Uma consulta para medir forças

O resultado da consulta realizada pela Paraná Pesquisas no Distrito Federal e divulgada ontem pode não ter surpreendido quem acompanha a política local, mas bateu fundo no Palácio do Planalto. O instituto é um dos favoritos do presidente Jair Bolsonaro, que periodicamente recebe resultados aferidos pela Paraná para balizar algumas de suas ações e, portanto, tem toda a confiança do alto escalão. A consulta no DF foi exatamente para medir a força do atual governador, Ibaneis Rocha, candidato à reeleição.

Mudança de planos?

Ibaneis liderou em todos os cenários apresentados, desmontando o discurso de algumas pessoas que gostariam de ver uma chapa com Flávia Arruda (PL) para o governo e Damares Alves (Rep) para o Senado. Se havia temor pelo sucesso da empreitada, agora há uma certeza de que há maneiras mais inteligentes de manter aliados – ou pelo menos políticos não beligerantes contra o Planalto – no poder, na capital federal.

Ponte contra implicância

A deputada federal Celina Leão (PP) está sendo a ponte entre os palácios do Buriti e do Planalto, promovendo a distensão por meio do ministro-chefe da Casa Civil Ciro Nogueira, presidente licenciado de seu partido. Não é tarefa fácil. Bolsonaro tem certa implicância com o governador Ibaneis por causa das medidas que este tomou durante a pandemia da covid-19, principalmente fechando escolas e comércio.

Arruda fora da pesquisa

A Paraná não chegou a colocar o ex-governador José Roberto Arruda em nenhum dos cenários para governador, sinal evidente de que o Palácio do Planalto não conta com essa manobra, ao contrário do que vinha sendo propagado pela cidade. Arruda ainda luta para se livrar da pena de inelegibilidade com um recurso no Tribunal de Justiça do DF, mas ninguém arrisca um prognóstico, já que a Justiça tem sido surpreendente em muitos casos.

De cabelo em pé

O governador Ibaneis Rocha deve ter deixado os adversários de cabelo em pé com a entrevista que deu à TV Bandeirantes no programa Eleições 2022 e que foi ao ar ontem à noite. Ele tem todo o governo na cabeça, com detalhes das obras e das ações desenvolvidas que deixaram os dois entrevistadores evidentemente perplexos. E ele falou sobre tudo.

Economia destravada

Depois de discorrer do desafio que foi governar sob as limitações impostas pela pandemia, Ibaneis exibiu conhecimento amplo sobre a motivação de cada obra citada, a partir do destravamento da economia local num período que foi recessivo em praticamente todo o país. Mesmo assim, o governador evita comemorar: reconhece que há muito a ser feito, já que o projeto inicial teve que ser alterado exatamente por causa das exigências da covid-19.

Expansão do metrô

Ibaneis disse que a expansão da linha do metrô em Samambaia entra em licitação nas próximas semanas, assim como a construção do viaduto da Esaf, ponto de gargalo na região dos condomínios do Lago Sul. Disse ainda que espera que o processo para a expansão do metrô na Ceilândia comece ainda este ano.

Medo de perder benefício

Ibaneis não deixou perguntas sem resposta, nem as mais espinhosas, caso das filas nas agências do CRAS. Segundo ele, o governo federal exige o preenchimento de um questionário de 300 perguntas, o que leva cerca de 40 minutos, em média, limitando o número de atendimentos por dia. Muitas pessoas nem tinha que estar ali, mas, diz Ibaneis, têm medo de perder os benefícios que já recebem.por dia. Muitas pessoas nem tinha que estar ali, mas, diz Ibaneis, têm medo de perder os benefícios que já recebem.

Carga horária dobrada

O governador defende a simplificação do cadastramento como forma de vencer as filas. “Temos que trabalhar exatamente para essas pessoas que mais precisam, mas vamos vencer. Nos próximos dias assino um decreto dobrando a carga horária dos servidores de 20 para 40 horas semanais”, anunciou.