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POLÍTICA

Receio no WhatsApp e tentativa de reunião com Lira: a reação de integrantes do PL após operação

8 de fevereiro, 2024 / Por: Agência O Globo

PF tem como alvos Jair Bolsonaro e aliados, como Braga Netto, Heleno, Anderson Torres e Valdemar

Receio no WhatsApp e tentativa de reunião com Lira: a reação de integrantes do PL após operação
Agência O Globo O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e bolsonaristas voltam a viver embates — Foto: Beto Barata/PL

Parlamentares do PL afirmaram ter sido pegos de surpresa pela operação da Polícia Federal, nesta quinta-feira, que mirou no presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, e no principal nome da direita no país, Jair Bolsonaro.

Logo pela manhã, houve silêncio no grupo de WhatsApp da sigla. Segundo participantes do chat, havia receio de também estarem sendo espionados pelas autoridades. As únicas mensagens eram links de notícias sobre a apreensão do passaporte de Bolsonaro e a prisão de seus aliados, mas sem comentários.

A prisão do presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, no entanto, mudou a dinâmica e aumentou a tensão. “Nosso líder Altineu e Rogério Marinho estão em Brasília agindo. Prisão por posse ilegal de arma é afiançável, o advogado está com Valdemar e já deve estar agindo para resolver”, escreveu o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) tentando tranquilizar os colegas.


“Valdemar não será preso. A arma era do filho dele, tem registro”, reforçou a deputada Carla Zambelli (PL-SP).


Sóstenes se referia à tentativa do líder da bancada na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), e do líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (RN), de conversar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em sua residência oficial em Brasília, para pressioná-lo a reagir à ofensiva da PF sobre nomes da oposição. A reunião, no entanto, não havia sido confirmada por Lira até o início da tarde.

Ao mesmo tempo, o líder do PL no Senado, senador Carlos Portinho (PL-RJ), que tinha deixado Brasília na noite de ontem e viajado ao Rio de Janeiro, voltou para o aeroporto para retornar à capital federal. Sua intenção é ocupar a tribuna do Senado para fazer discursos contra a operação.

Nas últimas semanas, desde que a PF realizou operações contra os deputados da sigla Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ), a oposição buscou Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pedido a eles uma resposta institucional em defesa do parlamento.

Pacheco não atendeu às solicitações até o momento. Já em relação a Lira, a oposição afirma que parte do pedido foi atendido durante o duro discurso do deputado, na abertura do ano legislativo do Congresso.

— Não usurparmos os limites estabelecidos pela Constituição, assim como não permitiremos que o façam conosco. Estarei sempre atento e vigilante em relação ao papel institucional de cada Poder da República — disse ele no discurso.