
VIVER A VIDA
A vida de Ana Loureiro já é uma festa, mas, no dia em que ela troca de idade, se transforma numa espécie de evento oficial no Lago Sul, onde reside.
Exatamente em frente ao apartamento novo – em frente assim, pouquíssimos metros, janela com janela – mora uma bailarina. Gente, que sorte! Ontem, a sala passou o dia inteiro com as janelas abertas, parece que ela não tem cortinas. Sem tem, não as fecha. E dança, dança lindamente. A princípio eu assisti, assim disfarçadinha, depois …
Exatamente em frente ao apartamento novo – em frente assim, pouquíssimos metros, janela com janela – mora uma bailarina. Gente, que sorte! Ontem, a sala passou o dia inteiro com as janelas abertas, parece que ela não tem cortinas. Sem tem, não as fecha. E dança, dança lindamente. A princípio eu assisti, assim disfarçadinha, depois que ela agradeceu os aplausos, que saíram meio que acidentalmente, até esqueci o disfarce. Tomara que siga receptiva ao público que acaba de chegar.
Eu dou uma sorte danada com vizinhos. Quando cheguei a São Paulo, de mala e cuia, fui morar na Mourato Coelho. Um apartamento horroroso, barulhento, escuro. A janela do meu quarto, no segundo andar, dava para um estacionamento. E a Vila Madalena era, àquela altura, O lugar. Mas não tinha uma madrugada, isso de segunda a segunda, em que o estacionamento não ficasse lotadíssimo.
Minha gente! Na esquina tinha um pão de açúcar 24hs que fazia um sucesso medonho e em frente ao prédio, tinha um bar meio balada, meio bar. Eu trabalhava em redação, chegava de madrugada em casa com uma certa frequência. Bem, chegava de madrugada toda segunda e terça quando a revista fechava. E algumas quintas, sextas e sábados, porque eu era jovenzinha e também dava meus pulos. Mas voltando à reclamação principal, quando chegava do trabalho, o que tinha de gente bêbada no portão de casa, do outro lado da rua, na esquina do super. Olhe, era trash ali, viu?
Mas se a noite era assim infernal, as manhãs e tardes eram puro contentamento. No apartamento 12, exatamente abaixo do meu, moravam três amigos. Cruzei pouquíssimas vezes com os meninos na escadaria de prédio – é que lá não tinha elevador –, mas sei que eram músicos da então recém criada Orquesta Jovem Tom Jobim. Não havia um dia sequer em que a casa não fosse invadida pelos ensaios dos três. Quando as meninas começaram a tocar piano, lembrei tanto da Mourato Coelho e de como eu amava ouvir a mesma música ficando cada vez mais bonita e mais completa. Quanta vida cabe em uma construção vertical com casinhas empilhadas umas nas outras, não é? Que sejam cheias de dança e música. Boa semana, queridos.
Roberta D’Albuquerque é psicanalista, autora de Quemmandaaquisoueu – Verdadesinconfessàveissobre a maternidade e criadora do portal A Verdade é Que…
https://www.facebook.com/roberta.dalbuquerque
https://www.instagram.com/robertadalbuquerque/
A vida de Ana Loureiro já é uma festa, mas, no dia em que ela troca de idade, se transforma numa espécie de evento oficial no Lago Sul, onde reside.
Você tá colhendo tudo que plantou com trabalho, empatia e respeito. Uma pessoa de verdade, de coração puro.
A Abrasel-DF divulgou que, durante a semana do Dia dos Pais, os bares e restaurantes do DF esperam um crescimento de até 15% no faturamento.
Roberta D’Albuquerque é psicanalista, autora de Quem manda aqui sou eu – Verdades inconfessáveis sobre a maternidade e criadora do portal A Verdade é Que…