Brasília Agora


DESTAQUE

Contas externas têm saldo positivo pelo quarto mês seguido

25 de agosto, 2020

Superávit é de US$ 1,6 bi, o 1º saldo positivo para julho desde 2006 As contas externas registraram saldo positivo em julho pelo quarto mês […]

Contas externas têm saldo positivo pelo quarto mês seguido

Superávit é de US$ 1,6 bi, o 1º saldo positivo para julho desde 2006

As contas externas registraram saldo positivo em julho pelo quarto mês seguido, informou nesta terça-feira (25), em Brasília, o Banco Central (BC). O superávit em transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do Brasil com outros países, chegou a US$ 1,628 bilhão. Esse foi primeiro saldo positivo em julho desde 2006 (US$ 3,007 bilhões). Em julho de 2019, foi registrado déficit em transações correntes de US$ 9,790 bilhões.

“Essa reversão [do saldo negativo em julho no ano passado para superávit em 2020] decorreu de alta de US$ 5,7 bilhões no superávit da balança comercial de bens e das reduções de US$ 4 bilhões e de US$ 1,6 bilhão nos déficits em renda primária e serviços, na ordem”, destaca relatório do BC.

Nos sete meses do ano, as transações correntes tiveram déficit de US$ 11,798 bilhões, contra o saldo negativo de US$ 30,988 bilhões em igual período de 2019.

Em 12 meses encerrados em julho, o déficit chegou a US$ 31,737 bilhões (2% do Produto Interno Bruto – PIB, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país), ante US$ 43,155 bilhões (2,65% do PIB) até junho deste ano.

Balança comercial

Em julho, as exportações de bens totalizaram US$ 19,652 bilhões e as importações, US$ 12,269 bilhões, resultando no superávit comercial de US$ 7,383 bilhões, contra US$ 1,653 bilhão no mesmo mês do ano passado. De janeiro a julho, o superávit comercial chegou a US$ 26,223 bilhões, ante US$ 23,910 bilhões do mesmo período de 2019.

Serviços

O déficit na conta de serviços (viagens internacionais, transporte e aluguel de equipamentos, entre outros) atingiu US$ 1,819 bilhão em julho, ante US$ 3,439 bilhões em igual período de 2019. Nos sete meses do ano, o saldo negativo chegou a US$ 12,232 bilhões, resultado menor que o registrado de janeiro a julho de 2019, de US$ 20,860 bilhões.

Viagens internacionais

O resultado das viagens internacionais – que fazem parte da conta de serviços – ficou negativo em US$ 127 milhões, contra US$ 1,3 bilhão. Esse saldo é formado pelas receitas de estrangeiros (US$ 140 milhões em julho) no Brasil e os gastos de brasileiros no exterior (US$ 267 milhões). De janeiro a julho, as despesas superaram as receitas em US$ 1,769 bilhão, contra o saldo também negativo de US$ 7,030 bilhões em igual período de 2019.

As viagens internacionais têm sido afetadas pelas restrições de entrada e saída dos países e pelas medidas de isolamento social, necessárias para o enfrentamento da pandemia de covid-19.

Rendas

Em julho de 2020, o déficit em renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários) chegou a US$ 4,148 bilhões, contra US$ 8,165 bilhões no mesmo período de 2019. De janeiro a julho, o saldo negativo ficou em US$ 27,276 bilhões, ante US$ 34,410 bilhões em igual período do ano passado.

A conta de renda secundária (gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) teve resultado positivo de US$ 211 milhões, contra US$ 161 milhões em julho de 2019. Nos sete meses do ano, o resultado positivo chegou a US$ 1,487 bilhão, ante US$ 1,168 bilhão em igual período de 2019.

Investimentos

Os ingressos líquidos em investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 2,685 bilhões no mês passado, ante US$ 5,328 bilhões em julho de 2019.

De janeiro a julho, o IDP chegou a US$ 25,527 bilhões, ante US$ 36,475 bilhões nos sete meses de 2019. Nos 12 meses encerrados em julho de 2020, o IDP totalizou US$ 62,555 bilhões, correspondendo a 3,94% do PIB, em comparação a US$ 65,198 bilhões (4,01% do PIB) em junho. 

De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, o IDP “foi bastante atingido pelos efeitos da pandemia”, devido à situação de incerteza sobre a volta da atividade econômica à normalidade, tempo de duração do contágio da doença e letalidade. “Os investimentos diretos são de mais longo prazo e flutuações na atividade econômica de curto prazo têm um impacto menos relevante. Mas no caso da pandemia, houve impactos econômicos inéditos e muito incerteza” disse. Ele acrescentou que fluxos de IDP foram interrompidos, principalmente em abril.

Em julho, os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram ingressos líquidos (descontadas as saídas) de US$ 885 milhões, dos quais US$ 333 milhões em títulos de dívida e US$ 553 milhões em ações e fundos de investimento. Nos sete primeiros meses de 2020, houve saídas líquidas de US$ 30,626 bilhões, contra ingressos líquidos de US$ 14,073 bilhões, em período similar do ano passado.

Fonte: Agência Brasil