
Atletas da rede pública do DF recebem kit completo com uniformes oficiais
Pela primeira vez, estudantes-atletas da rede pública ganham um kit completo, fortalecendo a identidade do grupo
Casa da seleção até os anos 1990, estádio perdeu este status, e equipe passou a jogar mais em Londres
Carlo Ancelotti já havia passado por um turbilhão de emoções quando foi ao Maracanã pela primeira vez, em maio. O técnico havia desembarcado no Brasil três dias antes, foi apresentado pela CBF, fez sua primeira convocação, assistiu a um jogo do Botafogo, conheceu a sede da entidade, no Rio, e a Granja Comary, em Teresópolis. No estádio, para assistir a Flamengo x Deportivo Táchira, pela Libertadores, precisou atravessar um corredor lotado de jornalistas e curiosos até chegar ao camarote, visitado por uma série de jogadores e cartolas que queriam cumprimentá-lo. Nada disso impediu o italiano de ficar impactado quando a bola rolou e a torcida iniciou sua festa.
— A gente não vai jogar aqui?! — questionou aos membros da CBF que o acompanhavam.
Não foi só uma pergunta, mas uma espécie de apelo. No começo daquela semana, em entrevista à TV Globo, o técnico já havia expressado seu desejo de comandar um jogo da seleção no Maracanã. Ao se deparar com a atmosfera do estádio, ficou ainda mais convicto de que precisava vivenciar aquela experiência, desejo que será concretizado nesta quinta, às 21h30, contra o Chile.
— É muito bonito neste sentido, de ser a primeira vez no Maracanã, no templo do futebol mundial. Então é uma nova experiencia que sempre terei na minha recordação — comentou o italiano ontem. — E há um jogo. Espero que o time jogue bem, tenha confiança, boa atitude, intensidade. É o caminho que pretendemos percorrer até a Copa.
Os planos da CBF para Brasil x Chile eram outros. O local da partida ainda não estava marcado, mas a entidade, ainda sob a gestão Ednaldo Rodrigues, vinha trabalhando com algumas possibilidades: Porto Alegre, Brasília e um estádio no Nordeste. Foi preciso o fascínio do técnico pentacampeão da Liga dos Campeões da Europa pelo Maracanã para que o duelo contra o Chile fosse redirecionado.
Há um simbolismo nesta situação. O Maracanã nasceu também para a seleção. Foi erguido como o principal palco do projeto da Copa do Mundo de 1950. E, em suas quatro primeiras décadas, foi de fato a casa da Amarelinha. Dos 109 jogos disputados pelo Brasil no local, 96 foram neste período.
Só que, na década de 1990, os compromissos da seleção viraram um negócio lucrativo para a CBF. E o Maracanã perdeu seu status de casa. A partida desta quinta será apenas a 14ª no local em 35 anos.
Um outro número mostra como a mudança de lógica da CBF levou a seleção para um lar bem distante do palco mais famoso do futebol brasileiro. Desde 1990, nenhuma cidade recebeu tanto a Amarelinha quanto Londres: foram 19 confrontos. Só Wembley, o estádio mais famoso da capital inglesa, sediou oito partidas. E houve ainda outras 11 nas demais arenas da cidade.
Com o desejo de Ancelotti atendido, o Maracanã será palco da despedida do Brasil diante de seus torcedores antes da Copa de 2026. Esta, por sinal, é outra tradição modificada pela transformação dos jogos num negócio. Como os amistosos passaram a ser realizados com mais frequência na Europa ou na Ásia, o último jogo do Brasil em casa pelas Eliminatórias se converteu nesta oportunidade derradeira para o torcedor estar com a seleção antes do Mundial.
Será a segunda vez seguida que o Maracanã receberá esta despedida. E, de novo, contra o Chile. Em 2022, ela ocorreu em grande estilo, com uma goleada brasileira por 4 a 0.
Se o roteiro se repetir, o jogo servirá ainda para o torcedor carioca virar a página da última vez da Amarelinha no estádio. Há pouco menos de dois anos, também por esta edição das Eliminatórias, o Brasil perdeu para a Argentina por 1 a 0 numa partida manchada pela briga no setor de visitantes da arquibancada e pela violência policial empregada contra eles, que fez até os jogadores da albiceleste correrem para protestar.
Afastar memórias negativas é o que quer Ancelotti. Principal atração da partida (que não contará nem com Vini Jr e nem com Neymar), o italiano tem como primeira referência do estádio justamente o Maracanazo. Este jamais será esquecido. Mas ele sabe que pode fazer do jogo no estádio o pontapé inicial de uma guinada para a reconquista do torcedor.
— A primeira memória que tenho do Maracanã não é boa para vocês. Eu lembro quando me contavam da final de 1950. Mas não quero lembrá-la agora — brincou. — O Maracanã sempre foi o estádio mais importante na história do futebol mundial.
BS20250904050019.1 – https://extra.globo.com/esporte/noticia/2025/09/a-gente-nao-vai-jogar-aqui-como-ancelotti-se-encantou-pelo-maracana-e-fez-cbf-levar-brasil-x-chile-para-o-estadio.ghtml
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