TROPA INIMIGA

Não são muitos, mas são poderosos os inimigos que Brasília tem na Praça dos 3 Poderes nessa batalha pela preservação do Fundo Constitucional do DF, ameaçado pelo projeto do novo Marco Fiscal. O primeiro a atirar contra a capital foi Randolfe Rodrigues (AP), líder do governo no Senado, ao defender a extinção do fundo. Depois foi o deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA), que conseguiu aprovar na Câmara o jabuti que infiltrou no projeto do arcabouço.

Ministros reforçam

O trem descarrilhou para o Palácio do Planalto. Ali, o ministro Rui Costa (PT), chefe da Casa Civil, lacrou duas demandas de Brasília: a preservação do Fundo Constitucional e o reajuste integral de 18% para as forças de segurança do DF. Costa ainda ofendeu Brasília, chamando-a de “ilha da fantasia”. Mesmo depois das desculpas do petista à capital, mais um ministro do PT defendeu mudanças no FCDF: Alexandre Padilha, das Relações Institucionais.

Lula no comando

Lideranças políticas do DF acreditam que os inimigos estão agindo sob o comando do próprio presidente Lula. Isso porque, embora Lula até hoje não tenha declarado ser a favor ou contra a preservação do fundo, a tropa inimiga cresce, fortalecendo cada vez mais a aprovação do projeto que prejudica Brasília.

 ATAQUES AO BRB

No primeiro Governo Ibaneis e nos cinco meses do atual mandato, o Banco de Brasília foi alvo de levianos torpedos disparados por um blog de notícias do DF. O bombardeio mirou desqualificar a reputação da diretoria e a solidez financeira do BRB, hoje o 5º maior financiador de crédito imobiliário do país e o 10º no ranking dos maiores bancos do Brasil. Os petardos venenosos não feriram os positivos balanços do BRB, mas, por serem inconsistentes e inconsequentes, incomodaram.

A magia aconteceu

O prolongado ataque ao BRB cessou, porém, na semana passada. O blog, como num passe de mágica, trocou a baixaria pela bajulação. Agora é só elogios à administração e ao desempenho financeiro do banco. Coincidência ou não, a mudança ocorreu logo após o blog começar a veicular publicidade oficial do BRB.

Blog Macunaíma

Não só pela repentina metamorfose editorial, mas principalmente pelo enraizado desprezo à ética, o blog hoje é conhecido como “Macunaíma” – referência ao “herói sem nenhum caráter”, personagem icônico do imortal Mário de Andrade. Procede. Afinal, onde não se planta ética não nasce caráter.

ABRIGOS QUE NÃO ABRIGAM

Tem origem europeia o modelo arquitetônico das novas paradas de ônibus instaladas no DF. Mas a reclamação é bem brasileira. E com razão. Os ditos abrigos de passageiros, com estrutura de tubos de metal e paredes de vidro transparente, são pequenos, desconfortáveis e incapazes de proteger os usuários do sol ou da chuva.

Usuários sofrem

Cada parada só tem um banco – minúsculo, frágil, sem encosto, sem qualquer conforto. Já as laterais de vidro servem apenas de painéis para veicular publicidade paga. Neles, não há nenhuma informação sobre horários e itinerários dos ônibus. Resultado do conjunto da obra: há mais passageiros fora do que dentro dos abrigos.

Instalação continua

O pior é que essas paradas – bonitinhas, mas ordinárias –, continuam a ser instaladas até onde não passa ônibus. Daí ser fácil concluir que os dirigentes da Semob, DER e Detran, órgãos responsáveis pela instalação dos pontos de ônibus, certamente não utilizam nem transporte público nem os abrigos de passageiros.

MELHOR JAIR MUDANDO 

Grupos de petistas moradores do condomínio Solar de Brasília, no Jardim Botânico, gostaram de saber que o ilustre vizinho Jair Bolsonaro está de mudança. Desde março deste ano, o ex-presidente, a esposa Michele e a filha Laura moram no Solar numa casa de 400m², dois andares, piscina e churrasqueira, alugada por R$ 12 mil mensais. Bolsonaro quer uma casa maior, mais reservada, com menos vizinhos.

A volta da paz

A mudança de endereço, além de agradar os petistas do condomínio, também é bem vista por outros moradores incomodados com o movimento diário de seguranças, assessores e correligionários do ex-presidente. Os moradores do Solar dizem que vale a pena perder um vizinho ilustre para ganhar a paz que perderam.

Armando Guerra
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