Brasília Agora


POLÍTICA

PF apura indícios de que Abin de Ramagem montou operação paralela para inocentar Jair Renan

25 de janeiro, 2024

► Filho do presidente era alvo de investigação que apurava suspeitas de tráfico de influência; inquérito foi concluído sem apontar crimes A Polícia Federal apura […]

PF apura indícios de que Abin de Ramagem montou operação paralela para inocentar Jair Renan
Policiais fazem buscas em gabinete e apartamento do deputado federal Alexandre Ramagem, que comandou Abin na gestão Bolsonaro - Foto: Reprodução/GloboNews

Filho do presidente era alvo de investigação que apurava suspeitas de tráfico de influência; inquérito foi concluído sem apontar crimes

A Polícia Federal apura indícios de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) montou uma operação paralela para tentar tirar Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, da mira de uma investigação envolvendo suspeitas de tráfico de influência no governo e que posteriormente foi arquivada.

Na ocasião, a PF já havia apontado que uma ação da Abin havia atrapalhado as investigações envolvendo Jair Renan. Agora, os policiais encontraram elementos que indicam como motivação uma tentativa de livrar o filho do presidente das suspeitas que recaíam sobre ele — e de incriminar o ex-sócio de Jair Renan.

Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente da República (Reprodução/Instagram)

À época, Jair Renan abriu um escritório no estádio Manu Garrincha, em Brasília, e passou a atuar em parceria com o seu ex-personal trainer para angariar patrocinadores dispostos a investir no novo negócio do filho do presidente.

A PF passou a investigar o caso após a revista VEJA revelar que Jair Renan e seu ex-personal trainer intermediaram uma reunião de empresários com integrantes do governo Bolsonaro. O inquérito foi arquivado em agosto de 2022.

Durante a investigação da PF naquela época, a Abin passou a seguir os passos do ex-personal trailer de Jair Renan. A ação de espionagem foi flagrada pela Polícia Militar do Distrito Federal, que abordou um integrante da Abin dentro do estacionamento do ex-parceiro do filho do presidente.

Ao prestar esclarecimentos na PF, o agente da Abin informou que recebeu a missão de um auxiliar de Ramagem de levantar informações sobre um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil que teria sido doado ao filho do ex-presidente e ao seu personal trainer por um empresário do Espírito Santo que estava interessado em ter acesso ao governo. “O objetivo era saber quem estava utilizando o veículo”, disse Felix na época. O empresário chegou a ter uma reunião com o então ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional.

Ramagem, nome do PL para a disputa da Prefeitura do Rio de Janeiro, é figura próxima de Bolsonaro e era um dos homens de confiança do então presidente. Em agosto de 2022, o GLOBO revelou que a PF informou em um relatório que o órgão de inteligência sob a gestão Ramagem atrapalhou o andamento da investigação envolvendo Jair Renan.

Ao analisar o caso, a PF afirmou em um relatório que a PF interferiu nas investigações e que depois que a operação foi descoberta, Allan Lucena decidiu devolver o automóvel elétrico. “A referida diligência, por lógica, atrapalhou as investigações em andamento posto que mudou o estado de ânimo do investigado, bem como estranhamente, após a ampla divulgação na mídia, foi noticiado, também, que o sr. Allan Lucena teria ‘devolvido’ veículo supostamente entregue para o sr. Renan Bolsonaro”, informou a PF.

O GLOBO mostrou em agosto de 2022 que o relatório da polícia citava que essa interferência da Abin pode ter estimulado os dois investigados a combinarem versões e ressaltava que não havia “justificativa plausível” para a diligência do órgão de inteligência. Na época, a Abin dizia que não havia registro da ação no sistema. O agente Luiz Felix, por sua vez, não quis comentar. Ele foi desligado do órgão 13 dias depois de ter sido flagrado em missão. Jair Renan sempre negou ter ganhado um carro ou aberto as portas do governo a empresários.

FirstMile

Ramagem, sete policiais federais e três servidores da Abin são alvos de uma operação da PF nesta quinta-feira que apura o uso do programa espião de monitoramento de celulares First Mile pela agência de inteligência. A polícia investiga se a agência usou a ferramenta para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários de Bolsonaro.

A PF apura se a Abin produziu dossiês envolvendo os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e se monitorou o ministro da Educação Camilo Santana quando ele era governador do Ceará.

