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9 de junho, 2023TEMPESTADE NA EDUCAÇÃO Depois da greve dos professores, piorou o clima na Secretaria de Educação (SEEDF). Entraves operacionais e disputa de poder envenenam o ambiente. Enquanto a secretária Hélvia Paranaguá tenta entregar os prometidos uniformes escolares para todos os alunos da rede pública, o secretário executivo Isaías Aparecido aparece como o mandachuva da Educação. Servidores …
TEMPESTADE NA EDUCAÇÃO
Depois da greve dos professores, piorou o clima na Secretaria de Educação (SEEDF). Entraves operacionais e disputa de poder envenenam o ambiente. Enquanto a secretária Hélvia Paranaguá tenta entregar os prometidos uniformes escolares para todos os alunos da rede pública, o secretário executivo Isaías Aparecido aparece como o mandachuva da Educação. Servidores reclamam que ele vem esvaziando as subsecretarias e centralizando decisões. A cúpula da Educação defende Aparecido. Argumenta que alguns subsecretários são muito lentos para tomar decisões.
Disputa ofusca vitórias
Nessa disputa de poder, não se sabe quem tem razão. O certo é que o ambiente de trabalho na administração do ensino público do DF está insalubre. Resultado: problemas se agravam, ofuscando conquistas históricas do Governo Ibaneis Rocha na Educação.
Alfabetização avança
A mais recente vitória foi anunciada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Segundo o IBGE, a taxa de analfabetismo do DF é a menor de todo o Brasil: 1,9%, muito abaixo da taxa brasileira, que é de 5,6%. O IBGE também apurou que 71,3% da população brasiliense com mais de 25 anos de idade concluíram o ensino médio. Nenhuma outra unidade federativa brasileira tem índice tão expressivo.
Violência nas escolas
Outra conquista: a violência nas escolas saiu do noticiário depois que foi implantado, ao final de abril, o plano de segurança escolar. A parceria entre a Secretaria de Segurança e a Secretaria de Educação vem dando resultado. Alunos, pais, professores e servidores hoje se sentem mais seguros, o que não significa que a violência nas escolas foi erradicada. Mas, pelo menos, o ambiente escolar está bem melhor.
Sem uniformes
Há problemas, porém, que continuam emperrados, aguardando soluções. O caso clássico é a falta de uniforme escolar. Em fevereiro, a SEEDF proibiu a comercialização de uniforme escolar para alunos da rede pública. Garantiu que todos receberiam a farda oficial. O semestre está acabando e centenas de estudantes continuam aguardando o sonhado uniforme.
Vagas nas creches
Já o caso das creches é emblemático. O problema é garantir vagas para 14 mil crianças inscritas. No início de maio, a secretária Hélvia Paranaguá anunciou que o GDF pretende construir 40 creches até 2026. Desde 2019, foram entregues sete creches. Atualmente, quatro estão prontas para serem inauguradas, 11 continuam em obras e outras 11 em fase de licitação ou de contratação. Para atender a demanda, em 2021 foi criado o programa Cartão Creche, que hoje beneficia 5,3 mil crianças.
Cobrança geral
A insuficiência de vagas em creches é um problema histórico, agravado com a pandemia. Mas hoje dá munição tanto aos deputados distritais adversários do Governo Ibaneis como ao Tribunal de Contas e ao Ministérios Público do DF. Todos adotaram diferentes estratégicas para cobrar do governo a abertura de vagas. A Secretaria de Educação responde prometendo para breve entregar 26 salas para 431 alunos em quatro creches: em Ceilândia (EQNP 8/12), Planaltina (Quadra 23 e Núcleo Rural Pipiripau) e Paranoá (Núcleo Rural Jardim II). Que assim seja.
Em busca da paz
O núcleo duro do Governo Ibaneis não vê com bons olhos os perrengues na cúpula administrativa da Secretaria de Educação. Vem ensinando que é preciso reestabelecer a paz para não só preservar a boa imagem do governo, mas também para oferecer ensino de qualidade a quem mais precisa: os nossos alunos.
MÁGOAS DO PT
O PT do Distrito Federal é um poço até aqui de mágoas com o poderoso ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, igualmente petista. O PT vem acumulando derrotas em Brasília. Não conseguiu reeleger Agnelo Queiroz, fracassou ao apoiar Leandro Grass (PV) ao Palácio do Buriti, não emplacou a sindicalista Rosilene Corrêa no Senado e agora ainda tem que engolir o ministro de Lula, que além de se negar a atender às reivindicações do DF, ainda atacou Brasília. Apesar das desculpas apresentadas pelo ministro, a petezada brasiliense quer ver o baiano pelas costas. É até capaz de cuspir no acarajé dele.
Projeto irreverente
Cresce na Câmara Legislativa um irreverente projeto, digno do bloco Pacotão. A ideia é aprovar proposta concedendo ao ministro Rui Costa o título de Cidadão Honorário de Brasília. Após concedido, o título seria cassado. Pior: um boneco representando o ministro seria queimado em praça pública. Quanta maldade.
Armando Guerra
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