COLUNAS

AGORA-DF

22 de junho, 2023

DETRAN SOB NOVA DIREÇÃO O Detran, literalmente, está sob nova direção. Saiu Marcelo Portela, entrou Takane Kiyotsuka. O motivo da demissão pode ser explicado pelos versos de “Regra Três”, poema de Vinícius de Moraes: “Tantas você fez que ela (e) cansou Porque você, rapaz Abusou da regra três Onde menos vale mais…”  Lata velha O …

DETRAN SOB NOVA DIREÇÃO

O Detran, literalmente, está sob nova direção. Saiu Marcelo Portela, entrou Takane Kiyotsuka. O motivo da demissão pode ser explicado pelos versos de “Regra Três”, poema de Vinícius de Moraes:

Tantas você fez que ela (e) cansou
Porque você, rapaz
Abusou da regra três
Onde menos vale mais…”

 Lata velha

O diretor demitido simplesmente estava na contramão das determinações do governador Ibaneis Rocha. Portela bateu de frente com o núcleo duro do Palácio do Buriti. Derrapou, capotou, acabou sendo cuspido do cargo que ocupava desde 9 de agosto de 2022. Virou lata velha.

Poço de reclamações

O retrovisor da história registra que Portela ficou apenas 294 dias no cargo. Tempo em que conseguiu multiplicar as reclamações contra o Detran. Falta de transparência nos preços dos serviços prestados, lentidão na entrega de carteiras de habilitação, descaso com o público atendido, faixas de pedestre apagadas, sumiço de agentes de trânsito das ruas… Tudo isso virou rotina no Detran. Queixas que desaguaram no Ministério Público do DF e chegaram até o governador. Resultado: deu ruim para Portela.

Bom de multa

Mas tem que se admitir: o delegado era bom de multa. Em 2021, o Detran arrecadou R$ 135 milhões em infrações de trânsito. No ano passado, a arrecadação subiu para R$ 145 milhões. Apenas entre janeiro e abril de 2023, foram arrecadados cerca de R$ 66 milhões em infrações, o equivalente a 46% das multas pagas ao Detran em 2022.

Mais um policial

Takane Kiyotsuka é o terceiro policial a assumir a direção do Detran em pouco mais de um ano. Antes de Portela, o cargo foi exercido por Thiago Gomes, oficial da PM, que durou apenas quatro meses no comando do órgão. O novo diretor é velho na vida pública. Passou por diversos cargos no GDF. Foi, inclusive, administrador de Samambaia e Planaltina. Espera-se que Takane não tombe na curva e recoloque o Detran no rumo certo.

TERCEIRO TEMPO

Está empatado o duro jogo pela remoção do jabuti devorador de recursos do Fundo Constitucional do DF, infiltrado no projeto do novo Marco Fiscal.  No primeiro tempo, o jabuti inventado pelo deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA) foi aprovado na Câmara. No segundo tempo, o senador Omar Aziz (PSD-AM) consegui excluir o jabuti do novo teto de gastos do Governo Federal. Com a alteração, a matéria volta à Câmara, onde, possivelmente em 4 de julho, acontece o terceiro e último tempo do jogo.

Jogo bruto

Na Câmara, o jogo é mais bruto. Será preciso convencer pelo menos 257 deputados a defenestrar de vez o jabuti da reforma fiscal. Não é exagero repetir que, na primeira votação, 372 deputados aprovaram o projeto. Entre eles, até bolsonaristas inimigos de Lula, pai do Arcabouço Fiscal e padrasto do jabuti malandro. Todos hóspedes de Brasília, cidade que agora espera não ser sacaneada pelos nobres parlamentares que acolhe.

Todos sumiram

Na sessão da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que retirou o Fundo Constitucional da reforma fiscal, foi bastante notada a ausência dos três senadores e dos oito deputados federais do DF. Também não compareceu à luta nenhum dos 24 deputados distritais, nem mesmo aqueles que ficam cobrando mais dinheiro para a segurança, saúde e educação do DF. Eles sumiram ou foi porque tinham a certeza da vitória ou por pura inércia. Na sessão estavam apenas a vice-governadora Celina Leão (PP) e o secretário de Planejamento, Ney Ferraz.

Sem voz

Na votação no plenário do Senado, os três representantes do DF – Izalci Lucas (PSDB), Leila Barros (PDT) e Damares Alves (Republicanos) – votaram pela aprovação do relatório de Omar Aziz. Mas, estranhamente, nenhum deles se manifestou em defesa do Fundo Constitucional. Apenas Izalci se pronunciou, mas foi para defender o Fundo da Educação Básica (Fundeb). As outras duas senadoras do DF entraram mudas e saíram caladas.

Homenagens

A Câmara Legislativa vai conceder ao senador Omar Aziz o título de “Cidadão Honorário de Brasília”. Já o deputado federal Cláudio Cajado receberá o título de “Persona Non Grata”. Eles merecem.

 

Armando Guerra
[email protected]

Artigos Relacionados