AGORA-DF
2 de fevereiro, 2025Petistas arrependidos O PT candango está vermelho de arrependimento por ter aberto mão de candidatura própria – fato inédito na história do petismo brasiliense – para apoiar o candidato verde Leandro Grass ao Palácio do Buriti. Petistas de cabelos prateados hoje têm a certeza que se o PT tivesse repetido no DF a polarização nacional …
Petistas arrependidos
O PT candango está vermelho de arrependimento por ter aberto mão de candidatura própria – fato inédito na história do petismo brasiliense – para apoiar o candidato verde Leandro Grass ao Palácio do Buriti. Petistas de cabelos prateados hoje têm a certeza que se o PT tivesse repetido no DF a polarização nacional (Lula x Bolsonaro), colocando Geraldo Magela ou Rosilene Corrêa na disputa ao Palácio do Buriti, o governador Ibaneis Rocha (MDB) não estaria tão perto da reeleição ainda no primeiro turno.
Contabilizando o estrago
Diante dessa constatação, a velha guarda petista já soma o estrago: Grass não chega ao segundo turno e com muita sorte poderá ficar atrás de Ibaneis (hoje com 58% dos votos válidos, conforme pesquisa do Instituto Real Time Big Data), mas com menos de 13% dos votos (hoje ele tem 12%); Rosilene Corrêa não será senadora e terá votação pífia; o partido elegerá apenas um deputado federal (Érika Kokay é quem tem maiores chances) e talvez dois distritais (Chico Vigilante deve ser um deles).
Barraco na federação
Para o presidente do PV, Eduardo Brandão, a campanha de seu pupilo Leandro Grass está sendo boicotada pelos petistas. Se não está sendo boicotada, também não está sendo apoiada. Afinal, é raro ver nas ruas petistas vestindo a camisa do Grass. Por essas e outras, Brandão foi se queixar a presidente nacional do PT, Gleisy Hoffmann. Reclamou que Geraldo Magela, coordenador da campanha de Lula no DF, cruzou os braços e está deixando Grass e Rosilene a ver navios. Gleisy achou exagero, mas Brandão tem razão.
O culpado pela crise
Depois de ser descartado para disputar o Palácio do Buriti ou o Senado, Magela concordou em assumir um papel secundário, o de coordenador da campanha lulista. Aceitou também porque pode pegar uma boquinha no Governo Federal caso Lula seja eleito presidente. Mas ele não move uma palha em busca de votos para Grass ou para Rosilene. Motivo: não quer que nenhum dos dois cresça politicamente e faça sombra para o próprio Magela. Além do mais, Grass não é do PT. É, na verdade, um estranho no ninho.
Outro culpado
Mas há quem aponte outro culpado pelo fato da candidatura de Grass não empolgar nem os petistas nem o eleitorado candango: o jornalista Hélio Doyle. Ele é o manda-chuva da campanha de Grass. É quem define a estratégia, o tom das entrevistas, a acidez do discurso, o formato do programa e as peças publicitárias de péssima qualidade do candidato verde.
Presença incômoda
Vale lembrar que esse é o mesmo Hélio Doyle que ferrou o então governador Cristóvam Buarque ao se debandar para o lado de Joaquim Roriz levando farta documentação contra o governo petista do qual participara. É também o mesmo Doyle que inviabilizou o Governo Rollemberg ao provocar o rompimento do então governador com a Câmara Legislativa. Os petistas e socialistas não esqueceram desses episódios. Por isso, hoje, a incômoda presença de Doyle no comando da campanha da Federação é um motivo a mais para a petezada não vestir a camisa de Grass.
O pequeno vai ficar menor
O resultado dessa brigalhada: Lula está perdendo para Bolsonaro no DF. Os partidos que formam a Federação da Esperança no DF (PT-PV-PCdoB) vão sair menores do que quando entraram na disputa: sem governador, sem senador e com uma minúscula bancada de deputados federais e distritais.
Bons amigos
Amigos e apoiadores de José Roberto Arruda (PL) celebraram a liberação da candidatura dele pelo TRE-DF. Nos grupos diziam que em um eventual segundo turno, Arruda apoiaria Paulo Octávio (PSD). Afinal, são amigos de longa data e compartilham, inclusive, alguns processos.