COLUNAS

AGORA-DF

3 de fevereiro, 2025

DETRAN ATROPELA FAIXA O Detran está matando um dos mais importantes patrimônios imateriais do Distrito Federal: a faixa de pedestre. O maior símbolo da cidadania brasiliense foi instituído em 1º de abril de 1997, no governo petista de Cristovam Buarque. A Rua da Igrejinha (307/308 Sul) foi a primeira a receber o equipamento. Hoje, 26 …

DETRAN ATROPELA FAIXA

O Detran está matando um dos mais importantes patrimônios imateriais do Distrito Federal: a faixa de pedestre. O maior símbolo da cidadania brasiliense foi instituído em 1º de abril de 1997, no governo petista de Cristovam Buarque. A Rua da Igrejinha (307/308 Sul) foi a primeira a receber o equipamento. Hoje, 26 anos depois, em todo o DF são 4.600 faixas em vias urbanas e rodovias distritais. A maioria ou está desbotada ou simplesmente sumiu.

Perigo nas ruas

Embora a grande maioria dos motoristas respeite a faixa, o descaso do Detran põe em risco a vida de pedestres, como ocorreu no dia 20 de março, na 207/208 Norte. Naquele dia, um homem morreu após ser atropelado por um motociclista em plena faixa de pedestre, que estava praticamente apagada.

Dinheiro sobrando

Não falta ao Detran recursos para manter as faixas sempre visíveis e em bom estado de conservação. Afinal, apenas entre janeiro e abril deste ano o Detran faturou R$ 270,8 milhões, dos quais R$ 65,7 milhões foram arrecadados com o recebimento de multas de trânsito.

Prioridade zero

Do total arrecadado, o Detran gastou apenas R$ 623,7 mil com serviços de manutenção da sinalização horizontal e vertical das vias do DF. Mas no mesmo período, o Detran destinou R$ 92 milhões para pagar os salários dos seus servidores. Manutenção de faixas de pedestre, portanto, não está entre as prioridades do Detran.

IBANEIS, A MISSÃO

A semana do governador Ibaneis Rocha (MDB) começa com uma dura missão no Senado: desativar a bomba que a Câmara Federal jogou no colo do Governo do Distrito Federal ao aprovar o projeto do novo marco fiscal, que vai regular os gastos da União. No projeto original do Governo Lula, o deputado-relator Cláudio Cajado (PP-BA) infiltrou um jabuti que muda as regras do repasse de verbas federais ao Fundo Constitucional do DF. Mudança que, se aprovada no Senado, dará um prejuízo de R$ 87 bilhões ao DF nos próximos 10 anos.

Terreno favorável

No Senado, o relator da matéria é Omar Aziz (PSD), ex-governador do Amazonas. Pelo fato de Aziz ter sido governador, Ibaneis deve encontrar terreno mais favorável para tirar o jabuti que Cajado conseguiu aprovar na Câmara. Nessa luta, Ibaneis conta com o apoio dos três senadores do DF DF: Izalcir Lucas (PSDB), Leila Barros (PDT) e Damares Alves (Republicanos). Além disso, é mais fácil convencer 81 senadores dos que 513 deputados.

LULA DERROTA O PT

O presidente Lula, fundador do PT e a maior expressão da legenda, impôs derrota ao partido ao vetar quatro emendas jabutis que a deputada federal Érika Kokay (PT-DF) tentou infiltrar no projeto de lei 2.969/2022. Caso o jabuti não fosse barrado por Lula, um enorme e custoso trem da alegria seria criado no âmbito do Ministério Público da União (MPU) e no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

O jabuti da Érika

O jabuti da companheira Érika permitiria que servidores de nível técnico assumissem cargos reservados a profissionais de nível superior no MPU. A diferença salarial entre nível técnico e nível superior é de 64%. Caso o jabuti não fosse expurgado, a brincadeira custaria a bagatela de R$ 4,6 bilhões por ano, segundo projeções da Associação Nacional dos Analistas Judiciários da União (Anajus).

CONSELHO TUTELAR

O mandato do atual Conselho Tutelar está acabando. Para renová-lo, dia 1º de outubro acontecem as eleições diretas de 220 conselheiros titulares e 440 suplentes. Para incentivar a participação dos candidatos, a Secretaria de Justiça e a Secretaria de Comunicação do DF lançaram uma inédita campanha publicitária, que está bombando na internet. As inscrições terminam na próxima quarta-feira e só podem ser feitas pelo site do Instituto Ibest.

Ataque à campanha

Mas a campanha não está sendo bem vista pela maioria dos atuais conselheiros. Com receio de serem substituídos, pelas redes sociais eles fazem campanha contra a campanha, buscando desestimular candidatos e diminuir a concorrência. Coisa feia.

 

Armando Guerra
[email protected]

Artigos Relacionados