Brasília Agora


DESTAQUE

Quem é Max Verstappen? Conheça primeiro campeão holandês da F1

13 de dezembro, 2021

Piloto mais jovem da história a ingressar na categoria, holandês vem de família de corredores e teve ascensão astronômica dos karts aos monopostos antes de […]

Quem é Max Verstappen? Conheça primeiro campeão holandês da F1
Foto: Divulgação

Piloto mais jovem da história a ingressar na categoria, holandês vem de família de corredores e teve ascensão astronômica dos karts aos monopostos antes de chegar na F1, em 2015

Com contornos cinematográficos, Max Verstappen conquistou neste domingo a vitória do GP de Abu Dhabi e seu primeiro campeonato mundial da carreira, ultrapassando Lewis Hamilton na volta final. Além de ser o primeiro campeão holandês da história, o titular da RBR ainda se tornou o primeiro da nova geração de pilotos a alcançar tal feito; nascido em 1997, ele estreou na categoria em 2015, aos 17 anos.

Divulgação

O triunfo veio na sétima temporada de Verstappen. Depois de seu debute pela STR (atual AlphaTauri), ele juntou-se à RBR em 2016, levando o time a conquistar seu primeiro título de pilotos desde 2013, com Sebastian Vettel.

Max Verstappen venceu GP de Abu Dhabi da F1 e se tornou primeiro holandês campeão mundial, em 2021 — Foto: Mark Thompson/Getty Images

Max Verstappen venceu GP de Abu Dhabi da F1 e se tornou primeiro holandês campeão mundial, em 2021 — Foto: Mark Thompson/Getty Images

Faturando seu primeiro título aos 24 anos e 73 dias, Verstappen se sagra o quarto campeão mais jovem da história da F1, atrás de Fernando Alonso (24 anos e 58 dias), Lewis Hamilton (23 anos e 300 dias) e do líder desse ranking, Sebastian Vettel, que conquistou seu primeiro título aos 23 anos e 134 dias em 2010.

Embora corra representando a Holanda, Verstappen não nasceu no país. O piloto da RBR nasceu na pequena cidade de Hasselt na Bélgica, perto da fronteira com a Alemanha, em 30 de setembro de 1997. No entanto, ele escolheu a nacionalidade holandesa para competir na F1.

Negócio da família

O atual campeão do mundo já nasceu com automobilismo nas veias porque é filho de dois ex-pilotos. O pai, Jos Verstappen, disputou oito temporadas na Fórmula 1 entre 1994 e 2003, passando por equipes como Benetton, Stewart e Arrows. Jos foi companheiro de equipe do heptacampeão mundial Michael Schumacher em 1994 e, na mesma temporada, conquistou seus melhores resultados na categoria com dois pódios nos GPs da Bélgica e da Holanda, chegando em terceiro lugar em ambas as corridas.

Já a mãe, Sophie Kumpen, é ex-piloto de kart belga, onde competiu de 1991 a 1995. Antes de encerrar a carreira, ela faturou títulos nacionais e se destacou por competir na categoria Super A, na qual apenas os seis melhores do continente e os seis em nível mundial participam. Em seus tempos de kart, Kumpen chegou a correr com o campeão mundial de 2009 da F1, Jenson Button.

Primeiras voltas

O campeão da F1 em 2021 começou a correr aos quatro anos, e aos sete, começou a conquistar vitórias em provas de kart na Bélgica, ascendendo nas categorias locais até faturar títulos como o Campeonato Belga de Cadetes, em 2008, quando tinha 11 anos.

Max Verstappen no kart, em 2012 — Foto: CRG Team

Max Verstappen no kart, em 2012 — Foto: CRG Team

Depois, chegou a hora de superar as fronteiras: faturou o WSK World Series em 2010, na categoria KF4, e também o título europeu, bem como na temporada seguinte. Em 2012, Verstappen levou o título do Mundial de Kart da Federação Internacional do Automobilismo (FIA) na categoria KZ, conquistando ainda o Europeu, o WSK Euro Series KZ1 e o WSK Master Seires KZ2, além da Copa de Inverno KF2.

Transição e velhos conhecidos

A mudança para os carros de fórmula, antes da F1, foi astronômica; em 2014, o piloto da RBR disputou a Florida Winter Series, torneio organizado pela Academia de Pilotos da Ferrari e que contou com a participação de outros jovens corredores como Lance Stroll, hoje titular da Aston Martin, e Nicholas Latifi, atual nome da Williams; lá, ele venceu duas corridas.

Verstappen também encontrou ao longo de sua trajetória até a F1 outros nomes que voltaria a enfrentar hoje: no kart, chegou a competir com Alexander Albon, tailandês que se tornou seu companheiro na RBR em 2020.

