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19 de agosto, 2022

A vitória do debate foi de quem não foi O grande vitorioso do debate promovido pela TV Brasília foi o governador Ibaneis Rocha (MDB), que […]

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A vitória do debate foi de quem não foi

O grande vitorioso do debate promovido pela TV Brasília foi o governador Ibaneis Rocha (MDB), que não foi. Quem assistiu encarou um festival de amadorismo que acabou dando razão ao governador que se recusou a aceitar as regras do programa, com todo espaço para ataques e nenhum para defesa. Curioso é que no mesmo momento do programa, o portal Metrópoles publicava mais uma pesquisa, do instituto Ideia, mostrando que o governador estaria reeleito ainda em primeiro turno.

Audiência foi um fracasso

A ausência de Ibaneis tirou todo o interesse da população. A audiência registrou traço na audiência na emissora que é de propriedade de um dos participantes, Paulo Octávio (PSD). Foi o resultado da patética participação dos concorrentes. Os seis candidatos presentes preferiram atacar a ausência do governador ao invés de tentarem mostrar que eram melhores que ele.

Estava tudo combinado

A troca de amabilidades entre os presentes deixou claro que havia um conluio entre eles para atacar Ibaneis. A maioria das perguntas era só uma tática de voleibol, um levantamento de bola à espera do corte, com críticas ao governo. Paulo Octávio, dono do canal de televisão, chegou a dizer que falta ao governo “gestão estratégica”, sem explicar o que queria dizer com as palavras saídas da boca de um candidato cheio de processos por causa dos negócios de suas empresas.

Memória ruim de Paulo Octávio

Paulo Octávio, todo atrapalhado no debate da TV Band, melhorou um pouco, mas mostrou que não tem muito a dizer. Chegou a acusar o governador Ibaneis de trocar muito os secretários, talvez se esquecendo que ele próprio indicou alguns deles – ver um aliado virar oposicionista é típico da política oportunista do DF, aliás. O candidato só fez propaganda de um anúncio de metas que fez nesta manhã.

O branco de Rafael Prudente

O momento mais constrangedor foi protagonizado pelo candidato do PSB, Rafael Prudente, ao responder a Leila Barros (PDT) sobre qual seria a política habitacional dele. Começou enrolando, falando até de palafitas no DF – como se sabe, palafitas são construções sobre terra alagadiças, que não existem por aqui – e, evoluindo, chegou a um beco sem saída: parou de falar e pediu desculpas. “Deu um branco”, justificou. A apresentadora ainda aumentou o problema: “O senhor ainda tem 44 segundos…”

A mentira de Leila Barros

Leila Barros não foi melhor. Disse que trouxe R$ 1,5 bilhão para o DF, o que na melhor das hipóteses é uma mentira, porque nenhum senador ou deputado tem essa quantidade de verba para destinar.

Izalci encontra um adversário

Izalci Lucas (PSDB) não foi bem mais usou a estratégia mais inteligente ao atacar Paulo Octávio. Sabendo que não consegue chegar aos índices de Ibaneis, tentou desconstruir o candidato-empresário. Os demais caíram na esparrela de tentar criticar um governo bem avaliado, mas sem apresentar alternativas plausíveis.

Todo mundo tem um pai

Leandro Grass (PV-PT) é um exemplo. Solta farpas por todos os poros, mas não tem uma ideia clara do que fazer. O eleitor certamente vai se lembra que todos ali faziam parte de governos passados que pouco fizeram de prático quando chegaram ao poder. Grass descende de Agnelo Queiróz, assim como Rafael Parente e Leila Barros são oriundos de Rodrigo Rollemberg e Paulo Octávio e Izalci Lucas participaram do desastre do governo Arruda.

Ibaneis lidera nova pesquisa

Enquanto todo mundo tentava brigar com ele, Ibaneis saboreava o resultado da pesquisa do Metrópoles. Ibaneis aparece, mais uma vez na liderança folgada, com 39,9% dos votos, seguido de Leila Barros, com 9%, e de Paulo Octávio, com 7,2% e Izalci, 6,2%.

 

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