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O Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos nos Municípios Brasileiros

30 de junho, 2023

O gerenciamento adequado dos resíduos sólidos urbanos é um desafio enfrentado por muitos municípios brasileiros. A busca por soluções sustentáveis e eficientes para lidar com […]

O Gerenciamento de Resíduos Sólidos Urbanos nos Municípios Brasileiros
ESG - Arte reprodução da internet

O gerenciamento adequado dos resíduos sólidos urbanos é um desafio enfrentado por muitos municípios brasileiros. A busca por soluções sustentáveis e eficientes para lidar com esse problema tem sido uma prioridade para gestores municipais que contam com o apoio e financiamento de instituições como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa Econômica Federal e Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Dessa forma, as parcerias público-privadas (PPPs) tornam-se essenciais, sobretudo no contexto do gerenciamento de resíduos sólidos, por se tratarem de ações colaborativas entre o setor público e o setor privado. As PPPs se configuram a partir de um acordo de concessão entre uma entidade governamental e uma empresa privada para fornecer serviços relacionados a diversos tipos de setores, podendo ser um deles a gestão de resíduos. Nesse modelo, a empresa privada assume a responsabilidade de projetar, financiar, construir e administrar instalações específicas voltadas para a prestação de serviços públicos na área de resíduos sólidos, enquanto a entidade governamental supervisiona, fiscaliza e paga pelos serviços prestados.

As PPPs são frequentemente utilizadas para viabilizar projetos públicos de grande escala que demandam investimentos significativos em infraestrutura, tais como o gerenciamento de resíduos sólidos, através da construção e operação de aterros sanitários ou usinas de tratamento. Nesse tipo de parceria, o poder público continua sendo o proprietário dos ativos (como as instalações e a infraestrutura associada aos resíduos sólidos), de modo que eles permanecem como patrimônio público e são mantidos em benefício dos cidadãos da região ou município correspondente. A duração das PPPs pode variar de 5 a 35 anos, dependendo do tempo necessário para a realização do projeto, e, ao final desse período, as instalações de gestão de resíduos sólidos retornam à administração do respectivo ente governamental.

Nesse âmbito, as PPPs são fundamentais para o fomento a estruturas e gestão de gerenciamento de resíduos sólidos nos municípios brasileiros. As cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Florianópolis são exemplos de localidades com cases bem sucedidos em PPPs na área de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, a prefeitura estabeleceu uma PPP para a construção e operação de um novo aterro sanitário, o Aterro Bandeirantes. Essa parceria permitiu a modernização do sistema de gestão de resíduos da cidade, com investimentos em tecnologia, monitoramento ambiental e infraestrutura adequada.

A capital mineira, Belo Horizonte, também adotou uma PPP para o gerenciamento de resíduos sólidos urbanos. A parceria foi firmada para a construção e operação do Complexo de Tratamento de Resíduos Sólidos, que engloba a usina de triagem, compostagem e reciclagem. A iniciativa trouxe avanços significativos na redução do volume de resíduos destinados a aterros, incentivando a reciclagem e a compostagem.

Florianópolis se destaca no manejo de resíduos sólidos urbanos, por meio de uma PPP para a coleta e destinação final desses despejos. A prefeitura firmou um contrato com uma empresa privada para a prestação de serviços de coleta seletiva e destinação adequada. Além disso, o município investiu em programas de educação ambiental e conscientização da população sobre a importância da separação de rejeitos, gerando avanços significativos.

Os casos mencionados demonstram que existem diferentes abordagens para o gerenciamento de resíduos sólidos urbanos nos municípios brasileiros. Parcerias público-privadas e o apoio financeiro do BNDES têm desempenhado um papel fundamental na implementação de soluções eficientes e sustentáveis. Além disso, a criação de consórcios intermunicipais e a busca por soluções inovadoras têm contribuído para o avanço nessa área.

É importante ressaltar que cada município possui características e desafios únicos, exigindo soluções adaptadas às suas realidades locais. O compartilhamento de experiências entre os diferentes estados e municípios pode ser um caminho promissor para o aprimoramento contínuo das práticas de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos no Brasil.

 

Por Eduardo Fayet – Especialista em Relações Institucionais e Governamentais e ESG – Saiba mais acessando: brasiliaagora.com.br  e  ipemai.org.br