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AGORA-DF

UMA BRIGA DE FOICE SEM SOLUÇÃO

O EX-GOVERNADOR Paulo Octavio, presidente do PSD do Distrito Federal, fez uma reunião com líderes de vários partidos da base do governo para tentar botar alguma ordem na confusão que se tornou a filiação de novos quadros nesta janela. Fracassou. Ninguém quer saber de acordo e a briga de foice continua.

RORIZ, POMO DA DISCÓRDIA

A REUNIÃO foi convocada depois que o PSD perdeu a filiação de Joaquim Roriz Neto, candidato à Câmara Legislativa, para o PL. Estava tudo certo e a entrada do herdeiro do clã Roriz no PSD chegou a ser anunciada e só cancelada porque a família – ele, a esposa e a mãe, dona Weslian – pegaram covid-19. Na recuperação da doença, todos decidiram mudar de rumo e foram para os braços de José Roberto Arruda.

BRIGA POR CANDIDATOS

PAULO Octávio ficou inconformado com o aliciamento de Arruda e chamou os presidentes dos partidos que formam a base do governador Ibaneis Rocha para uma conversa de aliados. Ouviu que aliança tem limite, que cada partido tem que buscar os melhores para atender a seus próprios interesses e não é possível compor as nominatas em comum acordo, abrindo mão de candidatos.

AGORA É NO COTOVELO

O PRESIDENTE do PSD já disse a companheiros que se arrependeu de tentar respeitar os outros partidos. “Ele acreditava que pudesse organizar os partidos da base, mas os outros foram inflexíveis”, disse um correligionário. Com não deu certo tentar a boa educação e a fleuma, que os adversários se preparem para o festival de cotoveladas pessedistas.

CANDIDATO A QUE?

MAS OS adversários também têm argumento. “Antes de tudo, o Paulo Octávio precisa se decidir: ele é candidato a que?”, pergunta o presidente de um partido “mui” amigo. De fato, o presidente do PSD ainda não bateu o martelo sobre suas pretensões; não é segredo que ele quer disputar o senado, mas chegou atrasado, porque Flávia Arruda já se colocou no grid de largada, ao lado de Ibaneis Rocha. Paulo Octávio só diz que não se empolga com a Câmara Federal.

TAPANDO O NARIZ

NOS PRÓXIMOS dias o senador Reguffe desembarca no União Brasil. Ele mesmo confirmou a filiação ao novo partido a um amigo, embora esteja incomodado de estar no mesmo partido de Alberto Fraga, um caráter inteiramente diverso do dele. O União nasceu das costelas do PSL que elegeu Bolsonaro presidente, outro incômodo para a biografia de Reguffe. Parece que o senador está disposto a tapar o nariz para não sentir o mal cheiro da estranha aliança.

AS CAMBALHOTAS DE FREJAT

TADEU Filippelli, ex-vice-governador, ex-deputado federal, ex-secretário de Obras, está em plena campanha eleitoral – mesmo fora do período permitido por lei – apostando exatamente na partícula ‘ex’. Está tentando explorar tudo que já foi. Mas anda exagerando. Pelas redes sociais, publicou um post dizendo que ele “entregou o Hospital do Paranoá”. Deve ter provocado umas três cambalhotas celestiais de Jofran Frejat.

OBRA DE MUITOS PAIS

FILIPPELLI também diz que “participou” da construção da Ponte JK. Tem muito operário que pode dizer o mesmo. Mas briga mesmo ele compra quando diz que foi o responsável pela implantação do metrô no DF. Todos sabem que o idealizador e executor da obra foi o ex-governador Joaquim Roriz, mas ainda tem José Roberto Arruda reivindicando um pedacinho da paternidade. E o eleitor que se vire para saber quem tem razão.

DANIEL ENTRE OS LEÕES

O ADMINISTRADOR de Vicente Pires, Daniel de Castro, tem feito um trabalho reconhecido pela população de sua cidade. Nas horas de maior dificuldade, como ocorreu esta semana depois do dilúvio que caiu sobre o local – imediatamente ele foi para a rua, convocou secretários e empresas para reduzir ao máximo os danos da chuvarada. Mesmo assim ele não está conseguindo um partido que abrigue sua candidatura a deputado distrital. O PP tinha prometido legenda, mas parece que não vai dar.