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22 de setembro, 2022

A dívida de P.O. com a Justiça O milionário candidato Paulo Octávio (PSD) tem dito que não deve nada à Justiça, que está limpinho para […]

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A dívida de P.O. com a Justiça

O milionário candidato Paulo Octávio (PSD) tem dito que não deve nada à Justiça, que está limpinho para disputar a eleição, mas a verdade não é bem assim. Desde junho de 2014, por determinação judicial, todos os meses ele tem que comparecer à da 2ª Vara Criminal de Taguatinga. Foi isso que ele voltou a fazer no último dia 20 de setembro, às 14h51min, segundo registro da servidora que o atendeu. É uma garantia imposta pelo juiz para que ele não escape de ação penal proposta pelo Ministério Público do DF e Territórios.

Rosário de irregularidades                                      

Paulo Octávio foi preso em 2014 acusado de corrupção, formação de quadrilha e obstrução à Justiça após ser investigado numa operação do Ministério Público que revelou um rosário de irregularidades na construção do Shopping JK, em Taguatinga. Depois de cinco dias atrás das grades, o empresário saiu da gaiola por força de liminar.

Prisão pode ser decretada

Mas o juiz determinou que P.O. compareça mensalmente na secretaria da 2ª Vara Criminal de Taguatinga “até o décimo dia de cada mês, no horário compreendido entre 12H e 19h, sob pena de ser-lhe decretada a prisão preventiva em caso de descumprimento, compromisso este que persiste até hoje”, segundo consta na certidão. A determinação judicial não impede, porém, que Paulo Octávio seja candidato, mas também não recomenda.

O declínio do PDT

Leonel de Moura Brizola deve se revirar no túmulo toda vez que olha para o Distrito Federal e vê o seu PDT se transformar em pó. Em 27 anos (1995 a 2022), o partido brizolista já teve 11 deputados distritais. E alguns deles foram destaque na política brasiliense. É o caso de Antônio Reguffe e Cristovam Buarque.

A estrela decadente

Em 2006, Reguffe foi o terceiro candidato distrital mais votado. Ganhou musculatura eleitoral para se eleger deputado federal e, depois, senador. Acabou deixando o partido. Sem rumo, virou um zumbi político. Estrela decadente, Reguffe abandonou a disputa ao Buriti e, neste ano, não é candidato nem a síndico.

Cabo eleitoral

O ex-governador Cristovam Buarque foi a maior estrela do PDT do DF. Eleito ao Senado pelo PT, ele largou o partido em 2005 e se filiou ao PDT, onde ficou por 11 anos. Em 2016, migrou do PDT para o PPS, pelo qual se candidatou ao Senado e ficou em terceiro lugar. Hoje, Cristovam é apenas cabo eleitora de Lula, o residente que em 2014 o demitiu por telefone do cargo de ministro da Educação.

Bola murcha

Agora, a estrela do PDT é a senadora Leila do Vôlei. Eleita pelo PSB, ela trocou de partido em fevereiro deste ano para concorrer ao Buriti pelo PDT. Os pedetistas jogaram a bola para Leila na esperança de que ela fosse levantar o partido. Bola fora. Hoje, Leila tem apenas 10% das intenções de votos. Bola murcha.

Fim dos bons tempos

Mas o PDT já viveu bons tempos. Entre 2015 e 2018, o PDT tinha uma bancada de três distritais: Joe Valle, Cláudio Abrantes e Reginaldo Veras. A bancada, porém, não demorou a esfarelar. Valle presidiu a Câmara Legislativa por dois anos. Largou a política e retornou neste ano com o sonho de ser senador pelo PDT. Já Abrantes aceitou o convite de Paulo Octávio e se filiou ao PSD, mas continua apoiando a reeleição de Ibaneis Rocha (MDB). Veras, por sua vez, ingressou no PV. Assim, o PDT disputa as eleições de 2022 sem representante na CLDF.

Cenário tende a piorar

O atual cenário político não é nada bom para o PDT candango. Mas nada é tão ruim que não possa piorar. O partido sairá das urnas de mãos vazias. Não elegerá Leila ao Buriti nem Joe ao Senado. Não fará deputado federal e dificilmente conseguirá uma vaga na CDFL.

 

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