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1 de fevereiro, 2025A guerra dos candidatos sem-voto Os candidatos a governador do DF mais identificados com a esquerda estão em pé de guerra. Rafael Parente, que deve concorrer pelo PSB, e Leandro Grass (foto), da federação PT-PV-PCdoB, trocaram farpas pontudas pelas redes sociais nos últimos dias, cada um tentando puxar a brasa para a sua sardinha, mas …
A guerra dos candidatos sem-voto
Os candidatos a governador do DF mais identificados com a esquerda estão em pé de guerra. Rafael Parente, que deve concorrer pelo PSB, e Leandro Grass (foto), da federação PT-PV-PCdoB, trocaram farpas pontudas pelas redes sociais nos últimos dias, cada um tentando puxar a brasa para a sua sardinha, mas todos falando em união para enfrentar o governador Ibaneis Rocha, candidato à reeleição. E tudo começou com um tuíte de Grass, convocando a unidade “do nosso campo” (ideológico).
O desafio de Parente
Grass escreveu: “Nossos aliados são muito bem vindos (sem hífem, que vergonha, professor) para compor e fortalecer as pré-candidaturas e projetos apoiados do Lula no DF. Respeitarei a decisão de cada um deles, seja ela qual for”. O primeiro a responder, em tom de desafio, foi Rafael Parente: “Continuo repetindo a proposta que fiz há mais de seis meses: a composição da chapa deve ser feita a partir de critérios claros e pesquisas. Aceita?”
Resposta do preposto
O deputado Grass, fugiu da briga, mas mandou um preposto responder. “Rafael, você tem que levar em consideração que Leandro já tem apoio expressivo, por exemplo, da Federação PT, PV e PCdoB e, claro, do Lula, o segundo nas pesquisas aqui no DF. Eu vejo Leandro Grass com mais chances de crescimento, Vcs juntos então… seria maior ainda”, tuitou o preposto.
Mais um desafio
Rafael Parente continuou a discussão, voltando a falar das pesquisas, em tom educado. “Allan, cada um de nós já coleciona apoios de diferentes segmentos. A pesquisa do Metropoles me coloca numa posição muito melhor. Precisamos nos basear em dados, mas com todo respeito à sua opinião”. Mais adiante, Parente retoma a discussão, novamente lançando desafio: “Me explica uma coisa: por que é que eu e Keka temos de apoiá-lo e não o contrário?”.
Quem faz jogo sujo?
Sem receber resposta, Rafael insiste nos critérios para uma candidatura de união e investe com acusações veladas, mas duras, sobre pressões que tem recebido dos apoiadores de Grass. “Apesar de nos conhecemos há vários anos e eu considerar que Leandro é um dos melhores quadros da CLDF, discordo dos valores e táticas utilizadas pelo grupo de trabalho dele, inclusive em relação a mim. Jogo limpo é essencial”.
Grass com a força da grana
É óbvio que Grass se sustenta na força da federação montada pelo partido dele, o PV, com PT e PCdoB, para exigir a liderança do processo e a cabeça de chapa. Com maior tempo de tevê e rádio, mais dinheiro à disposição e militância superior em número, Grass acredita que deve capitanear o processo. De outro lado, Rafael Parente se fia no apoio do ex-governador Rodrigo Rollemberg e nos números das pesquisas de opinião já disponíveis.
Argumento frágil de Parente
Rafael Parente, no entanto, tem argumento frágil, já que a pesquisa do Instituto Veritas, encomendada pela Associação Comercial do Distrito Federal, coloca Leandro Grass à frente dele. O candidato do PV aparece com 2%, contra 0,9% de Parente, que aliás está atrás também de Keka Bagno, da Rede-Psol, com 1,3%. Mas como se vê, é uma briga de miúdos. Nesta mesma consulta, o governador Ibaneis Rocha aparece com 41% das intenções de voto, e isso num cenário em que Arruda está no mesmo cenário.
Vantagem para o verde
Sem Arruda, Ibaneis vai a 45,2% e Leandro Grass continua à frente de Rafael Parente: 2,4% contra 1,7%, ambos à frente de Keka Bagno, com 1,4%. Na pesquisa Quest, encomendada pelo Correio Braziliense, Leandro Grass também lidera, com 4%, deixando Parente com 2%. Ou seja, se por por esse critério, a vantagem do verde é maior.