Apoios tardios, em vídeos velhos

É preciso saber perder, diz o ditado popular, cheio de juízo. Mas a deputada federal Paula Belmonte não se conforma com a acachapante derrota imposta a ela pelo senador Izalci Lucas na conferência da federação formada entre PSDB e Cidadania. Começou a circular mais um vídeo editado pela equipe de comunicação da deputada, elencando uma série de políticos com palavras de apoio a ela. O que ninguém conta é que as gravações foram feitas antes da decisão que deu preferência à candidatura de Izalci ao GDF, o que deixa todos os “entrevistados” numa saia justa. É um chororô digno de botafoguense.

Invasão de privacidade

Por outro lado, foi uma jogada suja, sujíssima, de tucanos mais radicais que espalharam aos quatro ventos um atestado médico assinado pelo médico psiquiatra Raul E. Monteiro, em que ele afirma que a deputada não tinha condições emocionais de assumir suas atividades, recomendando um descanso de três dias. A deputada reclamou, com toda razão, da invasão de privacidade. E mais: entrou com ação no STF acusando o senador de ser o responsável pelo vazamento.

Briga pode ir à Justiça

Paula Belmonte também promete recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) contra o que chama de “violência política”, termo novo, cunhado de encomenda para reclamar da derrota anunciada para o senador Izalci. Advogados especializados em direito eleitoral não acreditam no sucesso da empreitada, uma vez que estava claro que a delegação da federação foi expressamente dada ao senador, que tem direito de pleitear a candidatura.

Procura-se um culpado

O empresário Paulo Otávio tem se empenhado para encontrar um culpado por ter ficado de fora da chapa majoritária liderada por Ibaneis Rocha nas próximas eleições. Devia olhar no espelho. Numa conversa entre empresários, alguns lembraram de uma ocasião em que houve um encontro com o governador e, na frente de todos, Ibaneis convidou Paulo Octávio para ser seu vice-governador. O empresário relutou, tergiversou e não respondeu.

Relação muito estranha

É que na época havia a possibilidade de José Roberto Arruda ser candidato ao governo, amparado numa decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Paulo Octávio sonhava com a vaga de senador, uma vez que seria improvável ter marido e mulher (Flávia), na chapa majoritária. Ademais, Arruda e P.O. sempre tiveram uma relação muito estranha e de interdependência que instiga muitos atores da ribalda política.

Conversa ainda não terminaram

Mas o empresário continua conversando com seu grupo de origem. No final da tarde de ontem (28) ele foi visto entrando na casa do governador Ibaneis Rocha, onde permaneceu longo tempo. A conversa girava em torno de uma saída para o impasse, já que nem um nem outro quer sair separadamente. Não há testemunhas do encontro, mas sabe-se que foi amigável, e que Ibaneis lembrou tudo o que seu governo fez pelo empresariado – especialmente de uma das principais atividades econômicas de Paulo Octávio, a construção civil.

Dificuldade internas

As dificuldades de Paulo Octávio, no entanto, vão além da afinidade ideológica e pragmática com Ibaneis Rocha. A despeito de uma reunião de filiados do PSD que hipotecou apoio a uma candidatura de Paulo Octávio ao governo, três de seus principais candidatos à Câmara Legislativa do DF têm ligações muito fortes com o governador e só foram ou permaneceram no partido por causa da garantia que foi dada de apoio à reeleição.

Deputados ficam com Ibaneis

O caso mais gritante é o do deputado Cláudio Abrantes, que abraçou Ibaneis ainda no primeiro turno da eleição passada, foi líder do governo, teve apoio para realizar muitas obras em sua base eleitoral e deixou anos de militância no PDT. Abrantes não quer nem saber de fazer campanha para outro candidato, mesmo caso dos deputados Robério Negreiros, que comandou os principais programas de capacitação profissional do governo, e Jorge Viana, que teve sua maior promessa de campanha viabilizada pelo governador, com a contratação de todos os médicos, enfermeiros e técnicos aprovados em concursos antigos.