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3 de fevereiro, 2025

O PESADELO DE PAULA Paula Belmonte (Cidadania), misto de empresária e deputada distrital, já não dormia direito desde que a Câmara Legislativa instalou CPI para apurar o vandalismo de 8 de Janeiro. As noites dela serão mais longas agora que começaram os trabalhos da CPI do Congresso Nacional para apurar os ataques golpistas na Praça …

O PESADELO DE PAULA

Paula Belmonte (Cidadania), misto de empresária e deputada distrital, já não dormia direito desde que a Câmara Legislativa instalou CPI para apurar o vandalismo de 8 de Janeiro. As noites dela serão mais longas agora que começaram os trabalhos da CPI do Congresso Nacional para apurar os ataques golpistas na Praça dos 3 Poderes. O pesadelo de Paula é ser convocada a explicar se financiou o acampamento bolsonarista do QG do Exército, de onde saiu a turba ensandecida que quebrou o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF.

Família unida

Belmonte, numa sessão da CPI Distrital, relatou, com orgulhosa veemência, que os pais acampavam no QG do Exército, mas que eles não eram golpistas. “Estavam ali rezando, orando”, amenizou. Para a CPI do Congresso, não interessa quem orava ou batia continência para pneus. Interessa quem patrocinou os golpistas camuflados de “pessoas de bem”. Entre os suspeitos, estão Paula e o marido dela, o empresário Luiz Felipe Belmonte.

Fake news e garimpo

O maridão da deputada é suplente do senador Izalcir Lucas (PSDB). Belmonte é um dos empresários investigados pela Polícia Federal por financiar ações antidemocráticas. Luiz Felipe também responde a processo sobre propagação de notícias falsas. Na ficha dele, consta ainda que, no Governo Bolsonaro, financiou ações em defesa de garimpos ilegais em terras indígenas. Por tudo isso, o casal Belmonte tem muitos motivos para perder o sono.

A VOZ DA GRILAGEM

A grilagem em São Sebastião já tem porta-voz oficial: o ex-deputado distrital Rogério Ulysses, cassado no vácuo da operação “Caixa de Pandora”, aquela que derrubou o governador Arruda.  Ulysses vem defendendo, em vídeos com discursos inflamados, a invasão de terras numa área de grande tensão social: o Morro da Cruz.

Preço de banana

As terras griladas são as mesmas onde o GDF vai construir escolas, posto de saúde e parque, beneficiando toda a comunidade. A área foi ocupada e loteada por grileiros. Os lotes são vendidos a preços irrisórios a pessoas pobres. Ao levantar barracos nos lotes, elas se tornam invasores de áreas públicas.

O teatro de Ulysses

O DF Legal subiu o Morro da Cruz para retirar grileiros e invasores. Ulysses foi às redes sociais defende-los. Na mesma pegada, desceu a lenha nos moradores do Setor Mangueiral, acusando-os de impedir a construção de uma escola. Tudo jogo de cena. Tudo teatro para se apresentar como o defensor dos fracos e dos oprimidos de São Sebastião. É Ulysses em campanha eleitoral fora de época. Tudo farsa, próprio da natureza do teatro.

Tempo de guerra

O que Ulysses quer é voltar à CLDF com os votos dos eleitores de São Sebastião. Mas hoje, a cidade tem novo representante na Câmara Legislativa: Rogério Morro da Cruz, que não quer invasores políticos no território eleitoral que conquistou. Essa guerra promete.

O INIMIGO DA SAÚDE

A legislação estabelece que 50% das emendas parlamentares devem ser destinadas à saúde pública. Diante da obrigatoriedade, deputados e senadores, para não perder a emenda, cumprem a lei. É o que também faz a bancada do DF. Isto tem irritado o presidente do Sindicato dos Médicos, Gutemberg Fialho. Ele faz campanha para que as emendas não sejam encaminhadas diretamente para a Secretaria de Saúde ou para o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges). Quer que sejam pulverizadas entre os diversos programas do Ministério da Saúde. Isto é boicotar a saúde do DF.

Doença do marajá

Mas o que se pode esperar de Gutemberg? Há 20 anos ele preside o SindMédico. Assumiu a presidência e sumiu do emprego na rede de saúde pública do DF. Nunca mais pisou num posto médico, mas continua ganhando salário de marajá: R$ 40 mil por mês. A doença dele já foi diagnosticada: ambição pelo poder. Tem remédio pra isso?

 

Armando Guerra
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