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Acordo de Mariana e renegociação da dívida de Minas é a pauta da reunião de Lula e Zema
7 de fevereiro, 2024 / Por: Agência O GloboPrevisão é que presidente se reúna com governador durante passagem por Minas Gerais, nesta quarta e quinta-feira
Em sua primeira passagem por Minas Gerais desde que assumiu a presidência da República, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá uma reunião com o governador Romeu Zema (Novo). Na pauta, estarão o acordo de Mariana, a duplicação da BR-381, uma nova licitação das BRs 040 e 262, além da renegociação da dívida do estado.
Lula desembarca em Belo Horizonte nesta quarta-feira, depois de passar por São Paulo e Rio de Janeiro. Com isso, o petista fechará o mês de fevereiro passando pelos três maiores colégios eleitorais do país e dividindo agendas com governadores bolsonaristas.
Na semana passada, durante um evento na capital paulista, Lula trocou acenos com Tarcísio e disse que São Paulo “terá tudo o que for necessário”. O governador retribuiu, dizendo-se um “privilegiado”. No Rio, Castro afirmou que Lula é “sempre bem-vindo” no estado e em retribuição, ouviu do petista que o governo federal fará investimentos na região.
Em Minas Gerais, Lula deve ouvir de Zema um pedido de ajuda para sensibilizar os empresários e viabilizar a repactuação do acordo da tragédia de Mariana. O encontro ainda não tem data confirmada.
O novo acordo quase foi fechado no final do governo Bolsonaro, e teria um valor de R$ 100 bilhões. A repactuação foi travada no início do governo Lula para revisão e agora encontra resistência entre os empresários, segundo interlocutores de Zema.
Proposta de Pacheco
O governador vai tentar ainda agilizar o debate sobre a solução para as dívidas bilionárias do estado com a União e vai pedir a redução dos juros cobrados, ainda de acordo com interlocutores. Hoje, a correção é calculada com base na inflação mais 4%. O estado quer que seja feito apenas pela inflação.
No ano passado, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentou uma proposta alternativa ao Plano de Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que incluiu repassar ativos do estado para a União como forma de equacionar a dívida de cerca de R$ 160 bilhões.
Após o movimento de Pacheco, Zema afirmou que o presidente do Senado teria “ficado na falação”. Em resposta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alegou que um terço das dívidas do estado foi contraída na gestão Zema e alfinetou o governador dizendo que ele tinha “um aliado no Planalto”, em referência a Bolsonaro, e ainda assim não solucionou os problemas.
Sobre a duplicação da BR 381, conhecida como “rodovia da morte”, que liga Minas Gerais com Espírito Santo, o governador quer pedir uma previsão e um plano de investimento. Já as BRs 040 e 262 o governo estadual quer tentar agilizar e viabilizar novas licitações dos lotes. As duas obras estão no PAC.
‘Será bem recebido’, diz Zema sobre ida de Lula a Minas Gerais
Em visita ao estado, a previsão é que presidente se reúna com governador nesta quarta e quinta-feira
Após encerrar sua agenda no Rio de Janeiro, o próximo passo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é ir para Minas Gerais para reunião com o governador Romeu Zema (Novo). É a primeira passagem do petista no estado desde que assumiu a presidência, de acordo com Zema, ele será bem recebido, já que ambos tem questões importantes para tratar.
— O presidente será bem recebido em Minas Gerais. Ele ganhou a eleição aqui por uma pequena margem de votos e Minas e governo federal tem de fazer muita coisa em comum. As estradas federais em Minas precisam de mais investimentos. Nós temos a questão que precisa do governo federal para ser solucionada que é darmos às pessoas que foram afetadas pela tragédia de Mariana, há 8 anos atrás, um pagamento, que até hoje setenta mil pessoas estão aguardando. Então nós temos que tratar dessas questões — disse Zema em entrevista à CNN nesta quarta-feira.
Ainda que o mineiro seja aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e faça oposição ao governo Lula, ele deixa claro que precisa do governo federal para resolver problemas do estado que estão na pauta da reunião, como o acordo de Mariana, a duplicação da BR-381, uma nova licitação das BRs 040 e 262, além da renegociação da dívida do estado.
O governador disse ainda que não teme a reação de bolsonaristas ao seu encontro com Lula e que precisa ter contato com o presidente e com todos os prefeitos de Minas, independente do partido.
— Ele é presidente e eu sou governador. Eu tenho contato com todos os prefeitos de Minas. Nós temos prefeitos de todos os partidos. Você não pode discriminar ninguém, nem abaixo, nem acima, devido a alguma questão partidária. Ele vai em Minas e eu não vou recebê-lo? — disse à CNN.
Lula desembarca em Belo Horizonte nesta quarta-feira, depois de passar por São Paulo e Rio de Janeiro. Com isso, o petista fechará o mês de fevereiro passando pelos três maiores colégios eleitorais do país e dividindo agendas com governadores bolsonaristas.
Em Minas Gerais, Lula deve ouvir de o governador mineiro um pedido de ajuda para sensibilizar os empresários e viabilizar a repactuação do acordo da tragédia de Mariana. O encontro ainda não tem data confirmada.
O novo acordo quase foi fechado no final do governo Bolsonaro, e teria um valor de R$ 100 bilhões. A repactuação foi travada no início do governo Lula para revisão e agora encontra resistência entre os empresários, segundo interlocutores de Zema.