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9 de junho, 2023

A ILHA DA FANTASIA O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, finalmente pediu desculpas por ter chamado Brasília de “ilha da fantasia”. Melhor assim. Mas, pensando bem, Brasília é de fato uma ilha. Não no sentido geográfico ou alegórico. É uma ilha de conquistas de qualidade de vida cercada de desigualdades socias por todos os …

A ILHA DA FANTASIA

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, finalmente pediu desculpas por ter chamado Brasília de “ilha da fantasia”. Melhor assim. Mas, pensando bem, Brasília é de fato uma ilha. Não no sentido geográfico ou alegórico. É uma ilha de conquistas de qualidade de vida cercada de desigualdades socias por todos os lados. Realidades diferentes confirmadas por conceituadas instituições responsáveis por estudar o desempenho social e econômico dos estados e do Distrito Federal. As conquistas, porém, não se devem ao fato de Brasília ser a capital do país. É resultado do trabalho dos 3 milhões de homens e mulheres que todos os dias buscam provar ao Brasil que é possível construir um país melhor.

O melhor lugar é aqui

O DF tem o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil: 0,85, superando São Paulo (0,82), Santa Catarina (0,80) e Rio de Janeiro (0,79). Índice mede a qualidade de vida de cada unidade da federação, tendo como referência a educação, a renda e a longevidade da população. Avaliados esses quesitos, o DF tornou-se o melhor lugar do país para uma criança nascer, crescer e viver.

Analfabetismo no DF

Uma das grandes conquistas brasiliense é na educação. A taxa de analfabetismo do DF é a menor do Brasil: 1,9%, segundo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa brasiliense está muito abaixo da média brasileira: 5,6%. O mesmo IBGE mostra que 71,3% da população brasiliense com 25 anos de idade ou mais concluíram o ensino médio. É o maior percentual do Brasil.

Combate à violência

O Brasil é um país com alto índice de violência. As menores taxas de violência estão em São Paulo (3,1), Santa Catarina (3,9) e Brasília (4,2). Em 2022, o DF conseguiu bater seu próprio recorde em número de vidas poupadas. Foram registrados 8,8 homicídios por 100 mil habitantes, a menor taxa registrada em 45 anos. Os homicídios continuam e vão continuar a ocorrer, mas estão em menor ritmo. Em 2021 foram 311 mortes violentas, número que caiu para 275 em 2022.

Mortalidade infantil

Brasília também registra a menor taxa de mortalidade infantil do país, segundo o Ministério da Saúde. O índice mais recente é de 2019, primeiro ano do primeiro mandato do governador Ibaneis Rocha. Naquele ano, a taxa de mortes foi de 8,5 óbitos para cada mil crianças, enquanto a média brasileira foi de 13,3. Foi a menor taxa registrada no DF desde 1990.

Maior tempo de vida

O brasiliense vive mais do que a maioria dos brasileiros, segundo o IBGE. No Brasil, a expectativa de vida em 2022 aumentou de 76,8 para 77 anos. Desde 2019, a expetativa de vida do brasiliense é de quase 80 anos. As unidades federativas onde os habitantes vivem mais são: Santa Catarina (80,4), Espírito Santos (79,5), DF e São Paulo (ambos com 79,3).

Cidade empreendedora

Brasília também é uma das melhores brasileiras para quem quer começar um negócio. Em 2023, a capital brasileira saltou do 69º para o 4º lugar no Índice de Cidades Empreendedoras (ICE), alcançando 7,96 pontos, quase a mesma pontuação dos três líderes do ranking: São Paulo (8,67), Florianópolis (8,41) e Joinville (7,99).

FOSSO SOCIAL

Mas ao contrário do que acredita o ex-governador baiano Rui Costa, Brasília tem, sim, um grande fosso social separando ricos e pobres. Os mais ricos moram no Lago Sul, com a maior renda domiciliar per capita do Brasil: R$ 10.979 mensais. Os mais pobres estão na Estrutural, onde a renda mensal por morador é quase a metade do salário mínimo: R$ 695.

Desafios do DF

É justamente para reduzir esse fosso social que a elite política brasiliense se uniu em defesa do Fundo Constitucional do DF. Quer que seja excluído do projeto do novo marco fiscal o artigo que desidrata os repasses de verbas federais para manter a segurança, a saúde e a educação da capital. As desculpas do ministro-chefe da Casa Civil foram aceitas. Mas Brasília prefere ficar com os recursos do que com os discursos. Afinal, Brasília é um sonho brasileiro, não uma ilha da fantasia.

 

Armando Guerra
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