(Agência O Globo) — Foto: Reprodução/GloboNews

Legenda da foto: Policiais fazem buscas em gabinete e apartamento do deputado federal Alexandre Ramagem, que comandou Abin na gestão Bolsonaro

Deputado federal e ex-presidente da Abin Alexandre Ramagem — Foto: Agência Câmara

Agentes da PF restringem acesso ao gabinete do deputado e ex-diretor da Abin

Agentes da Polícia Federal (PF) chegaram por volta das 6h30 da manhã desta quinta-feira ao gabinete do deputado federal Alexandre Ramagem (PL) na Câmara dos Deputados, em Brasília.

O parlamentar, que foi diretor da da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), é um dos alvos da Operação First Mile, que investiga o suposto monitoramento ilegal feito pelo órgão.

A Anexo IV da Câmara, onde fica localizado o gabinete 401, do parlamentar, tem o acesso restrito. Uma faixa posicionada no início do corredor impede a entrada de pessoas não autorizadas no local.

Cerca de quatro policiais federais cumprem o mandado de busca e apreensão no gabinete. Como de praxe, eles são acompanhados por policiais legislativos, que observam a diligência na porta do gabinete. Além disso, um advogado da Câmara também acompanha a ação.

Saiba como funciona o FirstMile, programa da Abin que foi alvo da PF

Brecha no sistema de telecomunicações ficou famosa a partir de 2014 e permite desenvolvimento de ferramentas que identificam localização de alvos

A Polícia Federal realiza nesta quinta-feira uma operação para investigar a suspeita de uso ilegal de um programa de monitoramento de celulares por parte de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O principal alvo é o ex-presidente da agência, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL). A arapongagem clandestina seria feita por meio do uso do software FirstMile.

O programa comprado pela Abin para monitorar a localização de alvos pré-determinados se baseia em dois sistemas que fazem parte da arquitetura da rede de telecomunicações do país. Ele teria sido utilizado sem a devida autorização judicial.

Conforme O GLOBO revelou em março do ano passado, os dados são coletados por meio da troca de informações entre os celulares e antenas para conseguir identificar o último local conhecido da pessoa que porta o aparelho. O sistema foi utilizado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando o diretor da agência era Alexandre Ramagem, que atualmente é deputado federal (PL-RJ).

Em 2022, a Associação Brasileira das Indústrias de Material de Defesa e Segurança (Abimde) conferiu ao FirstMile, nome do sistema utilizado pela Abin, uma “declaração de não-similaridade”. O documento é utilizado para a contratação do sistema sem a necessidade de licitação, já que só existe apenas um fornecedor. No documento, a entidade identificou o programa como um “serviço de geolocalização de dispositivos móveis em tempo real, capaz de decodificar as identidades lógicas dos dispositivos e de gerar alertas sobre a rotina de movimentação dos alvos de interesse”. Ainda de acordo com o documento, o programa usa a “infraestrutura GMLC e Sistema de Sinalização por Canal Comum”.

De acordo com especialistas, as designações técnicas apontam que o sistema usa, de alguma forma, a rede comum de celulares de operadoras de telefonia. A descoberta dessa vulnerabilidade ficou famosa a partir de 2014, quando dois especialistas alemães estudaram como outro programa parecido da mesma empresa que fornece o FirstMile conseguia esses dados, chamado de SkyLock.

O Sistema de Sinalização por Canal Comum remonta à década de 1970 e é o que permite a conexão entre dois celulares: em outras palavras, para completar uma ligação entre duas pessoas, a rede de telefonia precisa saber a qual antena cada celular está conectado.

A vulnerabilidade do sistema, entretanto, é que esse pedido interno na rede de celular não costuma ser bloqueado por operadoras. Ou seja, uma operadora japonesa consegue localizar um celular no Brasil quando precisa completar uma ligação. Internamente, o retorno dessa busca indica a localização do celular. Atualmente, o acesso ao sistema interno é fácil e pode ser adquirido de empresas de telecomunicação por centenas de euros.

Esse tipo de ferramenta já é conhecido no mundo da espionagem e contra-espionagem mundial, ou até para usos da segurança pública, em divisões de anti-sequestro ou presídios.

Além da prisão preventiva de dois agentes, a operação da PF cumpre 25 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e no Distrito Federal. As medidas judiciais foram autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Ex-deputado Jean Wyllys — Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados

PF investiga se Abin espionou Jean Wyllys, funcionário do TSE e servidor do Ibama; entenda

São cumpridos 21 mandados de busca e apreensão contra o deputado Alexandre Ramagem, policiais federais e servidores da agência

A lista completa das pessoas monitoradas ilegalmente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) ainda não é conhecida, mas há entre os alvos políticos, servidores públicos e adversários do ex-presidente. Nesta manhã, a Polícia Federal realiza uma operação justamente contra suspeitos de operarem o espião.

