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Mais de 200 elefantes morrem no Quênia em nove meses durante pior seca em 40 anos
5 de novembro, 2022Crise afetou 23 dos 47 condados do país, e pelo menos 4 milhões de pessoas estão passando fome RESUMINDO A NOTÍCIA Autoridade diz que seca […]
Crise afetou 23 dos 47 condados do país, e pelo menos 4 milhões de pessoas estão passando fome
RESUMINDO A NOTÍCIA
- Autoridade diz que seca provocou uma mortalidade significativa da fauna
- Em nove meses, 205 elefantes, 512 gnus, 381 zebras, 12 girafas e 51 búfalos morreram
- Quênia tem mais de 36 mil elefantes, segundo números do Ministério do Turismo de 2021
- Quatro temporadas de chuva insuficientes seguidas levaram milhões à fome no Chifre da África
Mais de 200 elefantes morreram entre fevereiro e outubro deste ano, na pior seca em 40 anos no Quênia, a potência econômica da África Oriental, disse o ministro do Turismo nesta sexta-feira (4).
A crise afetou 23 dos 47 condados do Quênia, e pelo menos 4 milhões dos cerca de 50 milhões de pessoas que vivem no país estão passando fome.
“A seca provocou uma mortalidade significativa da fauna, principalmente de espécies herbívoras […], pelo esgotamento dos recursos alimentares e pela escassez de água”, anunciou a ministra do Turismo, Peninah Malonza, durante uma entrevista coletiva em Nairóbi.
Catorze espécies se viram particularmente afetadas. Entre fevereiro e outubro, 205 elefantes, 512 gnus, 381 zebras, 12 girafas e 51 búfalos morreram, disse Malonza.
“Mais de 70 elefantes morreram nas regiões de Amboseli, cerca de 160 quilômetros ao sul da capital do país, Nairóbi, e em Laikipia-Samburu, no norte”, acrescentou.
As autoridades estão deixando feno para os animais, relatou Malonza. O Quênia tem mais de 36 mil elefantes, de acordo com números do Ministério do Turismo de 2021.
Quatro temporadas de chuva insuficientes seguidas no Quênia, na Somália e na Etiópia levaram milhões à fome extrema em todo o Chifre da África. Mais de 1,5 milhão de cabeças de gado morreram apenas no Quênia.
A Somália está à beira da fome, advertiu nesta segunda-feira (5) o diretor da agência humanitária da ONU, em um ‘último alerta’ antes que aconteça uma catástrofe neste país da região do Chifre da África, afetada por uma seca histórica
‘A fome está à porta, e estamos recebendo um alerta final’, afirmou Martin Griffiths, diretor do Escritório para Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, em uma entrevista coletiva na capital somali, Mogadíscio. Os últimos dados ‘mostram indicações concretas de que a fome atingirá as regiões de Baidoa e Burhakaba, no centro-sul da Somália, entre outubro e dezembro’, completou
Griffiths ainda se declarou ‘profundamente chocado com o nível de dor e sofrimento que tantos somalis suportam’ e afirmou que viu ‘crianças tão desnutridas que mal conseguiam falar’ durante visita a Baidoa, ‘epicentro’ da catástrofe iminente
As condições extremas podem prosseguir ao menos até março de 2023. Em todo o país, 7,8 milhões de pessoas, ou seja, quase metade da população, foram afetadas pela seca histórica. Um total de 213 mil estão diante de grande risco de fome, de acordo com a ONU. A fome e a sede obrigaram 1 milhão de cidadãos a sair de casa desde 2021
As condições extremas podem prosseguir ao menos até março de 2023. Em todo o país, 7,8 milhões de pessoas, ou seja, quase metade da população, foram afetadas pela seca histórica. Um total de 213 mil estão diante de grande risco de fome, de acordo com a ONU. A fome e a sede obrigaram 1 milhão de cidadãos a sair de casa desde 2021
Quatro temporadas de chuvas insuficientes
Griffiths afirmou que a atual situação na Somália é pior que durante a fome de 2011, que provocou quase 260 mil mortes, mais da metade delas de crianças com menos de 6 anos. A seca é resultado de quatro temporadas seguidas com chuvas insuficientes desde o fim de 2020, uma situação que não foi registrada nas últimas quatro décadas
A Organização Meteorológica Mundial, uma agência da ONU, advertiu no fim de agosto que há grande probabilidade de que a próxima temporada de chuvas, entre outubro e novembro, também não seja suficiente
A seca dizimou os rebanhos, cruciais para a sobrevivência de uma população majoritariamente dedicada ao gado, e as plantações, que foram atingidas por uma invasão de gafanhotos no Chifre da África entre o fim de 2019 e 2021. As consequências da pandemia de Covid-19 tornaram ainda mais precária a vida de muitos somalis
Nos últimos meses, a invasão da Ucrânia pela Rússia teve consequências dramáticas para o país, cujo abastecimento de grãos depende em 90% desses dois países. O envio de ajuda é impossível para as amplas zonas rurais controladas pelos Al Shabab, islamitas radicais vinculados à rede terrorista Al-Qaeda que lutam há 15 anos contra o governo federal
A Somália foi atingida entre 2011 e 2012 por uma fome que matou cerca de 260 mil pessoas, metade das quais eram crianças com menos de 6 anos. A fome foi declarada em várias partes do sul e centro do país entre julho de 2011 e fevereiro de 2012