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13 de junho, 2023

A CRISE DO JABUTI O deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA) criou uma crise de ego político ao colocar no projeto do Marco Fiscal o jabuti que devora recursos do Fundo Constitucional para as áreas de segurança, saúde e educação do DF. As lideranças políticas brasilienses se uniram em defesa da capital, mas agora disputam as …

A CRISE DO JABUTI

O deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA) criou uma crise de ego político ao colocar no projeto do Marco Fiscal o jabuti que devora recursos do Fundo Constitucional para as áreas de segurança, saúde e educação do DF. As lideranças políticas brasilienses se uniram em defesa da capital, mas agora disputam as glórias que recairão a quem conseguir tirar o nefasto jabuti do Arcabouço Fiscal.

Fraga ganhou e perdeu

O deputado federal Alberto Fraga (PL) saiu na frente. Apresentou na Câmara proposta para eliminar o jabuti. Fracassou. Partidos governistas e oposicionistas deram-se as mãos e aprovaram o quelônio com folga: 372 votos a favor e apenas 108 contra. Pelo menos tentou.

Érika mal na foto

Quem se queimou foi a deputada federal Érika Kokay (PT) ao deixar evidente o seu desprestígio no Governo Lula. Até hoje aguarda audiência palaciana para defender Brasília. Teve que pegar carona no movimento liderado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) para convencer o Senado a rejeitar o polêmico jabuti. Érika, enfim, ficou mal na foto e no fato.

Minutos de glória

Já o presidente do PSD distrital, Paulo Octávio, conseguiu o que Érika não foi capaz. Foi recebido pelo chefe da Casa Civil, Rui Costa, três dias após o ministro petista ter chamado Brasília de “ilha da fantasia”. Costa, porém, não se desculpou como PO planejara. Saiu da reunião sem as desculpas do ministro e muito menos sem convencê-lo a defenestrar o jabuti. Mas teve lá seus 15 minutos de glória.

Tucano se dá bem

Quem vem se dando bem é o senador Izalci Lucas (PSDB). O tucano conseguiu audiência com o presidente Lula com direito a foto. Saiu do encontro alardeando que Lula assumiu o compromisso de vetar mudanças no Fundo Constitucional. Não foi desmentido pelo Palácio do Planalto. Ganhou, assim, os holofotes da mídia.

Tacada de mestre

Mas quem vem fazendo a diferença é o governador Ibaneis Rocha (MDB). Demonstrou habilidade política ao agregar aliados e adversários históricos em defesa de Brasília. Juntou debaixo de suas asas a elite política brasiliense: sete ex-governadores e a bancada federal do DF. Levou-os à reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para proteger o Fundo Constitucional. Ao compartilhar os holofotes, brilhou mais do que todos. Jogada de mestre.

Heróis de Brasília

O que Brasília menos precisa neste momento é de desunião. Menos ego e mais ação. Se Brasília perder, todos perdem. Se ganhar, o mérito é de todos. Serão os heróis que salvaram Brasília.

INIMIGO Nº 2

Brasília ganhou mais um inimigo na cúpula do Governo Lula: o ministro Alexandre Padilha, chefe da Secretaria de Relações Institucionais, que cuida da articulação política do governo. Sem ouvir políticos do DF, o petista declarou que está trabalhando para que o projeto aprovado na Câmara não seja alterado no Senado. Ganhou a medalha de Inimigo nº 2 de Brasília – o nº 1 é Rui Costa, chefe da Casa Civil.

POLÊMICA NA PONTE JK

Moradores do Jardim Botânico, São Sebastião e do final do Lago Sul querem proibir a interdição da Ponte Juscelino Kubitscheck para a realização de eventos esportivos, como a prova de ciclismo realizada domingo. Motivo: o fechamento da ponte congestiona as vias que ligam essas cidades ao Plano Piloto, mesmo em pleno domingão, quando o fluxo de veículos é menor.

Há outros espaços

Os moradores não são contra competições esportivas. Ponderam, porém, que Brasília oferece vias mais viáveis para receber esses eventos sem prejudicar os moradores. Exemplos: a Esplanada dos Ministérios e o próprio Eixão, que fecha aos domingos e feriados. Aceitam, contudo, a interdição da Ponte JK em datas comemorativas, como no aniversário de Brasília (21 de abril).

Lei sepultada

É bom lembrar: o governador Ibaneis Rocha pediu e o Tribunal de Justiça do DF considerou inconstitucional a lei distrital que reservava duas faixas de rolamento da Ponte JK para atividades esportivas aos fins de semana e feriados. O tosco projeto nasceu da cabecinha ociosa do deputado distrital Valdelino Barcelos (PP). A lei morreu, foi sepultada e não faz a menor falta.

 

Armando Guerra
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