O BRILHO DA CÂMARA

A escuridão temporária do recesso da Câmara Legislativa não apagou o brilho político da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada para investigar o vandalismo golpista de 8 de janeiro na Esplanada dos Ministério. A Câmara retoma os trabalhos da CPI no dia 3 de agosto com a mesma determinação em defesa da democracia que a fez atravessar a fronteira do DF, ganhar o Brasil e ser respeitada e temida pelos baderneiros. Militares de alta patentes, empresários poderosos e políticos extremistas  que tentaram fazer de Brasília a capital do golpe.

O banco dos depoentes

A CPI foi instalada em 18 de janeiro, dez dias depois do vandalismo na Praça dos Três Poderes. A primeira reunião aconteceu em 14 de fevereiro. Até o recesso, foram 18 sessões e 14 depoimentos prestados por três generais, seis coronéis, três delegados de polícia e dois empresários. Os militares são acusados de omissão ou conivência com movimento golpista, enquanto os empresários teriam financiado toda a estrutura pró-golpe.

Peixes graúdos

Na volta do recesso, a CPI pretende ouvir outros três peixes graúdos que ganharam destaque após os atos golpistas: o coronel Paulo Bezerra, ex-chefe interino do Departamento de Operações da PM; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF; e o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro. Os três estão fugindo da CPI como o diabo da cruz.

O show do Chico

A estrela da CPI tem sido o deputado Chico Vigilante (PT). Num momento de grande tensão política, o distrital comprou a briga em defesa da democracia. Propôs a CPI, lutou por ela e tornou-se presidente da comissão. Não teve medo de patente. Aliás, foram as patentes que o temeram. Foi o caso do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no Governo Bolsonaro, que resistiu bravamente a depor na CPI. Entrou para a história como o general que fugiu de um vigilante.

Mais 43 dias

A CPI tem prazo de 180 dias para funcionar, já incluindo o período de prorrogação das atividades. No primeiro semestre, a comissão consumiu 137 dias. Ainda faltam 43 dias para concluir os trabalhos, o que está previsto para 12 de setembro se mantido o cronograma. Mas em política tudo pode mudar.

VOZ ROUCA E LOUCA

Depois de 30 anos vivendo em Brasília, o deputado federal Antônio Cajado (PP-BA) decidiu agradecer a hospitalidade com ingratidão. Não apenas criou como insiste em manter vivo o jabuti que devora recursos do Fundo Constitucional do DF. Sem explicações convincentes, ele continua sendo a voz mais rouca em defesa dos prejuízos que ele mesmo criou para o DF. Brasília luta e torce para que a Câmara Deputados cale de vez – e ainda hoje – essa rouca e louca voz.

GENTE E CARROS

O Censo 2022 realizado pelo IBGE camufla um fato curioso e preocupante: o crescimento gigantismo da frota de veículos em relação ao número de habitantes do Distrito Federal.

Frota gigantesca

O IBGE concluiu que o DF, somando todas as suas 35 regiões administrativas, tem a terceira maior população entre as cidades do país: 2.817.068 habitantes. O mesmo IBGE informa que em 2022 a frota do DF chegava a 2.021.027 veículos. São 795.441 pessoas a mais em relação ao total de carros. Ou o equivalente a 1,4 habitantes para cada veículo.

Sobra lugar

Supondo que um meteoro fosse cair hoje sobre Brasília, toda a população poderia ser evacuada confortavelmente em veículos automotores. Todos os 2,8 mil habitantes seriam acomodados em carros e ainda sobraria lugar.

TEMPO DE OBRAS

Foi justamente pensando no crescimento da população e da frota de veículos que o governador Ibaneis Rocha (MDB) investe cada vez mais em novos complexos viários. Pontes, viadutos e rodovias estratégicas estão sendo entregues e continuarão a ser construídas.

Novas entregas

Ibaneis começou a semana inaugurando a duplicação da DF-001, beneficiando moradores do Alti Plano Leste e Jardim Botânico, que também ganharam uma ciclovia com mais de 6 km. Para 28 de julho está prevista a inauguração da terceira via de acesso a Águas Claras.

Armando Guerra
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