Um pouquinho bandidos
Roberta D’Albuquerque é psicanalista, autora de Quem manda aqui sou eu – Verdades inconfessáveis sobre a maternidade e criadora do portal A Verdade é Que…
A LUTA RECOMEÇA Já recomeçou na Câmara dos Deputados a luta do Distrito Federal para que fique de fora da reforma fiscal o jabuti devorador dos recursos do Fundo Constitucional. E a luta recomeça com um soco no estômago dos brasilienses disparado pelo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. O guardião do cofre das contas …
Já recomeçou na Câmara dos Deputados a luta do Distrito Federal para que fique de fora da reforma fiscal o jabuti devorador dos recursos do Fundo Constitucional. E a luta recomeça com um soco no estômago dos brasilienses disparado pelo secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. O guardião do cofre das contas públicas declarou ontem (26) que o Governo Lula pode incentivar deputados da base aliada a reincluir na Câmara o jabuti predador, expurgado na semana passada no Senado.
E advinha quem já manifestou desejo de ressuscitar o jabuti malandro? O próprio pai do jabuti: o deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA), relator do projeto da reforma fiscal na Câmara. O algoz do DF retorna à cena com mais sangue no olho. “Se depender de mim, volto tudo ao teor do meu relatório”, avisou em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. O embate no plenário da Câmara acontecerá mesmo na próxima semana, após a ressaca das festas juninas.
Nem Cajado, nem a base aliada e nem a equipe econômica do Governo Lula se sensibilizaram com o forte argumento do GDF em defesa do Fundo Constitucional: a inevitável perda de R$ 87 bilhões nos próximos 10 anos.
O jabuti inseminado no projeto da reforma fiscal coloca o DF entre a realidade e a utopia. A realidade: se as mudanças forem aprovadas, o GDF não terá de onde tirar dinheiro para manter serviços essenciais bancados pelo Fundo. Essa fonte irriga hoje 95% dos investimentos em segurança, 65% em saúde e 46% em educação.
A utopia é acreditar que, em dez anos, o setor produtivo do DF consiga desenvolver matrizes econômicas capazes de suportar o peso dos investimentos em setores públicos essenciais. Uma década é muito pouco para que o DF se transforme num grande celeiro produtor de grãos, tenha um parque industrial potente ou seja um poderoso centro tecnológico.
A razão é muito simples: as caraterísticas administrativas e as dimensões territoriais do quadradinho limitam a expansão da agropecuária, da indústria de transformação e do setor de alta tecnologia. Neste caso, basta olhar para o Parque Tecnológico de Brasília (Biotic). Foi criado em 2002. Depois de 21 anos, continua sendo apenas um sonho.
O serviço público sempre foi, é e continuará sendo nas próximas décadas a maior e a principal indústria de Brasília. Enxugar hoje os recursos federais que ajudam a mover a economia e a manter serviços públicos fundamentais à população do DF, é decretar amanhã a falência dessa indústria, agora ameaçada pelo governo do presidente Lula.
Com a ajuda dos recursos do Fundo Constitucional, o Distrito Federal apresentou o maior Índice de Desempenho Socioeconômico (IDS) em todo o Brasil no período 2017-1018, segundo o IBGE. Alcançou 6,981 pontos, superando São Paulo, com 6,878. O IDS avalia, entre outros, o progresso da população no acesso a serviços públicos como saúde e educação. É contra esse progresso a luta dos governistas para mudar o FCDF.
O deputado distrital Rogério Morro da Cruz (sem partido desde abril) está, literalmente, entre a cruz e a espada. Rogério ainda não decidiu em qual morro vai subir. Está dividido entre duas fortes legendas: o MDB e o PP. O partido do governador Ibaneis Rocha acaba de chegar a cinco deputados com a filiação da Doutora Jane, passando a ser a maior bancada na CLDF. Teria supremacia absoluta com a filiação de Rogério. Já o PP da vice-governador Celina Leão passaria a três deputados, empatando com o PT.
Do alto do morro, Rogério olha para o presente e para o futuro. Se ingressar no MDB fortalece o governador Ibaneis, que lançou precocemente Celina como sua candidata ao Palácio do Buriti em 2026. Se optar pelo PP, engrossa as fileiras da leoa na caminhada rumo ao GDF, que pode ou não ser vitoriosa. Trocar o certo pelo duvidoso é a cruz que Rogério hoje carrega.
Armando Guerra
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