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AGORA-DF

Exploração política num momento de dor

É triste ver a exploração política com a dor de uma família. A morte de Janaína Nunes de Araújo, hoje (17), nas imediações de um posto do CRAS, no Paranoá, foi festejada pela oposição ao governo como um gol de final de campeonato. Ela não morreu por falta de atendimento nem porque estava na fila, mas por ter passado mal e ter tido um infarto, o que poderia ter ocorrido em qualquer lugar. Esta é a pior face da política.

Demonstração de força

A coligação que tem Ibaneis Rocha como candidato a governador deu uma demonstração de força no lançamento da candidatura, ontem (16), lotando um centro de eventos em Vicente Pires. Milhares de militantes estiveram no local mostrando a força dos candidatos de todos os partidos que compõem a coligação, mas nem tudo é harmonia. O que é até natural, já que a briga de foice dessa eleição vai se dar na disputa pelas câmaras Federal e Legislativa.

Amigo, amigo; política à parte

Muitos candidatos de partidos diferentes – mas que estão sob a mesma coligação – disputam o mesmo eleitor, caso de Hermeto (MDB) e Roosevelt (PL), por exemplo, ambos de olho nas forças de segurança, ou mesmo de Rafael Prudente (MDB) e José Roberto Arruda (PL), que batalham pelo voto de forma mais eclética. Os candidatos estão se respeitando, mas os apoiadores estão se estranhando…

O afastamento de Paulo Octávio

O empresário Paulo Octávio sustenta que pode ser candidato a governador porque não assina nenhum contrato de suas empresas com o governo há mais de seis meses, mas juristas discordam. Esses afirmam que o presidente do PSD deveria ter registrado formalmente o seu afastamento das empresas como manda a lei. Ele não teria problema se fosse candidato a senador ou a deputado federal, mas para governador, sustentam os juristas, não pode.

Medidas econômicas

De qualquer modo a Justiça Eleitoral ainda tem alguns dias para julgar a validade das candidaturas. Até lá, Paulo Octávio pode pedir voto e até fazer promessa, mas por via das dúvidas ainda não se vê material de campanha dele pelas ruas – talvez seja mais uma das suas famosas medidas econômicas.

Um plano improvisado

Mas não resta dúvida que é uma candidatura improvisada. Quem dúvida basta olhar o plano de governo que seu partido registrou no TRE, uma sucessão de platitudes com poucas ações que deixam algo mais explícito. É um festival de propostas aleatórias, sem ações específicas ou mais efetivas. Bem diferente do plano que – quando candidato a vice-governador de Arruda – apresentou na época, bastante detalhado e profissional.

Vem aí um remendo

Paulo Octávio promete um remendo para a próxima sexta-feira, quando apresentará um plano de 55 metas, uma espécie de adendo ao plano que foi apresentado apenas para não perder o prazo. O empresário diz que está se reunindo, por exemplo, com o deputado distrital Jorge Viana, que é técnico em enfermagem, para encontrar soluções para os problemas da saúde pública. Até anteontem, Viana estava agarrado no governador Ibaneis.

Pressão durou 12 dias

Aliás, é bom lembrar que Paulo Octávio já foi governador do Distrito Federal. Por 12 dias, logo depois da renúncia de José Roberto Arruda. Mas Paulo Octávio, que sempre sonhou ser governador do DF, pediu o boné porque não aguentou a pressão. Será que aguenta o tranco desta vez?

Na luta pelo reconhecimento

O governador Ibaneis Rocha sabe que tem pela frente o desafio de quebrar o tabu da reeleição no DF. Apenas o ex-governador Roriz conseguiu dois mandatos consecutivos de governador e agora, com 70% avaliando seu governo como bom, ótimo ou regular, ele tem tudo para quebrar o paradigma. Ele já deu o tom de sua campanha: prestação de contas de tudo o que foi feito, mas reconhecendo que muito precisa ser feito ainda.

Hora da experiência

As pesquisas qualitativas à disposição dos candidatos mostram que nesta eleição que terá vantagem são os candidatos com experiência administrativa comprovada. Os franco atiradores têm muito pouca chance.