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28 de junho, 2023

SOMOS 2,8 MILHÕES No Distrito Federal, não somos 3 milhões de habitantes como supúnhamos. Somos 2.817.068, segundo o Censo 2022 divulgado na manhã de hoje […]

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Eixo Rodoviário de Brasília (DF-002) - Foto: Agência Brasil

SOMOS 2,8 MILHÕES

No Distrito Federal, não somos 3 milhões de habitantes como supúnhamos. Somos 2.817.068, segundo o Censo 2022 divulgado na manhã de hoje (28) pelo IBGE. A pesquisa revela que o Brasil chegou a 203,1 milhões de habitantes em 2022. São 12,3 milhões de pessoas a mais do que em 2010, ano do último Censo. Confira outros dados importantes do Censo 2022.

• O DF e 14 estados registraram crescimento anual acima da média nacional (0,52%).
• O DF ganhou mais 246.908 pessoas nos últimos 12 anos. Foram 20,5 mil habitantes por ano, o equivalente a 56,3 pessoas por dia.
• O DF está em 20º lugar entre as 27 unidades da federação em número de habitantes.
• O DF tem a segunda maior população do Centro-Oeste. A maior da região é de Goiás (7 milhões) e a menor é a do Mato Grosso do Sul (2,7 milhões).
• O Centro-Oeste é a região com a menor população do país: 16,3 milhões de pessoas. A maior é a Sudeste: 84,8 milhões.
• O DF tem a maior densidade demográfica do Brasil, concentrando 489 habitantes por quilômetro quadrado.
• Os três estados mais populosos estão no Sudeste: São Paulo (44,2 milhões), Minas Gerais (20,5 milhões) e Rio de Janeiro (16 milhões).
• O Rio de Janeiro é o estado que cresceu menos nos últimos 12 anos: 0,03%.

O QUE O IBGE NÃO DIZ

Mantendo esse ritmo de crescimento, nos próximos 10 anos o DF ganhará mais 205,7 mil habitantes, chegando em 2033 com uma população superior a 3 milhões de pessoas. Em 10 anos, Brasília terá perdido R$ 87 milhões caso sejam alteradas as regras do Fundo Constitucional, que garantem os serviços de segurança, saúde e educação da capital.

Próxima década no prejuízo

Assim, a população brasiliense da próxima década vai crescer com um gigantesco rombo financeiro. Prejuízo que está sendo criado agora com o projeto da reforma fiscal proposta pelo Governo Lula. Proposta que recebeu um jabuti malandro que enxuga os recursos repassados ao GDF via Fundo Constitucional. Jabuti infiltrado pelo deputado Cláudio Cajado (PP-BA), aprovado na Câmara Federal, excluído no Senado e que pode ser recolocado pelos deputados.

PEDIDO DE SOCORRO

É louvável a atitude da deputada Érika Kokay (PT) ao pedir socorro ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, após o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, defender que os deputados passem a tesoura nos recursos do FCDF. Mas o ato da petista é muito pouco diante da tesourada iminente.

Lula lava as mãos

Brasília espera muito mais do que simples gesto de solidariedade do ministro Padilha. Exige respeito. Exige o compromisso público do presidente Lula para que não se mexa no Fundo Constitucional. Até agora, Lula repete Pilatos: lava as mãos. E seja o que a Câmara quiser.

TSUNAMI NA EDUCAÇÃO

Começou com tempestade. Virou furacão. Agora a Secretaria de Educação enfrenta um tsunami com poder de derrubar a secretária Hélvia Paranaguá. Há uma semana, a Polícia Civil abortou a compra fraudulenta de móveis e computadores para escolas da rede pública. A operação provocou a degola de dois graduados servidores: Maurício Martins, subsecretário de Administração Geral, e Hélio Rocha, gerente de Pesquisa de Preços e Licitação.

O Lar caiu

Hoje, a polícia deflagou a Operação Primeira Infância para flagrar mutretas que estariam sendo praticadas pelo Lar Educandário Mont Serrat, organização social contratada pela SEEDF para administrar cinco creches. O Lar abrigaria empresa laranja dirigida por parentes da mesma família. Entre 2014 e 2023, a empresa recebeu R$ 50 milhões. Tudo “comprovado” por meio de notas fiscais – todas frias, segundo a polícia.

Secretaria defende Lar

A Secretaria de Educação saiu em defesa da Monte Serrat. Declarou que não detectou irregularidades na prestação de contas da empresa e que a Justiça não determinou a suspensão do contrato com a SEEDF. Mas foi a própria Justiça que autorizou a Polícia Civil a cumprir seis mandatos de busca e apreensão no âmbito da secretaria, na sede da Monte Serrat e nos lares dos donos da empresa. O tsunami está apenas começando.

Armando Guerra
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