Como O GLOBO mostrou, o ex-deputado Jean Wyllys teria tido os passos monitorados pela ferramenta FirstMile. Nela, bastava digitar o número de um contato telefônico no programa e acompanhar num mapa a localização registrada a partir da conexão de rede do aparelho.

Segundo a colunista Malu Gaspar, do GLOBO, também foram alvo do monitoramento o jornalista Glenn Greenwald e seu marido, David Miranda, deputado federal pelo PDT do Rio de Janeiro que morreu em maio retrasado.

Há indícios também que um servidor do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que encabeçou operações contra garimpeiros e madeireiros ilegais na Amazônia durante a gestão de Bolsonaro também tenha sido monitorado. Hugo Ferreira Netto Loss, então coordenador de Operações de Fiscalização do órgão ambiental, foi exonerado do cargo em abril de 2020.

Servidor de carreira do Ibama, Loss coordenou uma ação contra garimpos em terras indígenas sul do Pará. Durante as operações, fiscais do órgão ambiental destruiram maquinários utilizados pelos criminosos, incluindo a queima de equipamentos que não puderam ser retiratos das áreas de reserva.

Também alvo da FirstMile, Carlos Alberto Litti Dahmer é representante de uma das principais entidades de caminhoneiros do país. Ele é um dos dirigentes da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL) e convocou protestos contra Bolsonaro.

Ministro Gilmar Mendes durante a sessão da Segunda Turma do STF. Foto: Carlos Moura/SCO/STF

PF investiga se Abin atuou contra Moraes, Gilmar Mendes e Camilo Santana

Material descoberto por investigadores indica que integrantes da agência tentaram alimentar difusão de fake news contra integrantes do Supremo Tribunal Federal

A Polícia Federal investiga se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) produziu dossiês envolvendo os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e se monitorou o ministro da Educação, Camilo Santana, quando era governador do Ceará. Na manhã desta quinta-feira, foi deflagrada uma operação para apurar o uso indevido de espionagem de celulares pela Abin.

Ao longo da investigação, a PF descobriu anotações de operações na Abin envolvendo os ministros do Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do STF. O documento, analisado por agentes, indica uma tentativa de relacionar os integrantes da Corte a uma facção criminosa com o intuito de difundir notícias falsas. Procurada, a Abin não se manifestou.

A PF também descobriu indícios de que a Abin monitorou Camilo Santana quando era governador do Ceará. Em 2021, policiais flagram integrantes da Abin operando drones que sobrevoavam a residência oficial de Santana em Fortaleza. A agência chegou a instaurar um processo administrativo contra dois servidores, mas o caso foi arquivado.

Como revelou O GLOBO, a Abin utilizou um programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de pessoas pré-determinados por meio dos aparelhos celulares durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Após a reportagem, publicada em março, a PF abriu um inquérito e identificou que a ferramenta foi utilizada para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários do governo.

A ferramenta foi produzida pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint) e era operada, sem qualquer controle formal de acesso, pela equipe de operações da agência de inteligência.

A lista completa das pessoas espionadas irregularmente ainda não é conhecida, mas a PF já identificou indícios de que adversários políticos do ex-presidente foram alvos: entre eles estão o ex-deputado Jean Wyllys e David Miranda, deputado federal pelo PDT do Rio que morreu em maio retrasado.

Há ainda a suspeita de que foram feitas vigilâncias durante as eleições municipais e em regiões próximas ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT), além de áreas nobres em Brasília e no Rio de Janeiro.

Nesta manhã, são alvos dos mandados de busca e apreensão o deputado Alexandre Ramagem (PL), diretor da Abin à época, policiais federais cedidos e servidores do órgão. O parlamentar foi procurado, mas não se manifestou sobre a operação.

Em 2024, Anatel pretende ampliar as operações de bloqueio de decodificadores clandestinos e o combate ao comércio e uso de TV boxes clandestinas’. — Foto: Divulgação/Anatel

Investigação da Anatel concluiu que Abin usava rede de telefonia sem conhecimento das operadoras

Ramagem, agentes da Abin e da PF são alvos de operação que investiga invasão do sistema de telefonia

Foco da operação deflagrada nesta quinta-feira contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), o sistema utilizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar a localização de celulares em todo o Brasil foi alvo de uma apuração interna da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O procedimento interno apontou que a atuação do órgão ocorreu sem o conhecimento das operadoras.

