temporada — Foto: Infoesporte

A turma dos calouros

A F1 2023 terá a estreia de três calouros como titulares: Oscar Piastri (McLaren), Logan Sargeant (Williams) e Nyck de Vries (AlphaTauri). Tratando-se de experiência na elite, De Vries sai na frente: o holandês substituiu Alex Albon às pressas no GP da Itália e não só correu, como pontuou.

Logan Sargeant participou de quatro sessões de treinos livres na F1 2022. O americano – o primeiro de seu país a participar da F1 desde 2015 – estava nos planos da Williams antes mesmo de conseguir sua superlicença. Com a obtenção do documento, foi confirmado.

Oscar Piastri, Nyck de Vries e Logan Sargeant serão os calouros da F1 2023 — Foto: Infoesporte

Oscar Piastri, Nyck de Vries e Logan Sargeant serão os calouros da F1 2023 — Foto: Infoesporte

Já Oscar Piastri… É seguro dizer que muitos olhos estarão voltados ao australiano de 21 anos, que foi o ponto central da grande novela do mercado de transferências. Após negar a promoção na Alpine, cuja Academia lhe formou, Piastri só foi anunciado na McLaren após o término de uma briga judicial entre as equipes. Ele substitui Daniel Ricciardo, que teve seu vínculo rescindido de forma precoce, na equipe de Woking.

Haverá ainda o retorno de Nico Hulkenberg, que de calouro não tem nada, com 198 GPs na bagagem. O alemão preenche a vaga que pertencia a Mick Schumacher na Haas, última equipe a definir sua dupla para 2023.

O que acontece em Vegas…

A recente americanização da F1, que teve como pontapé inicial a venda para a Liberty Media, será vista com ainda mais força em 2023. Na próxima temporada, a elite do automobilismo terá três corridas nos Estados Unidos pela primeira vez. É o país com mais etapas no calendário.

Traçado atualizado para o GP de Las Vegas, que retorna à F1 em 2023 — Foto: Divulgação/F1

Traçado atualizado para o GP de Las Vegas, que retorna à F1 em 2023 — Foto: Divulgação/F1

Além de Austin (Texas) e Miami, a F1 vai voltar a Las Vegas para um já celebrado – e amplamente divulgado – GP noturno e de rua, que será a penúltima corrida do ano. A categoria passou pela “Cidade do Pecado” em 1981 e 1982, mas em local diferente do que será utilizado em 2023. Agora, os 20 pilotos passarão pela Las Vegas Strip, rua onde se localizam os mais famosos cassinos e hotéis da cidade.

O pós-revolução técnica

O ano de instauração de um novo regulamento é sempre uma caixinha de surpresas – especialmente se pensarmos que, em 2022, tivemos uma revolução técnica. Com o retorno do efeito solo, a F1 viu ressurgir também o porpoising (oscilações verticais, “golfinhada”, como preferir). Os carros estão menores, mas não empolgaram, apesar de promissores.

Neste ano, como forma de combater o porpoising, a altura do assoalho dos carros aumentará 15mm. A altura do funil do difusor também vai crescer, com o cuidado, segundo a FIA, de que não haja impacto no desenho de componentes mecânicos das equipes. A borda do difusor ficará mais rígida, além da adição de um sensor obrigatório para monitorar os quiques.

RBR comemora pentacampeonato de construtores da F1 em 2022, no GP dos EUA — Foto: Getty Images / Red Bull Content Pool

RBR comemora pentacampeonato de construtores da F1 em 2022, no GP dos EUA — Foto: Getty Images / Red Bull Content Pool

A grande promessa do atual regulamento é de que a competitividade geral aumente. Em 2022, nos números, Max Verstappen e RBR fizeram história com suas hegemonias. Para 2023, o “pós-revolução”, pode-se esperar que as equipes tenham um melhor entendimento do que funciona ou não em seus carros. Afinal, a primeira prova de fogo já passou. A partir daí, o ideal é que as escuderias se equiparem gradativamente.

Novos ares na Ferrari

O dia 9 de janeiro de 2023 marcará a estreia do francês Fréderic Vasseur, ex-Alfa Romeo, como chefe de equipe da Ferrari. A vaga surgiu quando Mattia Binotto, que ocupava o cargo desde 2019 – e estava na Ferrari desde 1995 -, entregou sua demissão à escuderia após uma gestão de altos e baixos. O 2022 italiano foi marcado por erros individuais e coletivos: a equipe teve apenas oito corridas sem quaisquer problemas.

Charles Leclerc e Frederic Vasseur durante período em que o monegasco esteve na Sauber — Foto: Charles Coates/Getty Images

Charles Leclerc e Frederic Vasseur durante período em que o monegasco esteve na Sauber — Foto: Charles Coates/Getty Images

Vale ressaltar que Fred já tem um relacionamento prévio com Charles Leclerc, vice-campeão da F1 2022. Os dois trabalharam juntos na ART Grand Prix, quando Leclerc conquistou o título da GP3 (atual Fórmula 3), em 2016.

