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11 de maio, 2023

AS NUVENS SE MEXEM A lendária raposa mineira Magalhães Pinto ensinou: “Política é como nuvem: muda a cada vez que se olha”. É o que […]

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Celina e Michele - Foto: TRE-DF

AS NUVENS SE MEXEM

A lendária raposa mineira Magalhães Pinto ensinou: “Política é como nuvem: muda a cada vez que se olha”. É o que também vem acontecendo nos céus de Brasília. As nuvens se mexeram e começaram a desenhar novo cenário político para duas fortes candidatas ao Palácio do Buriti: a vice-governadora Celina Leão (PP) e a ex-primeira dama Michele Bolsonaro (PL).

Rumo ao Rio

Os ventos das eleições municipais de 2024 empurram Michele para a corrida à Prefeitura do Rio de Janeiro, forte reduto político do clã Bolsonaro. Pesquisas internas do PL apontam que a brasiliense teria mais chance do que qualquer um dos filhos cariocas do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os meninos estariam eleitoralmente queimados diante das “rachadinhas” e de outras tantas encrencas. A Justiça Eleitoral pode torná-los inelegíveis, risco que também corre o próprio chefe do clã.

Garota de Ipanema

Diante desse cenário de nuvens escuras, raios solares do bolsonarismo iluminam a candidatura da ex-primeira dama à prefeitura da cidade maravilhosa. Michele, ceilandense da gema, seria maravilhosamente transformada na “Garota de Ipanema” a caminho do mar das urnas do Rio. Na bagagem, o bolsonarismo raiz e a simpatia da brasiliense, combinação que pode conquistar o coração e o voto dos cariocas, que não são de rejeitar candidatos “estrangeiros”. Se Michele não for eleita, nada tem a perder.
Se eleita, vira prefeita do Rio e sai da disputa ao Palácio do Buriti.

Ventos a favor de Celina

Melhor para Celina Leão. Hoje, pelo conjunto da obra, ela é a mais forte candidata ao Governo do DF: teve bom desempenho como parlamentar, fez o dever de casa nos 66 dias em que ficou à frente do GDF e tem sido leal ao governador Ibaneis Rocha, de quem espera retribuição nas eleições de 2026.

Uma fera a menos

Ao entrar na corrida pela prefeitura carioca, ganhando ou perdendo, Michele sai antecipadamente da disputa ao GDF. Ao trocar Brasília pelo Rio de Janeiro, a ex-primeira dama estará fortalecendo o projeto político de Celina Leão. Será uma fera a menos no caminho da leoa ao Palácio do Buriti, mudando assim o panorama da disputa. Pelo menos, é isso o que se vê hoje ao olhar para as nuvens.

A FÚRIA DOS GREVISTAS

A greve dos professores está descambando para o perigoso terreno da truculência, da violência, da intolerância. Se não bastasse deixar milhares de alunos sem aulas e sem merenda escolar, e ainda se recusar a negociar o fim da greve com o GDF, o Sindicato dos Professores (Sinpro) passou a intimidar e pôr em risco a saúde física e mental dos servidores da Secretaria da Educação.

Bagunça no shopping

Quase todos os dias, grupos de grevistas bagunçam o Shopping ID, antigo Venâncio 3000, onde está instalada a Secretaria de Educação. Cantando palavras de ordem, gritando palavrões, tocando cornetas e tambores, atravessam o shopping, enlouquecendo clientes, os trabalhadores das lojas e os servidores da secretaria.

Violência moral

Com essa medieval estratégia, o Sinpro mostra que não quer o fim da greve. Quer ver o circo pegar fogo. Para isso, vale intimidar, constranger, humilhar, ameaçar os servidores da Secretaria de Educação. Cenário lamentável e preocupante. Se ainda não ocorreu alguma grave agressão física, certamente os servidores estão sendo vítimas de violência moral.

O cara das quebradas

O distrital Max Maciel (PSol) faz questão de dizer que ele é o “deputado das quebradas”, ou seja, da periferia, das comunidades pobres. Pode até ser, mas suas atitudes o deixam bem longe de quem de fato é “das quebradas”. Max defende radicalmente a greve dos professores. Ao defendê-la, esquece dos milhares de alunos das “quebradas”, da periferia, que estão perdendo aulas e deixando de receber um benefício quase que sagrado para estudantes de baixa renda: a merenda escolar.

 

Armando Guerra
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