De acordo com as investigações, a Polícia Federal concluiu que os investigados invadiam clandestinamente a rede de infraestrutura crítica da telefonia do país por meio do sistema “First Mile”, revelado em março de 2023 pelo GLOBO.

Na Operação Vigilância Aproximada, desdobramento da operação Última Milha, a PF confirmou a existência de uma “Abin paralela” durante a gestão de Alexandre Ramagem para o monitoramento ilegla de autoridades públicas e de outras pessoas com a utilização de sistemas internos como o de monitoramento da localização de celulares sem a devida autorização judicial.

O programa espião, desenvolvido pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint), aproveitava uma brecha no sistema de telecomunicações para obter a localização dos celulares. O GLOBO apurou que as operadoras, ao identificarem essas tentativas de acesso, tomaram medidas para evitar que continuassem. De acordo com a Anatel, as empresas de telefonia já eliminaram esta vulnerabilidade do sistema.

Para a PF, o sistema utilizado pela Abin é “um software intrusivo na infraestrutura crítica da telefonia brasileira”. A cada busca realizada, portanto, a rede de telefonia teria sido invadida com a utilização de um serviço adquirido com recursos públicos.

A investigação indica que, com as informações obtidas por meio do sistema, esse grupo de agentes ligado a Ramagem criou uma “estrutura paralela na Abin” e utilizou as ferramentas como o First Mile para produzir informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da PF.

Jair Bolsonaro e Alexandre Ramagem — Foto: Valter Campanato/Ag. Brasil

Sob Bolsonaro, Abin fez R$ 31 milhões em compras secretas

Sistema de monitoramento de localização de celulares foi contratado com dispensa de licitação em 2019; prática seguiu na gestão de Alexandre Ramagem

O “First Mile”, ferramenta utilizada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi apenas uma de diversas ferramentas sigilosas utilizadas pelo órgão na gestão Ramagem. Levantamento feito pelo GLOBO com base em publicações no Diário Oficial da União aponta que o órgão assinou R$ 31 milhões em contratos sigilosos durante a gestão de Jair Bolsonaro.

O “First Mile” foi contratado nos últimos dias da gestão de Michel Temer, mas sua utilização se deu quase que exclusivamente no período em que Alexandre Ramagem esteve no comando da Abin. O contrato do sistema foi encerrado em 2021. O GLOBO apurou que, após a revelação da utilização da ferramenta, o órgão de inteligência realizou um pente-fino em todos os sistemas contratados.

Contudo, de acordo com as publicações feitas no Diário Oficial, dos R$ 34 milhões gastos pela Abin sem a realização de licitação, R$ 31 milhões foram investidos em ferramentas secretas, sem a especificação do que estava sendo contrato e de qual empresa fornecia o produto.

Nas publicações disponíveis no Diário Oficial da União, o objeto das compras feitas pela Abin indicavam apenas que se tratava de “aquisição para a área de inteligência” do órgão. No campo reservado para identificar a empresa contratada, há apenas uma referência a “Estrangeiro SIGILOSO”. Nesse caso, as aquisições são realizadas sem detalhes e sob caráter reservado. A Abin defende que as contratações seguem todas as disposições legais. Segundo a agência, o sigilo é imposto apenas quando há possibilidade de comprometimento da segurança nacional.

A prática é comum dentro da agência: em muitos casos, como o do First Mile, a Abin realiza contratações até mesmo sem o conhecimento de parte do corpo de agentes de inteligência, com uso restrito até mesmo dentro do órgão.

Como faz parte do sistema de inteligência, a Abin tem a possibilidade de fazer contratações sigilosas, sem a necessidade de detalhar o que está sendo comprado.

A legislação prevê que, “havendo necessidade justificada de manter sigilo sobre a capacidade investigatória, poderá ser dispensada licitação para contratação de serviços técnicos especializados, aquisição ou locação de equipamentos destinados à polícia judiciária para rastreamento e obtenção de provas”. Especialistas, entretanto, criticam o uso exagerado dessa brecha da legislação para a contratação de aparatos cujo alcance é desconhecido.

No caso da Abin, a fiscalização de sua atuação cabe ao Legislativo, por meio da Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência (CCAI). O órgão, entretanto, não foi comunicado da contratação e utilização do “First Mile”.

(Agência O Globo) — Foto: Reprodução/GloboNews

Legenda da foto: Policiais fazem buscas em gabinete e apartamento do deputado federal Alexandre Ramagem, que comandou Abin na gestão Bolsonaro – Foto: Reprodução/GloboNews