Além disso, o francês foi o chefe do piloto em sua temporada de estreia na F1, pela Sauber (hoje Alfa Romeo), em 2018. A proximidade dos dois pode influenciar o jogo de equipe da Ferrari?

RBR x Mercedes x Ferrari

Uma das mais afetadas pelo porpoising, a Mercedes decepcionou com seu W13 em 2022. Antes octacampeã consecutiva de construtores, a equipe alemã teve seu reinado interrompido pela rival RBR. E a escuderia de Brackley só venceu uma corrida pela primeira vez em 2022 no GP de São Paulo, a penúltima etapa do ano passado. Mas mesmo assim, passou por uma evolução nítida.

Tão nítida que a expectativa das rivais diretas, RBR e Ferrari, é que a Mercedes seja a grande ameaça da temporada. A RBR espera um “ano difícil” – nas palavras do projetista e chefe técnico Adrian Newey – e também pesa a experiência de Lewis Hamilton como fator diferencial. Charles Leclerc, por sua vez, aponta as melhorias no W13 ao longo do ano como bom prenúncio para os alemães.

A RBR quer começar uma nova era de domínio na F1, similar à já vivida entre 2010 e 2013 pelos austríacos. Já a Ferrari, ameaçada pela Mercedes na reta final de 2022, tem o vice-campeão Charles Leclerc. O último título de construtores da escuderia italiana foi em 2008; de pilotos, em 2007, com Kimi Raikkonen. Teremos uma briga tripla?

Brazucas no paddock

O Brasil segue sem representantes no grid titular desde a aposentadoria de Felipe Massa, mas isso não significa que o país não está presente na F1. Em 2023, serão três pilotos desempenhando funções na elite do automobilismo.

Felipe Drugovich ficou com o terceiro lugar na corrida 1 da Fórmula 2 em Abu Dhabi, mas foi o campeão da temporada da modalidade — Foto: Dutch Photo Agency

Felipe Drugovich ficou com o terceiro lugar na corrida 1 da Fórmula 2 em Abu Dhabi, mas foi o campeão da temporada da modalidade — Foto: Dutch Photo Agency

Felipe Drugovich, campeão da F2 em 2022, assume o cargo de piloto reserva da Aston Martin, mas sem descartar planos em outras categorias. Já Enzo Fittipaldi, neto do bicampeão Emerson, é o mais novo integrante da academia da RBR. Pietro, irmão de Enzo, segue como piloto reserva da Haas, cargo que ocupa desde 2018.

O que será de Lewis Hamilton?

O ano começou e, com ele, os últimos 365 dias de contrato de Lewis Hamilton na Mercedes. No dia 7 de janeiro, o britânico completará 38 anos, que o colocam como segundo piloto mais velho do grid, atrás apenas de Fernando Alonso.

Lewis Hamilton concedeu entrevista exclusiva ao ge às vésperas do GP de São Paulo da F1 2022 — Foto: Divulgação

Lewis Hamilton concedeu entrevista exclusiva ao ge às vésperas do GP de São Paulo da F1 2022 — Foto: Divulgação

Seria esta a última dança? Em 2022, Hamilton viveu um de seus anos mais conturbados na F1 e, pela primeira vez na carreira, não venceu uma única corrida na temporada. O heptacampeão já sugeriu que quer continuar correndo na F1. O W14, sucessor do W13, pode aumentar ou diminuir esse desejo?

As 23 corridas de 2023

A próxima temporada será a maior da história da Fórmula 1, com 23 corridas confirmadas. Pode parecer muito, mas o número já foi ainda maior. Quando a FIA divulgou o calendário, eram 24 corridas previstas – é o máximo permitido pelo Pacto de Concórdia, que rege a categoria e cuja redação atual vai até 2025.

George Russell comemora vitória na corrida classificatória no GP de São Paulo — Foto: Bryn Lennon - Formula 1/Formula 1 via Getty Images

George Russell comemora vitória na corrida classificatória no GP de São Paulo — Foto: Bryn Lennon – Formula 1/Formula 1 via Getty Images

Com o cancelamento do GP da China por restrições devido à pandemia do novo coronavírus, o número caiu. Mas o cronograma segue sendo o maior de todos os tempos. Como isso vai impactar no lado físico dos atletas? Hamilton, ao ge, disse que o assunto o deixava “em conflito”: se por um lado correr é uma paixão, por outro, são muitas etapas.

Além da extensão do calendário regular, o número de corridas classificatórias (que, no sábado, definem o grid de domingo) também cresceu. A partir deste ano, serão seis, o dobro do visto até aqui. O autódromo de Interlagos, talvez o maior exemplo de sucesso do formato, receberá a sprint race mais uma vez. Outras sedes são: Áustria, Azerbaijão, Bélgica, Catar e Austin (Estados Unidos).

Fonte: Por Bárbara Mendonça e Bruna Rodrigues — Rio de Janeiro