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1 de junho, 2023

TEMPOS QUENTES Junho chegou trazendo seca, frio, festa, fogo e fogueira. Arde no Senado a batata quente do projeto do novo Marco Fiscal, que pode queimar, em dez anos, R$ 87 bilhões do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), fonte que ajuda a pagar os salários dos servidores das forças de segurança, da saúde e …

TEMPOS QUENTES

Junho chegou trazendo seca, frio, festa, fogo e fogueira. Arde no Senado a batata quente do projeto do novo Marco Fiscal, que pode queimar, em dez anos, R$ 87 bilhões do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), fonte que ajuda a pagar os salários dos servidores das forças de segurança, da saúde e da educação. Categorias cujos sindicatos fazem festa por melhores salários, mas não entram na guerra para defender a inviolabilidade das regras dos repasses de recursos federais ao FCDF. Continuam parados, calados, enquanto a batata assa e o Fundo Constitucional vira cinzas.

Policiais meaçam greve

O Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol), a exemplo do Sinpro, ignorando a batata quente que assa no Senado, pressiona o GDF por melhores salários com ameaça de greve geral da categoria. A greve seria decretada hoje, em assembleia geral. Foi suspensa a pedido dos deputados federais Rafael Pudente (MDB)e Alberto Fraga (PL) e do senador Izalci Lucas (PSDB).

Reajuste salarial

O trio conseguiu audiência na Secretaria de Relações Institucionais do Governo Lula para tratar do reajuste salarial das forças de segurança do DF. A recomposição salarial de 18% para a Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros foi formalizada ainda em novembro do ano passado pelo governador Ibaneis Rocha ao então ministro da Justiça, Anderson Torres.

Promessa baixa fogo

Com a mudança de governo, o projeto ficou parado. No dia 30 de maio terminou o prazo para que o Governo Lula enviasse o projeto ao Congresso Nacional. Não enviou. Somente após o GDF e os três parlamentares cobrarem é que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, decidiu se mexer. Prometeu enviar o projeto na próxima semana. A promessa ajudou a baixar o fogo grevista do Sinpol, mas não apagou a fogueira. O sindicato continua mantendo acessa a chama da greve geral. É junho pegando fogo.

TAGUATINGA EM FESTA

Como junho é mês de festas, Taguatinga é só alegria. No próximo dia 5, a cidade comemora seus 65 anos de fundação. E ganha de presente a inauguração da maior obra de mobilidade urbana realizada na última década no Brasil: o Túnel Rei Pelé. Foram dois anos e dez meses de obras, que atrapalharam o comércio e o trânsito no centro da cidade. Mas o transtorno acabou. Taguatinga já pode comemorar.

DISTRITAL SEM NOÇÃO

O deputado distrital Jorge Viana (PSD) é um sujeito estranho. Não apenas pela hirsuta barba branca que ostenta, como um Papai Noel fora de época. Durante a cerimônia de posse dos primeiros 85 professores e monitores da nova Universidade do Distrito Federal, um marco do Governo Ibaneis Rocha, o barbudo, em seu discurso, incitou os novos servidores a pedir aumento de salário na Praça do Buriti.

Discurso demagógico

Viana disse textualmente: “Servidor bom é o que vai para a praça fazendo reivindicações”. Disse ainda que, daqui a pouco, os professores recém-empossados estarão tirando dinheiro do próprio bolso para ajudar os alunos. Afirmação demagógica, despropositada. Ainda mais numa solenidade que representa, na prática, a instalação de uma universidade que vinha sendo prometida há 60 anos, ou seja, desde a inauguração de Brasília.

Missão esquecida

A irresponsabilidade do deputado não é nova. Em várias ocasiões, o barba-branca escarra afirmações estapafúrdias, sempre envolvendo os servidores. Ignora que quem entra no serviço público tem a missão de prestar bons serviços à comunidade e não apenas brigar por salários melhores. Aliás, os salários pagos à categoria pelo GDF são bem mais altos do que os da população em geral.

Sindicalista de carteirinha

Jorge Viana é servidor de carreira da área de saúde. Ele, porém, faz parte daquela casta sindical que abandona o serviço para trabalhar apenas por sindicatos, como se o salário do funcionário fosse a única coisa importante e que a sociedade é um estorvo que os força a trabalhar. Devia olhar para o exemplo de tantos outros que tentaram fazer carreira política dessa forma e deram com os burros n’água. Picaretagem tem vida curta.

 

Armando Guerra
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