MAIO CINZENTO

A temporada de chuvas passou, mas nuvens cinzentas ainda escurecem o céu de Brasília. Começou com a greve dos professores, deflagrada em 4 de maio e que hoje chega ao 16º dia de paralisação. Depois, veio da área econômica um resultado preocupante: a queda da arrecadação do Distrito Federal, que caiu R$ 300 milhões no primeiro semestre de 2023 em relação ao mesmo período de 2022. Para completar, o Congresso Nacional examina emenda que pode vir a reduzir os recursos do Fundo Constitucional, fonte que custeia os serviços de segurança, saúde e educação do DF. A sorte é que maio está acabando. E em junho, o governador Ibaneis Rocha inicia a temporada de entrega de grandes obras, como o Túnel Rei Pelé, em Taguatinga. A partir daí, dias melhores virão.

REMÉDIO PARA A SAÚDE

Um remédio eficiente para socorrer a saúde do DF é injetar recursos na veia do sistema. Foi o que fez o deputado distrital deputado Roosevelt Vilela (PL), autor do projeto que destina 2% dos recursos arrecadados pela Loteria do DF para instituições públicas ou conveniadas que tratam pacientes com câncer e doenças raras. Entre 2020 e 2022, a rede pública realizou 197 mil consultas de pacientes com câncer.

Comissão aprova projeto

O projeto de Vilela já foi aprovado pela Comissão de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo. A proposta, pela importância que tem para a saúde pública, deve ser aprovado com facilidade em outras comissões da CLDF.

Loteria não decolou

O problema é que a Loteria do DF ainda não decolou. A lei que autoriza o GDF a explorar jogos lotéricos foi sancionada pelo governador Ibaneis Rocha no dia 13 de junho de 2022, mas até hoje não saiu do papel. O BRB, que deveria viabilizar o serviço junto com a Secretaria de Economia, ainda não conseguiu definir como funcionará a loteria. Talvez seja o caso de consultar os universitários: a turma do jogo do bicho ou das loterias da Caixa Econômica Federal.

A EDUCAÇÃO DA EDUCADORA

A professora sindicalista Rosilene Corrêa (PT), candidata derrotada ao Senado, jamais pisou numa sala de aula. Pelo jeito que dirige, ela deve ter faltado também às aulas de trânsito da escolinha do Detran. Pois Rosilene, quando circula com a sua SUV, costuma dirigir manuseando o celular e – pasmem! – com as duas mãos. Que falta de educação, educadora! Como perguntaria aquele ex-global demitido: “’E ou não é sem noção?”

JABUTI SAI DE CENA

A Defensoria Pública do DF decidiu retirar o jabuti que ela infiltrou no projeto que encaminhou à Câmara Legislativa estabelecendo reajuste de 18%, parcelado em três vezes, aos servidores da instituição. O jabuti do projeto previa a criação de 90 cargos na Defensoria, brincadeira estimada em R$ 144 milhões. Só que a Defensoria não tem orçamento e sem receita própria, a proposta vira crime de improbidade administrativa. Já que retirou o jabuti, a Defensoria deveria aproveitar e retirar também os advogados que o criaram.

ELEIÇÃO FORA DE ÉPOCA

Quem quiser concorrer a uma das 660 vagas (220 titulares e 440 suplentes) no Conselho Tutelar do DF deve se apressar. As inscrições terminam neste sábado (20) e podem ser feitas apenas pela internet, no site do Instituto Ibest. Para garantir a normalidade do processo eleitoral, o GDF fechou parceria com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-DF), a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) e o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do DF. A eleição só ocorrerá no dia 1º de outubro.

O MURO DO MANÉ

O consórcio que administra o Estádio Mané Garricha decidiu poluir a arquitetura da arena. Cercou metade do estádio com um muro formado por folhas metálicas. Parece uma favela. Ficou tão horrível que moradores de ruas já estão armando barracos ao lado do muro. Brasília não merece.

Armando Guerra
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