Aos 16 anos, Max Verstappen se tornou o mais jovem a vencer na F-3 Europeia — Foto: Divulgação

Aos 16 anos, Max Verstappen se tornou o mais jovem a vencer na F-3 Europeia — Foto: Divulgação

Ele também já duelou com Charles Leclerc, contra o qual protagonizou disputas acirradas – incluindo um incidente marcante no Europeu de 2012, quando o holandês acusou o rival de empurrá-lo para fora da pista em uma ultrapassagem que tirou Max da liderança. Os dois, na época, tinham 14 anos.

Ainda em 2014, Verstappen fez uma temporada de destaque na única categoria de base da F1 que disputaria, a Fórmula 3 Europeia. No campeonato vencido pelo também estreante Esteban Ocon e tendo Latifi e Antonio Giovinazzi como outros rivais, o holandês representou a equipe Van Amersfoort e garantiu um terceiro lugar com dez vitórias em um total de 33 provas – uma a mais que o campeão.

Prodígio

Ainda em 2014, Verstappen negou a oferta da Mercedes para integrar sua academia de pilotos, escolhendo a RBR. A opção se deu, sobretudo, porque o time alemão, que já contava com Lewis Hamilton e Nico Rosberg, não tinha perspectiva de uma vaga futura na F1. Oito meses depois, aos 17 anos e 166 dias, ele se tornou o piloto mais jovem da história da categoria ao estrear no GP da Austrália de 2015.

Carlos Sainz Jr. e Max Verstappen - 31/1/2015 — Foto: Getty Images

Carlos Sainz Jr. e Max Verstappen – 31/1/2015 — Foto: Getty Images

Esse posto pertencerá sempre a ele, já que a Federação Internacional do Automobilismo (FIA) determinou após sua estreia que os pilotos devem ter no mínimo 18 anos para disputar uma prova da F1. O primeiro passeio, porém, não durou muito: Max abandonou a prova em Melbourne com um problema no motor.

Evolução

Na corrida seguinte, na Malásia, enfrentou a chuva para colocar a STR no Q3 na sexta colocação, atrás das duplas da RBR, Mercedes e de Sebastian Vettel, na época, na Ferrari. Na prova, ele chegou em sétimo lugar após recuperar as posições que perdeu na largada com ultrapassagens marcantes, tornando-se o mais jovem a pontuar na F1 aos 17 anos e 180 dias.

Ao longo do ano, Verstappen e seu companheiro, Carlos Sainz, sofreram com a falta de confiabilidade do carro e do motor Renault, o que resultou em uma série de abandonos para ambos; na China, o holandês abandonou a prova na penúltima volta, estacionando na reta principal, e voltaria a se retirar da disputa no GP seguinte, no Bahrein, com uma falha elétrica.

Enquanto a velocidade do prodígio da STR chamava atenção, ele também lidou com momentos de baixa: em Mônaco, bateu forte na traseira da Lotus de Romain Grosjean e foi parar na barreira de proteção da Saint Devote; ele acabou punido com cinco posições de largada no GP do Canadá.

Max Verstappen sai do carro da STR após forte batida no GP de Mônaco — Foto: Divulgação

Max Verstappen sai do carro da STR após forte batida no GP de Mônaco — Foto: Divulgação

Na segunda metade do campeonato, Verstappen encontrou consistência e chegou perto do pódio com dois quartos lugares na Hungria e Estados Unidos. Em um ano que chegou a recusar diretamente ordens de equipe, em Singapura, ele terminou o campeonato de pilotos em 12º, somando 49 pontos – mais que o dobro de Sainz, em 15º.

Casamento

Depois de disputar as quatro primeiras provas de 2016 com a STR, Verstappen foi surpreendentemente convocado para trocar de lugar com Daniil Kvyat, assumindo a vaga do russo na RBR. E em sua corrida de estreia, na Espanha, aproveitou a colisão de Rosberg e Hamilton para conquistar sua primeira vitória.

Mais tarde na Bélgica, teve um entrave com a dupla da Ferrari, Kimi Raikkonen e Sebastian Vettel: depois de ser espremido pelos dois na largada, ele espalhou o carro sobre os rivais nas manobras que fez na curva Les Combes, o que gerou críticas de ambos na mídia nos dias seguintes.

Verstappen comemora primeira vitória na F1 pela RBR no GP da Espanha de 2016 — Foto: Urbanandsport/NurPhoto via Getty Images

Verstappen comemora primeira vitória na F1 pela RBR no GP da Espanha de 2016 — Foto: Urbanandsport/NurPhoto via Getty Images

O ano terminou com uma atuação de gala do prodígio no GP do Brasil. Largando em quarto lugar, ele teve problemas com o temporal que ocorreu em Interlagos ao adotar os pneus errados, mas compensou o erro de estratégia da equipe, fazendo ultrapassagens memoráveis para ir de 14º para o terceiro lugar. Ele fechou a temporada de 2016 na quinta colocação, com o recorde de manobras: 78.

