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1 de fevereiro, 2025

Saúde pública do DF atende 163 mil pacientes por dia A rede pública de saúde do Distrito Federal atende a mais de 163 mil pessoas todo dia. É um número expressivo, mas que fica perdido no meio das notícias pinçadas das exceções a esta regra, tão exploradas pelo noticiário apelativo e pelos políticos. O caso …

Saúde pública do DF atende 163 mil pacientes por dia

A rede pública de saúde do Distrito Federal atende a mais de 163 mil pessoas todo dia. É um número expressivo, mas que fica perdido no meio das notícias pinçadas das exceções a esta regra, tão exploradas pelo noticiário apelativo e pelos políticos. O caso mais recente é o do senador Reguffe, que foi à televisão, mesmo reconhecendo que há boas coisas no governo Ibaneis para dizer que a saúde do DF é muito ruim. Proposta? Não teve nada além do “tem que melhorar” de sempre.

Faça as contas

Só para lembrar, 163 mil pessoas – total de atendimentos – é praticamente toda a população de Planaltina, quase o dobro da população de Ceilândia, a maior cidade do DF.

Reguffe desrespeita médicos

O senador Reguffe gosta de falar de saúde pública, mas não de tudo. E abusa do expediente da omissão. Não reconhece, por exemplo, o período de dois anos que os hospitais públicos praticamente funcionaram exclusivamente para casos de covid-19, o que causou um acúmulo de necessidades tanto de exames quanto de cirurgias. Só agora a vida começa a voltar ao normal. O mínimo que se espera é que o senador respeite o trabalho de médicos, enfermeiros e técnicos que ariscaram a própria vida durante a pandemia para não deixar o atendimento parar.

Passado que o senador esconde

O curioso é que durante os quatro anos de governo de seu aliado Rodrigo Rollemberg o senador tenha ficado calado, apenas observando as Unidades de Pronto Atendimento caindo aos pedaços e com equipes incompletas. O senador sabe que o GDF, naquela época, perdeu pelo menos R$ 30 milhões em repasses do Ministério da Saúde apenas porque Rollemberg não mantinha a equipe médica exigida para cada UPA.

Silêncio diante do abandono

Curioso também que o senador Reguffe tenha ficado calado durante os quatro anos do governo de Rollemberg, quando um caríssimo petscam, aparelho fundamental no diagnóstico do câncer, ficou encaixotado e abandonado nos corredores do Hospital de Base. Quem mandou instalar o aparelho e ainda criou um moderno Centro de Medicina Nuclear foi o atual governador, Ibaneis Rocha. Mas este detalhe também não aparece nas falas do senador.

Desmonte das equipes médicas

O senador também ficou calado quando o governador Rollemberg desmontou as equipes do programa Saúde da Família, época em que o Distrito Federal ficou com uma das menores coberturas de assistência do País, até que Ibaneis reequipasse todo o sistema e o DF recuperasse a ponta. Esse tipo de incoerência não combina com o autoproclamado discurso ético do senador.

Político à moda antiga

Chamou atenção também a proposta à moda antiga que o senador Reguffe tem para a segurança pública: a volta da Rocam. Para quem não se lembra, a Rocam foi criada pelo finado coronel João Brochado há mais de 30 anos. Era uma época em que os computadores engatinhavam, que a internet nem existia e que câmeras nas ruas só existiam em filmes de ficção científica. Ou seja, Reguffe quer voltar no tempo e desprezar toda a tecnologia que temos hoje.

Um à toa, outro calado

Não custa lembrar que Reguffe foi eleito senador na mesma chapa em que Rollemberg ganhou o GDF. Trabalharam juntos em toda a campanha e durante os quatro anos de mandato, um fazendo muito pouco (Rollemberg), outro calado (Reguffe). Ninguém achou estranho que, quando o senador disse que poderia ser candidato ao governo, o ex-governador fosse um dos mais contentes. Rollemberg quer que seja a vez dele ficar calado enquanto o outro fica sem fazer nada.

 

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