Debate ou uma grande perda de tempo?

O debate realizado pelo portão Metrópoles foi, antes de tudo, uma grande perda de tempo. A audiência baixíssima para um portal de tanto prestígio mostrou que o eleitor não quer saber daquela troca de insultos e do pelotão de fuzilamento formado para atingir um único candidato, o atual governador Ibaneis Rocha (MDB), até agora apontado – em todas as pesquisas realizadas – como favorito para ganhar as eleições ainda no primeiro turno.

Ofensa pessoal deu o tom

A direção do programa – não dá para chamar de debate – não conseguiu construir regras minimamente interessantes e que favorecessem a troca de ideias ou mesmo o confronto ideológico entre os candidatos. Alguns dos participantes partiram para a tentativa de ofensa pessoal contra Ibaneis e Paulo Octávio (PSD), tentando alguma maneira de se destacar, nem que fosse na base do desespero e da histrionice.

Mentira também vale?

Alguns candidatos mentiram a valer. O fenômeno já havia sido detectado em encontros anteriores, como, por exemplo, quando Leandro Grass (PV) disse que a CEB havia sido vendido a preço vil de R$ 1,5 bilhão, quando na verdade o leilão foi um sucesso, que arrecadou R$ 2,5 bilhões para os cofres do GDF, além de farto investimento para a companhia de energia. Desta vez, a mentirosa foi Keka Bagno, que afirmou que 600 mil pessoas passam fome no DF, dado que não tem a menor comprovação, de lado nenhum.

Satisfação com a desgraça alheia

Aliás, Keka, Grass e Rafael Parente (PSB) têm se esforçado que todos nós, brasilienses, vivemos na pior cidade do mundo, numa estúpida tentativa de distorcer a realidade vivida por mais de três milhões de pessoas. Chamam o eleitor de idiota e, no caso de Keka, ainda fazem cara de satisfeitos – numa arrogância desmetida – com a desgraça anunciada – e que não tem base na realidade.

Postura afetada

Rafael Parente achou que ali era lugar de deboche. Tentou ofender o governador e acabou debochando do eleitor com uma postura afetada e vazia, se perdendo nos tempos de resposta e sapateando no palco.

Ibaneis evita polêmica rasteira

O rosto e a postura de enfado do governador Ibaneis Rocha deram o tom do que foi o programa. Mesmo ofendido pessoalmente, ele não pediu nenhum direito de resposta, evitando a polêmica rasteira proposta por seus adversários, numa tática elogiada por observadores. Ou seja: Ibaneis não se rebaixou ao nível de seus detratores e mostrou firmeza e orgulho pelo trabalho feito nos últimos três anos e oito meses.

Recado pelas redes sociais

No final do programa que deveria ter sido um debate, Ibaneis publicou um post em suas redes sociais que deu bem o tom de sua disposição: Sem ataques, seguiremos trabalhando com a verdade e principalmente com propostas concretas para que o DF continue crescendo; São quase quatro anos de entregas, cuidado com a população e coragem para trabalhar”.

Os bilhões que vêm do BRB

Quando falou sobre o Banco de Brasília, Ibaneis lembrou que quase toda a cúpula da instituição foi presa no governo passado e que o banco estava quase quebrado quando assumiu. Leila Barros tentou disfarçar o fato de ter sido do primeiro escalão do governo passado e tentou desviar para uma crítica falando sobre a distribuição de microcrédito. Ibaneis deitou e rolou: falou dos números de pequenos e médios alcançados especialmente durante a pandemia. E no final ainda deu uma boa notícia para o DF: o BRB e o Flamengo estão vendendo parte do banco digital feito em parceria, o que vai render R$ 1 bilhão para o clube (que vai usar o dinheiro para construir seu estádio) e outro R$ 1 bilhão para obras e ações sociais do GDF. Os primeiros R$ 500 milhões entram no cofre do GDF ainda em setembro.