Os anos seguintes foram de baixa para a RBR. Em 2017, o holandês sofreu batidas ainda na largada na Espanha, Áustria e Singapura, mas venceu os GPs da Malásia e México, tendo ainda recuperações impressionantes ao ir de 16º a terceiro na China e nos EUA – antes de receber 5s por sair da pista ao ultrapassar Raikkonen. Ele fechou o ano em sexto, atrás do companheiro de equipe Daniel Ricciardo.

Em 2018, em uma temporada dominada por Hamilton e Vettel, ele rodou na Austrália, bateu no britânico da Mercedes no Bahrein e no alemão na China – sendo punido com 10s. No Azerbaijão, teve um choque polêmico com Ricciardo, com ambos abandonando. Apesar disso, o holandês se reencontrou na metade final do campeonato, vencendo na Áustria e no México e faturando outros nove pódios, em quarto lugar.

Max Verstappen comemora pole position na Hungria em 2019 — Foto: Getty Images

Max Verstappen comemora pole position na Hungria em 2019 — Foto: Getty Images

Em 2019 e 2020, anos absolutos para a Mercedes, Verstappen obteve seus melhores resultados no campeonato até então, terminando as duas temporadas em terceiro lugar no Mundial, anotando cinco vitórias ao todo. Na temporada 2019, ele ainda faturou na Hungria sua primeira pole position da carreira e da Holanda.

O ano da glória

Em seus sete anos na F1, 2021 foi a primeira vez que Verstappen teve condições de brigar pelo título. A rodada de abertura, no Bahrein, foi marcada pela disputa acirrada com Hamilton, tendo o britânico como vencedor. Porém, o piloto da RBR venceu na Emilia-Romagna e em Mônaco, engatando após um furo de pneu no Azerbaijão uma sequência de três vitórias na França, Estíria e Áustria que lhe rendeu 32 pontos de vantagem na liderança.

Após as colisões com o rival na Inglaterra, e de ser atingido por Valtteri Bottas na Hungria, ele chegou a perder o primeiro lugar na tabela com a 100ª vitória do heptacampeão da Mercedes na Rússia, mas recuperou a posição com o segundo lugar na Turquia, a seis provas para o fim do campeonato, e a manteve até a última bandeirada de 2021.

O holandês fechou a temporada com dez vitórias, dez pole positions e 18 pódios.

GP DE ABU DHABI DE F1: RESULTADO FINAL

1) Max Verstappen (Red Bull/Honda)
2) Lewis Hamilton (Mercedes)
3) Carlos Sainz Jr. (Ferrari)
4) Yuki Tsunoda (AlphaTauri/Honda)
5) Pierre Gasly (AlphaTauri/Honda)
6) Valtteri Bottas (Mercedes)
7) Lando Norris (McLaren/Mercedes)
8) Fernando Alonso (Alpine/Renault)
9) Esteban Ocon (Alpine/Renault)
10) Charles Leclerc (Ferrari)
11) Sebastian Vettel (Aston Martin/Mercedes)
12) Daniel Ricciardo (McLaren/Mercedes)
13) Lance Stroll (Aston Martin/Mercedes)
14) Mick Schumacher (Haas/Ferrari)
15) Sergio Pérez (Red Bull/Honda)
OUT) Nicholas Latifi (Williams/Mercedes)
OUT) A.Giovinazzi (Alfa Romeo/Ferrari)
OUT) George Russell (Williams/Mercedes)
OUT) Kimi Räikkönen (Alfa Romeo/Ferrari)

MUNDIAL DE PILOTOS

1) Max Verstappen, 395,5 pontos
2) Lewis Hamilton, 387,5
3) Valtteri Bottas, 226
4) Sergio Pérez, 190
5) Carlos Sainz Jr., 164,5
6) Lando Norris, 160
7) Charles Leclerc, 159
8) Daniel Ricciardo, 115
9) Pierre Gasly, 110
10) Fernando Alonso, 81
11) Esteban Ocon, 74
12) Sebastian Vettel, 43
13) Lance Stroll, 34
14) Yuki Tsunoda, 32
15) George Russell, 16
16) Kimi Räikkönen, 10
17) Nicholas Latifi, 7
18) A.Giovinazzi, 3
19) Mick Schumacher, 0
20) Robert Kubica, 0
21) Nikita Mazepin, 0

MUNDIAL DE CONSTRUTORES

1) Mercedes, 613,5 pontos
2) Red Bull/Honda, 585,5
3) Ferrari, 323,5
4) McLaren/Mercedes, 275
5) Alpine/Renault, 155
6) AlphaTauri/Honda, 142
7) Aston Martin/Mercedes, 77
8) Williams/Mercedes, 23
9) Alfa Romeo/Ferrari, 13
10) Haas/Ferrari, 0

Fonte: Por Redação ge — Abu Dhabi, Emirados Árabes