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3 de maio, 2023

BUCHA DE CANHÃO Agora está claro: os professores do Distrito Federal estão sendo mais uma vez usados como manobra política. Uma reunião informal realizada ontem […]

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Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

BUCHA DE CANHÃO

Agora está claro: os professores do Distrito Federal estão sendo mais uma vez usados como manobra política. Uma reunião informal realizada ontem (2) no Palácio do Buriti deixou claro que o Sinpro não quer ouvir qualquer proposta do GDF antes do início da greve. Não há o menor interesse em suspender o movimento por um único motivo: o sindicato quer mostrar força.

Pode sair pela culatra

O movimento pode dar errado. O governo já garantiu o aumento de 18% em três parcelas para todos os servidores – incluindo professores – a partir de julho, o que reduz a pressão sobre a categoria. A movimentação de pais, preocupados não apenas porque não têm onde deixar os filhos, mas com a educação deles, já prejudicada pelo período da pandemia, também tem deixado dúvida em muitos professores.

Amnésia do deputado

O deputado distrital Gabriel Magno (PT) já foi dirigente do Sinpro. Mas por alguma amnésia disfuncional, ele se recusa a lembrar que o governo petista de Agnelo Queiroz deixou de pagar a terceira parcela do reajuste prometido aos servidores. Quer esquecer também que foi o governador Ibaneis Rocha que, após oito anos do calote petista, quitou a dívida do GDF com os professores.

Palanque para político

Agora, Magno diz que a sancionada lei que garante o reajuste de 18% a todos os servidores do GDF não atende aos professores, embora tenha sido bem recebida por todas as demais categorias. Mas ele se recusa a negociar, prefere a greve.  Está explicado: greve dá palanque para político.

Sinpro pode quebrar

A greve também pode levar o Sinpro à bancarrota. O sindicato deve R$ 3 milhões ao GDF, provenientes de multas da greve de 2017. O governo nunca cobrou o pagamento, mas deve fazê-lo nos próximos dias. A Procuradoria Geral do GDF já entrou com um processo pedindo a ilegalidade da greve, podendo provocar novas multas.

Piso: a grande mentira

O Sindicato dos Professores vem insistindo com a mentira de que o GDF não cumpre o piso nacional da categoria. A informação é falsa. O DF, aliás, paga salários melhores do que Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.

À frente de Goiás

Mais até do que Goiás, o barulhento vizinho que coloca seus deputados para contestar o Fundo Constitucional do DF. A mentira de que o DF não paga o piso salarial dos professores pode levar a uma nova contestação, prejudicando a todos. Aliás, é bom lembrar que o Fundo foi criado para a Segurança Pública; educação estava de fora da proposta original.

O médico das fake news

O eterno presidente do Sidmédicos, Gutemberg Fialho, há muito tempo trocou o jaleco pela mamata sindicalista. Agora, vem se especializando em fake news. A mais recente notícia falsa por ele publicada em coluna paga num tabloide é de que faltam médicos na rede de saúde pública do DF. Mentira. O GDF conta hoje conta com 2,79 médicos para cada 1.000 habitantes, exatamente o mesmo número que dispõe o Reino Unido.

Assumiu e sumiu

Mas se faltam médicos na rede pública, certamente Gutemberg é um dos faltosos. Desde 2009, quando assumiu a presidência do sindicato, ele sumiu da Secretaria de Saúde. Mas mesmo sem dar uma consulta sequer, Gutemberg recebe todos os meses R$ 12 mil.

Há 20 anos no sindicato

Gutemberg está há quase 20 anos no comando do Sindmédico, que em novembro completa 45 anos. Antes dele, apenas a ex-deputada distrital Maninha ficou no poder por tanto tempo: 12 anos. Gutemberg, portanto, é o dono do mais longo mandato de toda a história do sindicalismo do DF. Triste recorde.

Até quando?

A pergunta que não quer calar: até quando os médicos brasilienses vão aceitar que Gutemberg continue mandando, desmandando e mamando no Sindmédico?