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Montanhas de roupas formam lixão da moda no deserto do Atacama
10 de novembro, 2021No norte do Chile, roupas descartadas chegam de várias partes do mundo e são jogadas em um imenso lixão a céu aberto A vestimenta desejada, […]
No norte do Chile, roupas descartadas chegam de várias partes do mundo e são jogadas em um imenso lixão a céu aberto
A vestimenta desejada, o tamanho ideal e a marca sonhada: não é uma loja grande nem um guarda-roupa generoso, mas o deserto do Atacama, no Chile, se transformou em um lixão clandestino de roupas compradas e vestidas nos Estados Unidos, Europa e Ásia -Martin Bernetti / AFP – 24.9.2021
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O consumo excessivo e fugaz de roupas, com redes capazes de liberar mais de 50 temporadas de novos produtos por ano, tem feito com que o desperdício têxtil cresça exponencialmente no mundo, que leva cerca de 200 anos para se desintegrar -Martin Bernetti / AFP – 24.9.2021
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O Chile é o maior importador de roupas usadas da América Latina. Há quase 40 anos existe um sólido comércio de “roupas americanas” em lojas de todo o país, que se abastecem com fardos comprados pela zona franca do norte do país dos Estados Unidos, Canadá, Europa e Ásia -Martin Bernetti / AFP – 24.9.2021
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“Essas roupas vêm de todas as partes do mundo”, explica Alex Carreño, um ex-trabalhador da zona de importação do porto de Iquique, que mora próximo a um lixão de roupas. Nesta zona de importadores e taxas preferenciais, os comerciantes do resto do país escolhem as peças para as suas lojas, e aquelas que sobram não podem passar pela alfândega desta região de pouco mais de 300 mil habitantes -Martin Bernetti / AFP – 24.9.2021
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Uma senhora, que prefere não revelar o nome, tem metade do corpo afundado em uma pilha de roupas e remexe em busca das melhores possíveis para vender em seu bairro -Martin Bernetti / AFP – 24.9.2021
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Em outro lugar, Sofía e Jenny, duas jovens venezuelanas que cruzaram a fronteira entre a Bolívia e o Chile há poucos dias, a cerca de 350 km do aterro, escolhem “coisas para o frio” enquanto seus bebês engatinham nas colinas têxteis: “Viemos procurar roupas porque a gente realmente não tem, jogamos tudo fora quando viemos mochilando” -Martin Bernetti / AFP – 24.9.2021
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Reportagens sobre a indústria têxtil expuseram o alto custo da fast-fashion, com trabalhadores mal remunerados, denúncias de emprego infantil e condições deploráveis para a produção em massa- Martin Bernetti / AFP – 24.9.2021
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A isso se somam hoje cifras devastadoras sobre seu imenso impacto ambiental, comparável ao da indústria do petróleo. De acordo com estudo da ONU de 2019, a produção de roupas no mundo dobrou entre 2000 e 2014, o que mostra que se trata de uma indústria “responsável por 20% do total de desperdício de água globalmente” -Martin Bernetti / AFP – 24.9.2021
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Nos lixões têxteis deste deserto chileno, é possível topar com uma bandeira dos Estados Unidos, ver um “muro” de calças com etiquetas e até pisar numa coleção de suéteres com motivos natalinos, tão populares nas festas de fim de ano em Londres ou Nova York -Martin Bernetti / AFP – 24.9.202 –
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“O problema é que a roupa não é biodegradável e contém produtos químicos, por isso não é aceita nos aterros municipais”, diz à AFP Franklin Zepeda, fundador da EcoFibra, empresa de economia circular com unidade produtiva no Alto Hospício de painéis com isolantes térmicos feitos com as roupas descartadas -Martin Bernetti / AFP – 24.9.2021
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Fonte: INTERNACIONAL | por AFP