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AGORA-DF

3 de fevereiro, 2025

Uma greve que ninguém quer Semana passada, depois de uma reunião no Palácio do Buriti a diretoria colegiada do Sindicato dos Professores garantiu que não haveria greve. Esqueceram de combinar com a categoria que, soberana, decidiu por iniciar o movimento. Compreensível: a maioria dos professores não soube o que foi tratado na reunião – com …

Uma greve que ninguém quer

Semana passada, depois de uma reunião no Palácio do Buriti a diretoria colegiada do Sindicato dos Professores garantiu que não haveria greve. Esqueceram de combinar com a categoria que, soberana, decidiu por iniciar o movimento. Compreensível: a maioria dos professores não soube o que foi tratado na reunião – com garantia de avanços fundamentais nas exigências dos professores – e a diretoria teve que engolir a decisão.

Faltou comunicação

Faltou comunicação entre os dirigentes e a categoria. A greve não vai levar a lugar nenhum, ainda mais depois que o reajuste oferecido pelo Governo Federal, é pior do que o GDF já concedeu aos servidores de todas as categorias. Com a confusão, os professores vão demorar mais a ter as outras vantagens já acertadas com o governo e provavelmente teremos uma greve que ninguém quer, prejudicando ainda mais os alunos que não se recuperaram do período da pandemia.

…E a secretária sumiu

Ao que parece, a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, não está muito preocupada com a paralisação dos professores. Ela simplesmente sumiu! Não participou das reuniões com o sindicato – deixadas com a Casa Civil e Secretaria de Planejamento – para tentar sensibilizar os sindicalistas e evitar a greve que deve prejudicar milhares de estudantes. Alguém sabe dizer aonde ela está? Sabe-se só que viajou no feriado.

Dois pesos, duas medidas

O deputado federal, Reginaldo Veras (PV), comemorou o reajuste de 9% que o governo federal concedeu aos servidores públicos, mas tem trabalhado para que os professores do Distrito Federal que ganharam 18% de reajuste, iniciem uma greve na próxima semana. Reginaldo tem dito que “cada conquista é proporcional a capacidade de mobilização” e que a categoria “não pode aceitar um reajuste sem-vergonha de 18%”. Nas contas do deputado, 9% é mais que 18%.

Assinado, Marx

O deputado distrital Max Maciel, eleito pelo PSOL, é um sujeito de esquerda. Mas ele parece querer mais. Hoje, dia do Trabalhador, ele publicou um post nas redes sociais com os seguintes dizeres: Proletários de todas as quebradas, uni-vos! E assinou: Marx (isso mesmo, sem explicar se falava do filósofo Karl ou do humorista Groucho) Maciel, com o velho símbolo do comunista da foice e martelo entrelaçados.

Símbolo de atrocidades

O distrital está algumas décadas atrasado; já deveria saber que o símbolo hoje é menos ligado aos trabalhadores e mais próximo das atrocidades do regime soviético – Stéphane Courtois calcula que 20 milhões de pessoas morreram na URSS. Comunistas históricos como os franceses e ou cubanos nunca usaram o símbolo, mas no brasão da Áustria – democracia parlamentar, capitalista – estão lá, um de cada lado, a
foice e o martelo.

Perguntinhas pertinentes

Outra coisa: quebradas, deputado? No sentido de courela ou da marginalidade mesmo?

Contra a violência

O governador, Ibaneis Rocha, sancionou a lei que cria um protocolo de conduta para estabelecimentos de lazer e entretenimento em relação às mulheres vítimas de violência. O protocolo será chamado ‘Por Todas Elas’ e cria um selo para ser concedido aos estabelecimentos que se enquadrarem. A lei nasceu na CLDF a partir do Projeto 103/2023, do deputado Gabriel Magno (PT).

Responsabilidade de todos

Na prática funciona assim: mulheres que forem ameaçadas ou sofrerem violência em bares, hotéis, pousadas, lojas, restaurantes, eventos culturais e festas precisam ser amparadas imediatamente. A ação passa a ser responsabilidade dos funcionários e do proprietário do estabelecimento onde o fato ocorrer. Para isso, o texto prevê que é preciso investir em capacitação dos trabalhadores que possam ter contato com situações concretas de abuso ou violência. Quem adotar o protocolo, recebe o selo. Agora, falta regulamentar a lei para que o texto ganhe aplicação prática. O prazo para isso é de 90 dias.

 

 

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