MDB MAIS FORTE

O MDB passa a ser o maior partido na Câmara Legislativa a partir desta quinta-feira (22). Filia-se à agremiação a deputada Doutora Jane, policial civil eleita em 2022 pelo Agir com 19.006 votos. Com a adesão da delegada, o MDB, que começou a atual legislatura com três distritais, passa a ter cinco cadeiras na Câmara, ultrapassando o PL, hoje com quatro deputados.

O dedo de Ibaneis

Doutora Jane assina a ficha de filiação às 19 horas na sede da Associação dos Delegados de Polícia do DF (Adepol). A festa contará com a maior estrela do MDB brasiliense: o governador Ibaneis Rocha. A transferência de Jane para o MDB leva as digitais de Ibaneis. O governador foi incansável para convencê-la a migrar de mala e cuia para o partido. Jane chega sem mimos políticos, mas terá espaço dentro do GDF.

Dói menos

A filiação será também prestigiada por dois outros caciques do MDB distrital: o deputado federal Rafael Prudente, presidente regional, e Wellington Luís, presidente da CLDF. Mas a filiação de Jane causa certo desconforto ao presidente da Câmara. Motivo: ambos disputam o mesmo filão eleitoral: os policiais civis. E mais: em 2022, Jane obteve 2.073 votos a mais do que Wellington (16.933 votos), que ficou em 22º lugar entre os 24 distritais eleitos. Recado dado ao cacique: “aceita que dói menos”.

A leoa no caminho

A filiação da Doutora Jane ocorre uma semana depois de Ibaneis lançar a candidatura da vice-governadora Celina Leão (PP) ao Palácio do Buriti. Com o gesto, o maior cabo eleitoral do DF descartou aliados ávidos pelo seu apoio, inclusive Rafael Prudente. O que não se descartou é uma composição que tenha como cabeça de chapa a leoa do PP e como candidato a vice um cacique do MDB. O tempo dirá.

MDB DEFINE CONVENÇÃO

Será em agosto a convenção que elegerá o novo diretório regional do MDB do DF. É mais do que certo que Rafael Prudente seja confirmado na presidência do partido. O mandato dele à frente da sigla expirou em 31 de maio. No mesmo dia, o presidente nacional Baleia Rossi criou uma comissão provisória para dirigir o MDB distrital até 1º de setembro, tendo Prudente na presidência. A convenção de agosto efetivará o atual presidente antes que caduque o mandato da comissão provisória. Só falta marcar o dia.

PROPOSTA INDECENTE

Mais uma da Paula Belmonte (Cidadania). A deputada distrital dublê de empresária volta a mostrar que para ela, em se tratando de saúde pública, quanto pior, melhor. Eis o motivo: a Câmara Legislativa já trabalha na elaboração da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024. Avança proposta obrigando que 50% dos recursos de emendas parlamentares sejam destinados à saúde. Belmonte é contra. Apresentou proposta detonando essa obrigatoriedade. Ela defende que os recursos que iriam para salvar vidas sejam aplicados em outras áreas. Tipo: bancar milionários shows de cantores sertanejos. Como perguntaria aquele apresentador demitido: “É ou não é sem noção?”

Socorro à saúde

Pelas regras atuais da LDO, cada deputado distrital pode apresentar até 30 emendas, que não devem ultrapassar R$ 25.017,350. Somando o teto de todos os 24 distritais, as emendas dos deputados chegariam ao total de R$ 600,4 milhões. Se a obrigatoriedade já estivesse valendo, R$ 300,2 milhões teriam que ser destinados à saúde pública. É contra esse socorro financeiro que Paula Belmonte luta.

FOGO CHEGA COM O FRIO

Já estamos na estação mais fria do DF: o inverno. Com ele, vem a seca. E com a seca, o fogo no cerrado. Preocupação para o Corpo de Bombeiros e Secretaria do Meio Ambiente. O alerta é para as queimadas, que destroem mais a cada ano. Entre 2015 e 2022, a área destruída por incêndios florestais no quadradinho mais do que dobrou. Subiu de 2,6 mil hectares para 37,4 mil hectares. É como transformar em cinzas 38 campos do tamanho do gramado do Estádio Mané Garrincha em apenas um ano.

Armando Guerra
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